sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

UM DIA A AMÉRICA LATINA FICARÁ LIVRE DO CAUDILHISMO OBSOLETO. - E O BRASIL?


América Latina é o conjunto de países do continente Americano que foram colonizados por povos da Península Ibérica, em particular pela Espanha, que, por algum tempo, também exerceu domínio sobre o Brasil.
O passado dos países latinos tem em comum fatos históricos cujos efeitos se propagaram pelo continente cujos reflexos  negativos abrangem os campos  políticos, econômicos  e sociais. Trata-se de um processo  que evoluiu do culto ao caudilho e o mito revolucionário, culminando com a revolução cubana.

O messianismo político latino americano nasceu em 1898 em Cuba, e cristalizou-se  na mesma ilha caribenha  de Cuba em 1959, e definirá seu destino em Cuba, num futuro próximo. – ‘O feitiço da revolução cubana foi tão grande como é agora o desencanto e o pesadelo das gerações sacrificadas no altar do caudilhismo vitalício’. 

Mário Vargas Lhosa (prêmio Nobel de 2010), líder intelectual e moral indiscutível têm procurado denunciar e exorcizar esse tipo de caudilhismo pós moderno. Ele construiu uma “cartografia das estruturas do poder e o reflexo destas na resistência do indivíduo, em sua rebelião e sua derrota.”
O tema central de seu trabalho tem sido a minuciosa e apaixonada crítica desse tipo de poder: o poder dos fanatismos da identidade (racial, nacional, ideológica, religiosa) e, a uma interpretação da história moderna do Continente; fala do mito do homem forte, do herói providencial e censura a revolução como meta de um mundo novo como forma de justiça para os povos, que surgiu no século XX com a revolução mexicana e a bolchevique, onde o proletariado e a massa, inclusive para Marx, seria a apoteose da Revolução: - concentrando-se em apenas um protagonista... ‘Coletivo’: - o proletariado e a massa. Essa doutrina equivale a uma nova religião. A Teologia da Libertação divulgada no Brasil pelo Leonardo Boff teve suas origens em Moscou, via Cuba, cujo objetivo era ‘salvar a América Latina’! Foi aí que surgiu a dupla de “redentores”: - Fidel e Che que contaminaram o continente com uma revolução, e, que, meio século depois só colhe fracassos. Para salvar uma economia destruída, a ilha tem como principal produto a exportação de inteligências – exemplo: ‘mais médicos’...
Não faltaram os seguidores radicais e fanáticos, jovens universitários, armados ou não. Alguns permanecem até hoje fiéis à “Revolução” e ao “Caudilho”.  Mas, para muitos, o desencanto diante do feitiço revolucionário, não se fez esperar. Reivindica-se a DEMOCRACIA, único caminho para libertar-se do engodo da Revolução* que causou mais danos do que benefícios. Agora os cubanos até já podem comprar carro (velho)! Um dia o caudilhismo que ainda resiste, por obsoleto, deixará de existir.
A ideologia fanática cega as pessoas e as impede de pensar com lógica. Na América Latina apesar dos fracassos do sistema, ainda persistem os fanatismos ignorantes.

E O BRASIL? – Vivemos uma ‘Democracia’ há trinta anos! – falam de boca cheia pessoas alienadas da realidade diante do que está a acontecer – escândalos e corrupção em todos os setores sob o comando de um partido (PT) amigo de ditadores obsoletos. Dá até para perguntar: - ‘Estão a serviço de quem?’ - Não é só a Petrobrás que está sucateada. As noticias que se sucedem envergonham o país perante o mundo civilizado. Para reverter essa situação só um tratamento de choque. Um ‘Conselho da República’ deveria ser formado pela sociedade civil, para assumir o comando da política e dar um novo rumo realmente democrático à Nação Brasileira. E isso nada tem a ver com as ‘revoluções’ radicais praticadas e pregadas por quem apenas visa o poder. Caso contrário, qualquer reforma que for feita pela atual classe politica, o será para que tudo continue como está.


REVOLUÇÃO – ato ou efeito de revolver-se ou revolucionar-se e representa qualquer transformação dos conceitos vigentes em uma época. O ato revolucionário envolve o individuo que defende uma nova ordem política, econômica, social, cultural, etc. provocando a agitação da sociedade. Na política o uso da força tem gerado conflitos armados instigando a formação de grupos de fanáticos cuja conduta ultrapassa os limites do bom senso. Na América Latina são inúmeros os casos dos “Redentores” que se apresentaram para mudar a sociedade, criar um mundo novo, mas que ao substituírem o sistema vigente deram adeus à alternativa democrática e se transformaram em ‘Caudilhos’ vitalícios.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PARTIDOS POLÍTICOS – COMO INSTITUIÇÕES E NÃO COMO PROPRIEDADE DOS POLÍTICOS – REFORMA POLITICA JÁ!


