domingo, 2 de junho de 2013

BRASIL – PAÍS JOVEM? NEM TANTO!

Demarcação de terras indígenas: -

Brasil não é um país jovem. Cada geração que aqui nasceu e cresceu após a descoberta/achamento oficial em 1500, já teve tempo de criar raízes nestes rincões que ora estão sendo contestados pelos descendentes dos antigos moradores: os índios, aborígenes, nativos.
É verdade que aqui viviam inúmeros grupos de variadas etnias indígenas espalhada pelo imenso território. Os grupos litorâneos comercializavam e trabalhavam para os traficantes de pau-brasil (!) - e, guerras, entre as diferentes tribos, eram frequentes. Não eram anjinhos. Havia os povos nativos,  andarilhos – semi nômades - das extensas regiões interioranas que vivam ao sabor  do ‘dolce far niente’ improdutivo, pois tinham tudo o que precisavam para uma vida  sem grandes esforços. Quando a mesa da natureza ficava empobrecida, eles partiam. Pelo caminho foram deixando objetos descartáveis (eles também descartavam o que não lhes servia mais, tal qual se faz atualmente): urnas funerárias, cacos de cerâmica, pedras polidas, pontas de flechas, sambaquis, cinzas do fogão improvisado, etc. Basta escavar alguns palmos em qualquer região não muito distante de água e que tenha tido condições de caça, pesca e alguma agricultura rudimentar, e lá vamos encontrar a pegada do índio.
Aí chegou o branco... As reações foram desde o acolhimento pacífico ao confronto. Também houve sua participação na expansão territorial, onde se aproveitaram para atacar inimigos pessoais; trocas e aprendizados foram mútuos.
O choque de culturas sempre ocorreu entre os diferentes povos. Com os nativos não foi diferente. Sempre a cultura mais adiantada prevalece sobre os menos desenvolvidos, que, em geral, se integram e assimilam valores que lhes permite adquirir novas técnicas, e crescer. No Brasil não foi diferente. Quinhentos anos depois estão querendo voltar ao passado? Quem é que deseja manter longe da civilização os índios que gostam de carros, relógios, celulares, internet, e todas as modernidades que a civilização oferece a qualquer cidadão? Todos são iguais perante a Lei.
A história está mal contada. A verdade é que há organizações querendo grilar terras. Falam em 25% (!) do território nacional, ou seja, mais de 2 milhões de km2. Usa os índios para seu intento. A demarcação de terras para descendentes de povos que tradicionalmente eram nômades é mentira de perna curta. Cabe às autoridades sair dos gabinetes com ar condicionado, e ir conhecer de perto o que realmente é de interesse à nação brasileira como um todo, antes de emitir ordens e apoios irresponsáveis a quem quer que seja.  Somos uma federação. Todos são brasileiros – brancos, negros, índios, mestiços. E todos são iguais perante a Lei. A medida tomada em relação à reserva indígena Raposa do Sol (RR) demonstraram o grande erro cometido inclusive contra os próprios índios. Vão repetir o mesmo erro quantas vezes?
O Brasil não é um país jovem como dizem. Tem mais que assumir sua maioridade política, social, econômica e sair desse circulo vicioso terceiro-mundista rasteiro de discurso medíocre, do ‘somos um país jovem, estamos aprendendo... ’ Somos todos descendentes de culturas milenares.

A maioridade e o senso de responsabilidade não podem ser postergados. Se pão e circo contentam a muitos, o pão e o circo têm um preço que um dia terá que ser pago! Não existe almoço grátis. Jovem também paga.