Os
primeiros efeitos produzidos após a avalanche de manifestações já se fazem
notar:
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O Congresso suspende o recesso parlamentar e volta à atividade – em poucas
horas dão uma demonstração de que quando há vontade política dá para fazer em
pouco tempo o que costuma ser adiado, ou melhor, empurrado estrategicamente
para a próxima legislatura de forma descompromissada. Esperamos que seja para
valer. Para começo, sob pressão a PEC 37 é arquivada.
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Revisão de tarifas do transporte público e promessa de ampliação da rede de
metrôs e trens urbanos – os governantes, com os pés no chão, sabem que isso
demanda tempo e recursos. Espera-se que o governo federal não fique na retranca
e se omita em cumprir sua parte jogando tudo nas costas dos Estados e
Municípios.
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A fala da oposição – Aécio Neves – listou as principais medidas urgentes para
tornar o Estado menos burocrático e mais eficiente, com destaque para o
enxugamento da máquina administrativa, corte pela metade dos Ministérios que
são verdadeiros cabides de empregos para políticos que não conseguiram se
eleger pelo voto popular.
-
O Ministro do STJ, Joaquim Barbosa sugeriu o ‘Reecoll’ de políticos que perderam
credibilidade junto a seus eleitores. Isso é bom, ou ruim? - Equivale ao ‘ostracismo’ da antiga Grécia
quando em Atenas, os cidadãos descontentes com o comportamento de seus
representantes, escreviam na casca de ostras o nome do político que queriam que
fosse excluído da administração pública e depositavam numa urna. De tempos em
tempos essa urna era aberta e os nomes com maior número de votos eram punidos. A
punição ia desde o simples afastamento temporário, ao desterro / exílio. Era uma
espécie de plebiscito.
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Plebiscito – polemica proposta como foi apresentada pela Presidenta, tornou-se
o centro do debate. Esperamos que não seja o fogo de artifício para desviar o
foco de problemas mais graves.
Os
movimentos populares do momento já são uma forma de plebiscito, a exemplo do
que ocorreu com o grande movimento “A Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade’
comandada por uma Senhora, Dona Amélia Bastos, Dona Amelinha, em março de 1964,
quando o Brasil passava por um período de instabilidade e ameaçando as instituições
devido à influencia de grupos comunistas agindo no país. :
A marcha mostrará ao mundo que esta é uma
Revolução do povo, um plebiscito
pela verdadeira democracia! – palavras da corajosa Dona Amelinha que, sem os
recursos de uma internet ou redes sociais, conseguiu levar às ruas 500 mil
pessoas em São Paulo, uma multidão em Belo Horizonte, outra no Rio de Janeiro e
até na nascente Brasília. Sua motivação às outras mulheres que se mobilizaram
para levar adiante movimento de tal envergadura: - ‘Quem tem mais a
perder com o que está acontecendo no
nosso país do que nós, mulheres? E de quem será o futuro que desaparecerá senão
o de nossos filhos e netos, se a política radical do Governo (Jango) levar a
nossa pátria ao domínio comunista?’. (fonte -Jornal Inconfidência – Edição
Histórica, BH – 31-03-2013 – / 188.)
O
povo já está fazendo seu plebiscito. Os políticos que estavam acomodados
governando no ‘piloto automático’ e fazendo de Brasília o seu confortável
aeroporto para vôos panorâmicos enquanto aproveitavam o céu de brigadeiro terão
que cumprir uma agenda de trabalho produtivo.
Não
há necessidade de uma consulta popular que pode ser manipulada por políticos. Deixem
que a voz do povo continue a dizer em alto e bom som o que querem. O Brasil já
passou por outras crises tanto políticas como econômicas. O modelo atual está
esgotado.
O
tempo do “JK sta cá, JK sta lá/ JK está em
todo lugar... Voa voa Presidente...” (Juca Chaves) - ficou lá trás, nos
anos dourados, quando Brasília foi construída (1956/1961). O plano piloto de
Brasília exige presença, trabalho, responsabilidade.
Temos uma Constituição. Temos
leis. Cumpram-se!