Juridicamente – “Partido político é uma união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada e com disciplina, visando a disputa do poder político”. Portanto, os partidos políticos são pessoas jurídicas e privadas, e, por isso, deveriam também ser processadas pelas leis anticorrupção. (Modesto Carvalhosa – Roda Viva – TV Cultura 15/12/2014)-
 
Os atuais partidos políticos são:
-  de caráter burocrático em sua estrutura;
- se fundamentam na ideologia da representação política (de direita, de esquerda, comunista, de centro, liberal, democrática, etc.) e não no acesso direto do povo às decisões políticas uma vez o candidato eleito, que passa a governar de costas para o povo.
- Seu objetivo é conquistar o poder político estatal.
- Em geral representam alguma oligarquia econômica ou tradicional.

- Quem governa um país como o Brasil? - Somos uma democracia, daí os governos serem eleitos por voto popular. Mas quem governa são as oligarquias representadas pelos políticos que subiram ao poder. Eles nomeiam Ministros, que nomeiam assessores, que tem secretários, ajudantes de toda ordem; o mesmo ocorre com o Legislativo.  Os cargos ocupados por profissionais concursados são pouco representativos frente ao cabide de empregos ocupados por pessoas nomeadas pela máquina estatal, em geral.

Os partidos Políticos atuais e outros em vias de serem criados representam grupos de interesses que se agrupam conforme lhes convém e, os seus representantes (eleitos pelo voto popular), uma vez eleitos, se dedicam a cuidar dos próprios interesses para se perpetuar no poder. O escândalo da Petrobrás já supera o que ocorreu no mensalão num conluio de interesses entre empresas e políticos.  Aguardamos a lista completa dos políticos envolvidos no maior escândalo da história do país.

 Quanto aos Ministérios, temos 39 Ministérios repartidos entre os partidos da base aliada. Mas quem responde pelo governo – um coletivo - ? Qual o programa de governo? – generalidades obvias.
Assistimos ao discurso escrito por marqueteiros visando maquiar as verdades.  O uso de símbolos, palavras, cores, sons e técnicas das quais o público não está nem sequer consciente, estão sendo usadas na mídia e na publicidade para transmitir mensagens e hipnotizar as pessoas. Basta prestar atenção às falas ‘oficias’ da presidenta – no dia da diplomação, no dia da posse, e agora na primeira reunião ministerial. A ciência da manipulação mental está em curso...

Nas palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade, Partido politico  = ‘Agrupamento para defesa abstrata de princípios e elevação de alguns cidadãos’.

Somente uma reforma política feita a partir de órgãos independentes dos poderes instituídos (legislativo, executivo e judiciário) – respeitando a Constituição – poderá realmente dar um novo rumo à política nacional. Os partidos políticos tem que ser instituições a serviço da Nação e não clubes de propriedade de alguns cidadãos colhendo os frutos do trabalho alheio.


 “A ambição Universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram”.  Adam Smith (1723 / 1790) economista escocês foi defensor da economia livre, onde o cidadão trabalhando em seu próprio interesse seria guiado por uma ‘mão invisível’ que ajudaria no progresso dos interesses de sua comunidade. Propôs que a riqueza era, sobretudo criada pela mão de obra, valorizando o produto final. É considerado ‘pai da economia do laissez-faire moderna > livre iniciativa. Livro de referencia: “Um Inquérito à Natureza e Causas da Riqueza das Nações” - (1776).

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS ( Bruno Bettelhein) – RESUMO

  
Os contos tiveram um papel importante na formação das pessoas. De simples narrativas populares os contos foram ganhando novos elementos conforme iam sendo contados tornaram-se mais refinados, e ao mesmo tempo em que apresentam significados manifestados e encobertos, atingindo todos os tipos de personalidades humanas - criança ingênua, ou adulto sofisticado. Os contos de Fadas transmitem importantes mensagens à mente consciente, pré-consciente e a inconsciente, em qualquer nível de funcionamento. Como falam ao "ego" em formação, encorajam o desenvolvimento, além de aliviar tensões e pressões conscientes ou não. Com o desenrolar da narrativa, os contos validam as pressões do "id" indicando caminhos para satisfazê-los, que estão em concordância com as necessidades do "ego" e do "super-ego".
Uma criança aprecia um conto de Fadas porque eles começam exatamente no nível psicológico e emocional em que ela se encontra. Falam das pressões que ela sente, oferecendo soluções temporárias e permanentes para as dificuldades sentidas. Ensinam que a luta contra as dificuldades na vida é inevitável e que a pessoa não se intimida e enfrenta de forma firme, decisiva, vencendo situações muitas vezes injustas e inesperadas. Morte, velhice, separação, sofrimento, problemas angustiantes devem fazer parte desse mundo que fala à mente em formação.
Dilemas devem ser apresentados de forma breve e categórica. Deve apresentar um equilíbrio entre o bem e o mal - Este é com frequência vitorioso, com punição final - constituindo-se num fator limitado de intimidação do crime. O crime não compensa! Não é o fato de a virtude vencer no final que vai promover a moralidade, mas de que a figura do herói é mais atraente.
A psicanálise foi criada para capacitar o homem a aceitar a natureza problemática da vida, sem ser derrotado ou cair no escapismo. A ambiguidade de conduta - boa ou má - permite entender a diferença entre elas, reforçando o caráter para o lado positivo. Contos amorais não mostram polarização.
O impacto formativo das figuras e eventos maravilhosos dos contos de Fadas é notório no passado e no presente: - escritores e poetas do passado lembram suas experiências positivas. O descaso atual em relação a essa experiência intelectual, por parte dos pais é grave; ao dar a sua interpretação ao texto, tiram a oportunidade, impedem que ela encontre o significado importante à sua formação.
Os contos de Fadas não pretendem mostrar o mundo como ele é - isso fica a cargo das religiões, mitos, e fábulas. O conto aconselha o que alguém deve fazer. Por isso ele é terapêutico. Cada um encontra sua própria solução, através da contemplação do que a estória representa em termos de conflitos internos nesse momento de vida. O conteúdo não precisa ter a ver com o problema vivido que parece insolúvel. Deve falar ao mundo interior. O mito não tem esse objetivo.
O que é o mundo? Como viver nele? - pontos de vista adultos jamais vão satisfazer essas questões em uma criança. Sua relação nos primeiros anos de vida é anímica. Tudo tem vida. E se comporta em relação às coisas como se tivesse vida. Esse tipo de pensamento animista, segundo Piaget permanece até a puberdade, mesmo que os adultos lhe imponham um ensinamento racional. Quando os pais acreditavam que as estórias bíblicas resolviam a charada de nossa existência e de sua finalidade, era fácil fazer a criança sentir-se segura. A Bíblia dizia tudo o que o homem precisava saber: como veio a este mundo, como devia se comportar, etc. Rica em estórias como a de Jonas e a baleia, oferecia, no mundo ocidental, modelos para a imaginação.
É importante que ao ler, a criança tenha tempo para pensar, refletir e depois ser encorajada a falar sobre o assunto, permitindo assim que ela trabalhe seus problemas e sentimentos. Quanto às ilustrações, elas distraem a atenção do foco principal e a aprendizagem perde seu significado pessoal. A imaginação da criança deixa de trabalhar os "seus monstros", criar "seu" personagem.

CONCLUSÕES > O livro infantil tem que ter algo a acrescentar à vida da criança, através de uma mensagem contida que lhe ofereça um significado, além de entretê-la e despertar sua curiosidade através de novas idéias; ele deve colocar ordem nos sentimentos e em seu mundo interior, oferecendo uma orientação à sua vida futura. A criança necessita de uma educação moral, não em termos de conceitos abstratos, mas daquilo que lhe parece correto, significativo. É nos Contos de Fadas que a criança encontra esse tipo de significado.
A necessidade infantil da mágica no seu desenvolvimento emocional e como agente construtor de sua personalidade vem sendo ignorada pelos novos modelos educacionais. Os contos de Fadas são uma dádiva de amor, apesar de toda aparência selvagem.
A construção de um significado da vida de uma criança é o maior trabalho do educador e terapeuta de crianças com graves perturbações. Se as crianças fossem criadas de um modo significativo para elas, cresceriam com uma sensação maior de segurança emocional. Nas palavras de Jean Piaget, a infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.
Em ‘Análise dos Contos de Fadas’, o autor Bruno Bettelhein faz uma bela análise dos mais variados contos mostrando suas características e como agem na mente infantil. "A vida Adivinhada a partir do interior" (O pescador e o gênio); Transformações (A Fantasia da Madrasta Malvada); Ordenando o Caos (A Rainha Abelha); Contos de dois irmãos (As três linguagens); A Integração (As três plumas); Transcendendo a infância (A guardadora de gansos) entre outras. Na 2ª parte "Na Terra das Fadas" analisa conhecidíssimos contos: João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, João e o Pé de Feijão, Branca de Neve, Bela Adormecida, etc. Ressaltando no final a luta pela maturidade com "Cupido e Psiquê" na versão mais conhecida "O Rei Sapo", a Bela e a Fera, na versão do Barba Azul, já entrando na área dos sentimentos e emoções mais profundos.

Nota: “EGO” > é o mediador entre a energia psíquica (Id) e as circunstancias do mundo que nos rodeia. “Id” > contém a energia psíquica básica, ou libido, e se expressa pela redução de tensões. Ou seja, o Ego corresponde à racionalidade e o ‘Id’ à paixão que ignora a realidade. O ‘Super-ego’ representa a moralidade; é o defensor da luta em busca da perfeição; ele exerce pressão sobre o ‘id’.

Observação: – em atenção aos leitores do Shvoong.com (4975), o texto revisto e ampliado passa a fazer parte deste blog.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CONTOS DE FADAS E OS MITOS – OTIMISMO & PESSIMISMO NA LUTA PELA MATURIDADE.

- O que é mais importante na  formação da personalidade  de crianças e jovens? – a experiência do cotidiano real como prega a educação contemporânea ou as experiências intelectuais adquiridas através de uma educação literária com a narração de contos, ‘mitos’, lendas em vez de meros fatos e acontecimentos cotidianos?
Platão já sabia que as experiências intelectuais é que contribuem para a verdadeira humanidade.  Ele sugeria que os cidadãos de sua república ideal começassem sua educação literária com a narração dos "mitos" em vez de utilizar os fatos, os ensinamentos racionais.
Os pensadores modernos que estudaram os mitos e os contos de fadas do ponto de vista filosófico ou psicológico chegaram à mesma conclusão: - ‘estas estórias são modelos de comportamento humano e dão significado e valor à vida’.
A história de fadas é otimista mesmo quando aborda temas com detalhes muito sérios. Como na infância tudo está em transformação, de forma mais intensa que em outras fases da vida, o conto lhe oferece de forma simbólica o significado da batalha íntima que ela tem que travar para conseguir sua realização, pois além de tudo lhe acena com um estimulante final feliz. O herói vence os problemas e se comporta como pessoas muito parecidas conosco cuja identificação  ocorre através da descrição (Chapeuzinho Vermelho)  ou de um nome genérico (João e Maria) e os demais personagens surgem como reis, rainhas, pai, pescador, madrasta, etc.
Qualquer dos acontecimentos vivenciados nesses momentos lúdicos, são humanos, semelhantes às tarefas que a criança tem que enfrentar no dia a dia motivando-a  também lutar e vencer seus medos e dificuldades.
Esse é o tipo de conto ideal para os primeiros anos de vida.
Na sequência, o herói dos mitos porta exigências tão rigorosas que desencorajam a criança nos seus esforços inexperientes para uma integração da personalidade. O herói vivencia uma transfiguração para a vida no céu, o que provoca uma frustração, e, portanto não é o ideal para a formação da personalidade como um todo. Ele sobrepuja a necessidade de imitar o "herói" em sua própria vida. Muitas vezes causa uma impressão tão forte que a criança em sua pequenez frente ao "herói" desenvolve o sentimento de inferioridade. Porém, contribui na formação do super ego; mas, o ser humano não tem como viver integralmente de acordo com o super ego.
O mito por si só é pessimista, enquanto  o conto de fadas é otimista.
Vivenciar o mito de Édipo, por exemplo, é uma forma de liberar tensões internas originadas na mente infantil em relação aos pais. O que menos uma criança precisa é ter conflitos desse gênero, pois apenas irá aumentar sua ansiedade sobre si e sobre o mundo produzindo um desequilíbrio emocional.
Dos quatro anos à puberdade o que mais a criança necessita é que lhe sejam apresentadas imagens simbólicas que  ressegurem a existência de uma solução feliz para seus problemas.
A conquista da maturidade se dará sem conflitos, se respeitadas as fases de crescimento. A educação sexual moderna não convence, pois não parte de uma compreensão de que a criança pode achar o sexo repulsivo, e de que esta perspectiva tem uma função protetora muito importante para ela. Deve-se transmitir às crianças que o sexo pode de início parecer repulsivo como um animal, mas que há a maneira e o tempo certo de ocorrer. É nesta fase que o conto de fadas mais uma vez tem sua importância. Ele alude às experiências sexuais de forma psicologicamente consistente muito mais do que a educação sexual consciente. A teoria da educação sexual moderna, que tenta ensinar que o sexo é normal, agradável, belo, e seguramente útil à sobrevivência humana, é falha e até contraproducente por não respeitar a sexualidade inconsciente da criança e de sua ansiedade frente a sentimentos e impulsos naturais que são muito diferentes dos vividos na idade adulta.
B. Bettelhein em "A Psicanálise dos Contos de Fadas" faz uma análise sobre a conquista da maturidade estabelecendo a linha evolutiva do comportamento transformador no inconsciente da criança, ressaltando a importância do tempo necessário para essa reviravolta nos sentimentos. Analisa "O Rei Sapo"- versão de "Cupido e Psiquê" - para explicar essa reviravolta que a criança sofre na conquista do amor, que pode ser lenta, demorada, requerendo muitos anos de trabalho; nem sempre tudo ocorre de súbito. É o que sugerem contos como: - “O Porco Encantado”, “Cupido e Psiquê”, “ A Leste o Sol e Oeste a Lua", "O Barba Azul", "A Bela e a Fera", etc.
O conto de Fada age como espelho mágico que reflete aspectos do nosso mundo interior e os processos necessários para evoluirmos da imaturidade para a maturidade. Quem se deixa conduzir pelo conto, percebe que ele reflete a própria imagem e permite que a alma confusa e inquieta tenha uma nova visão do mundo e conquiste a paz através de um caminho novo que lhe diz que suas lutas terão recompensa. O conto não necessita explicitar as vantagens de uma união; basta a imagem marcante: os bons vivem felizes, e os maus podem ser redimidos. Essa imagem leva à paz interior e com o mundo. 

A antiguidade dos contos do gênero homem-animal e sua simbologia são a prova do grande valor na formação da personalidade com o aprendizado em lidar com os aspectos sexuais:- se animalescos, extremamente perniciosos... Esta mensagem é transmitida sem mencionar diretamente nada de sexual. Para amar precisamos do sentimento; para chegar a ele há os passos a serem seguidos até desenvolver uma consciência responsável numa união pessoal e sexual feliz. A maturidade e a seriedade é que determinarão o sucesso de uma relação.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS APAGÕES, OPERAÇÃO LAVA JATO & PETROBRÁS & POLÍTICOS... – DAVOS = VIVER COM 2 DÓLARES / DIA!

APAGÕES – de energia elétrica (minha vela, meu lampião A GÁS, meu fogão a lenha, a brasinha do pito...); hídricos – ficaremos sem água (?); de moralidade; da verdade; do respeito pelo outro; mas o maior apagão é o do governo do PT.

OPERAÇÃO LAVA JATO & PETROBRÁS & POLÍTICOS -  O rombo econômico que o país sofreu com o Petrolão a serviço da corrupção instalada no poder neste últimos 30 anos é estarrecedor. E aí, os tais ‘exilados e presos políticos’ com suas comissões da meia verdade ainda tem o topete de criticar os governos do regime militar.  Como estaria o país hoje se não tivesse acontecido o 31 de março de 1964? Cuba está aí como modelo. Que eu saiba nenhum dos que se opuseram ao regime militar tiveram que sobreviver com dois dólares/dia. Sinto vergonha ao ouvir jovens que não viveram a época repetir o discurso fora da realidade vivida na época pelas pessoas de bem que continuaram trabalhando, produzindo, gerando riquezas hoje destruídas pelos ‘revolucionários’ assentados no poder.

DAVOS – U$2 Dólares/dia – em Davos está havendo um encontro de governantes do mundo inteiro discutindo a economia (no vermelho) mundial com prognósticos de uma situação a se agravar com as diferenças cada vez maiores entre ricos e pobres. Um grupo de participantes resolveu fazer a experiência de viver com dois dólares ao dia (!) Um jejum de vez em quando não faz mal a ninguém.

SALÁRIOS & SALÁRIOS – O que os políticos se outorgam é uma afronta à Nação que trabalha. Reforma política, urgente, para que os senhores políticos sejam enquadrados e afastados de cargos usados em benefício próprio. A reforma política deve ser feita para acabar com esses abusos de poder. Sugestão de salários para os respectivos – U$2,00 (dois dólares/dia).

CORTAR DESPESAS – o momento é propício para o governo começar a fazer sua parte: cortar ministérios, cargos comissionados, cartões corporativos, viagens Vips em jatinhos, ajuda de custo a parlamentares, etc., etc., etc. –
O atual pacote de maldades contra os cidadãos e as Embaixadas brasileiras passando restrições orçamentárias desmente o Brasil maravilha da propaganda eleitoreira.  A  realidade que se desenha para os próximos anos vai ser difícil de maquiar.
Em resumo, quando passar o vendaval, nem Deus vai conseguir reconhecer que país é este.

No mundo conturbado dos dias atuais, nem tudo está perdido. A Justiça humana é lenta, preguiçosa, modorrenta, mas a luz no fim do túnel permanece renovando esperanças.
CUBA – O Caudilhismo latino com os dias contados? – uma nota dizia que tem brasileiro viajando à ilha caribenha para conhecer o país antes de ‘americanizar’. É bom mesmo que vão lá e vejam os efeitos de um modelo político-econômico aplicado numa ilha que no fim do século XIX e inicio do século XX teve em primeira mão tudo o que era modernidade... Que a triste história vivida pelo povo da ilha não se repita em país nenhum do mundo - incluso Brasil.
FALAS DO PAPA – em sua simplicidade quase provinciana, o Papa Francisco não tem sido feliz em suas falas, com a agravante das traduções e a perspicácia de alguns  jornalistas que as vezes criam situações desnecessárias.  Melhor ter que explicar do que o silencio omisso.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ORIGEM DA VIDA - EVOLUCIONISMO OU CRIACIONISMO? AS 'PORTAS' DA CRIAÇÃO ESTÃO FECHADAS...


Espécies correm o risco de desaparecer... Espécies consideradas extintas reaparecem... Espécies da flora e da fauna, desconhecidas, são encontradas... No texto anterior falamos resumidamente sobre as grandes mudanças físicas e climáticas no planeta Terra, com alguns exemplos na América do Sul.
- E a VIDA? - Muitos são os estudos e o debate não chegou ao fim. O que determina a extinção de uma espécie? Já ouvi falar sobre ‘portas’ fechadas para a criação de novas espécies... Qual a sua origem – Criação ou Evolução? 

ORIGEM DA VIDA:
 1 - O EVOLUCIONISMO: - O livro "Origem das Espécies" de Darwin marcou posição do evolucionismo, afirmando que a evolução das espécies se deu através do mais apto. A questão levantada é: - Como ocorreu? - Cientistas e estudiosos do assunto, após muitas discordâncias a respeito da evolução concluíram que não há um padrão que explique como ocorreu, pois os fósseis encontrados posteriormente ao lançamento da teoria de Darwin, não apresentam a cadeia evolutiva preconizada por ele. Nas palavras do astrônomo Robert Jastrow "os cientistas não tem provas de que a vida não foi resultado de um ato de Criação" .
 2- O CRIACIONISMO: - O que diz o Gênesis? - O Gênesis é um relato que mostra o ponto de vista de um observador terrestre. Fala em tempos, mas a duração de um dia não equivale ao dia como o conhecemos. Ele determina um tempo, uma época em que ocorreu um evento extraordinário. Assim os dias da Criação (da Luz, da expansão das águas - Céu; o aparecimento da terra seca; os luzeiros do Céu; a vida nas águas, na terra e no ar; o surgimento dos animais em suas diferentes espécies; e, finalmente a criação do homem) representam os grandes períodos da história da Terra, ou em outras palavras, correspondem às grandes eras geológicas. A ciência atual confere ao relato do Gênesis o seu aval, pois a ordem da Criação conforme está narrada revela que houve uma sequencia científica, hoje comprovada pelos fósseis encontrados nas diferentes camadas de rochas. As espécies foram surgindo de forma súbita e plenamente desenvolvida, sem passar pelos detalhes de uma evolução. A narrativa de Moisés está baseada em informações fornecidas por um Criador que revelou os fatos... Cada etapa descrita no Gênesis está confirmada pela eras geológicas.
O CÓDIGO GENÉTICO E AS CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DA VIDA: O mais surpreendente sobre a origem da vida na Terra é o Código Genético (DNA), pois ele é complexo demais para ter surgido de forma espontânea para depois evoluir. Segue-lhe a fotossíntese que transformou uma atmosfera sem oxigênio livre em uma nova atmosfera rica em oxigênio e mais uma camada protetora de ozônio para permitir o desenvolvimento da vida como conhecemos. E o que falar da inteligência? - não poderia ter surgido do nada para depois evoluir...
QUAL A DURAÇÃO DE UMA ESPÉCIE? -  Segundo "O Novo Cronograma Evolucionista" a documentação fóssil que revela que as espécies sobrevivem tipicamente por cem mil gerações, ou até um milhão ou mais, sem evoluir grandemente... Depois de suas origens, a maioria das espécies experimenta diminuta evolução antes de se extinguirem. Cita como exemplo os insetos (a mosca) que em 40 milhões de anos continuam como surgiram; plantas (carvalho, videira, palmeiras, etc.); os dinossauros surgem e desaparecem na sua forma original; etc. O texto prossegue informando uma série de exemplos de animais que surgiram sem que haja uma evidência fóssil de uma evolução. No final do capítulo afirmam que os fósseis são o testemunho da Criação e não da evolução. E cita Carl Sagan - "Cosmos" - afirmando que estas evidencias fósseis "podem ser consistentes com a idéia de um Grande Projetista".
A análise sobre o grande abismo ou diferenciação entre as espécies animais, demonstra que não houve formas intermediárias. Cada uma representou uma espécie distinta das outras.
OS “HOMENS-MACACOS” - Quem eram e onde estava essa espécie? Faltam fósseis, inclusive dos modernos macacos. - Os evolucionistas admitem que o homem se originou do macaco, embora alguns achem que o homem não correspondia exatamente ao que hoje conhecemos e chamamos de 'macacos'; porém que se pareceria muito com um símio ou macaco. O homem moderno surge subitamente nos fósseis (!), e não há evidências nesses fósseis sobre possíveis alterações biológicas no tamanho ou na estrutura do cérebro desde que surgiu o "Homo Sapiens" cerca de 50 mil anos atrás. Portanto, a "Árvore Genealógica" do homem deve ser descartada, segundo Richard Leakey após a descoberta de outros fósseis, pois a sequencia apresentada sobre a possível evolução humana está repleta de refugos de "elos" previamente aceitos. A concepção artística do homem primitivo é de responsabilidade da imaginação-ficção dos respectivos autores.
- Resta a alternativa do Gênesis: A Criação. - “O homem é um anjo caído ou um antropoide erguido?” Ninguém está realmente seguro de qual era a aparência dos hominídeos desaparecidos. E, ao que parece, houve várias ‘criações’ sucessivas, se formos levar em conta os tabletes sumérios. Uma afirmação atribuída a Jesus: - “Vós sois deuses, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”-  abre uma janela para um ato de criação ‘divina’ (DIN.GIR - divino; o mesmo que “os íntegros”; os justos dos foguetes).

Conclusões: - Graças à arqueologia hoje já veio à luz muita informação que ajuda a reconstruir boa parte da história na época em que a Terra era visitada por divindades, quando os Elohim passeavam pelos jardins do Éden, quando os deuses subiam e desciam numa constante ligação céu-terra-céu.
Cada espécie só produz indivíduos de sua espécie. É assim que se dá a reprodução de todas as espécies. Tudo o que se tem observado serve de testemunho a favor que a Vida Foi Criada. Ela não evoluiu. Cada espécie só se reproduz dentro de sua espécie, pois cada uma possui uma proteção genética. Toda e qualquer mutação que tenha sido observada não se constitui em base para garantir que houve evolução; essas mutações são mais um processo destrutivo do que construtivo quando foram observadas. 
Espécies correm o risco de desaparecer... outras consideradas extintas reaparecem... Espécies desconhecidas são encontradas... as portas para a criação de novas espécies estão fechadas... Os enigmas aos poucos irão sendo decifrados.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SÃO NATURAIS E CÍCLICAS, MAS OS GOVERNOS IGNORAM E NÃO PLANEJAM COMO ENFRENTAR OS PROBLEMAS DECORRENTES.


Estudo da NASA divulgado nesta semana é acompanhado de um mapa do aquecimento do planeta desde 1880, concluindo que o ano de 2014 foi o mais quente desde o período em que as medições começaram a ser feitas, com uma acentuação nos últimos 30 anos. O índice de variação de temperaturas medido foi de  apenas 0,002  graus dentro da margem de erro.
Os estudiosos do assunto continuam insistindo que a emissão de gases efeito estufa é que são os responsáveis pelo ‘aquecimento’. Pelos estudos realizados, pela experiencia vivendo num país tropical e recordando histórias de extremos de temperaturas  na Península Ibérica (1889/1910) de clima temperado, (seis meses de inverno e seis meses de ‘infierno’) posso afirmar que a humanidade de há tempos convive com períodos de forte calor e que, como dizia meu avô, ‘el inverno, el lobo no se lo come’.
A ciência e a história confirmam a ocorrência de grandes mudanças cíclica no planeta Terra, mesmo antes da presença humana. A pergunta que paira é se, e quando ocorrerá a próxima mudança? Tanto a Terra como os planetas do Sistema Solar contém cicatrizes que indicam a ocorrência de fatos que mudaram a face do planeta - verdadeiros “fins do mundo”.  Voltei aos livros para rever o tema.

Englobando, de forma simples, para que os leigos possam ter uma ideia do que se passou em nosso planeta, vejam quais foram os grandes ciclos e  respectivas mudanças climáticas e geológicas:
ERA PRIMÁRIA - (310 milhões de anos) –  além das mudanças climáticas, os mares recuaram e surgiram novos continentes; ocorreu também uma glaciação continental e adaptação de animais e vegetais (no Brasil a glaciação veio do norte para o sul até o planalto meridional).
ERA SECUNDÁRIA  - (120 milhões de anos) – dividido em 3 grandes períodos. No 1º e no 2º, os climas foram quentes e desérticos, com clima favorável e presença de vegetação no Ártico e na Antártida; presença de muitos animais e espécies vegetais. No 3º período houve inundações constantes, o clima era ameno, a vegetação era do tipo tropical e subtropical. Presença dos sáurios, entre eles os dinossauros.
 ERA TERCIÁRIA - (70 milhões de anos) - Definiu o mundo em que vivemos hoje: continentes, mares, oceanos, relevo (formação das grandes cordilheiras), aparecimento das espécies vegetais e animais, e clima com alternância de 4 períodos glaciais de mais ou menos 100 mil a 30 mil anos de duração, com períodos quentes, intercalados.
No final do 4º período definem-se as espécies atuais, e o Homem! É a ERA QUATERNÁRIA (1 milhão de anos) – É o período mais recente com a definição das grandes áreas climáticas atuais da Terra e consequente distribuição da flora e da fauna como conhecemos.
Vejamos a seguir exemplos de variações climáticas e de vegetação na América do Sul num período de 30 mil anos AP (ano presente) até hoje:

BIOMAS E SUA EVOLUÇÃO: Estudos recentes sobre os biomas e sua evolução, sintetizam diversas pesquisas que abrangem um largo período que vai de 30 mil anos (AP*) até os dias atuais sobre as variações climáticas e de vegetação na América do Sul. Na tese de doutorado do antropólogo Barbosa, A. Sales (UCG -2002) lemos: Em Carajás (PA) temos: a) entre 20.000 e 13 mil anos (AP) – dominou uma fase seca, com presença de gramíneas e elementos de savanas.; b) entre 13 mil anos (AP) e 10 mil anos (AP) – período úmido; c) de 10 mil a 8 mil (AP) diminuição lenta de umidade; d) entre 8 mil (AP) a 3 mil (AP) registro de um período seco com predomínio de gramíneas (50%); e) a partir de 3 mil (AP) registra-se um aumento gradativo de umidade, diminuição das gramíneas e tendência para a formação florestal atual. Portanto a floresta Amazônica é uma formação recente de fácil recuperação. A mata Atlântica é mais antiga (7.000 anos – AP), e também se recupera com facilidade. O mesmo não ocorre com áreas mais antigas como o Cerrado – uma das mais antigas formações do bioma mundial. 

O texto “O CERRADO BRASILEIRO” baseado em Simpósios sobre o Cerrado (1963/1977) publicado na Revista Brasileira de Geografia (USP)  explica como a Amazônia que já foi Cerrado se transformou em floresta. E que o Cerrado Brasileiro é assim desde o Pleistoceno Superior devido aos micronutrientes encontrados no solo, e não devido ao clima como se tem afirmado. A relação solos-nutrientes e vegetação é o segredo. É mais fácil o cerrado se transformar em floresta se houver mudanças mesológicas como ocorreu no passado amazônico, do que a floresta virar cerrado. As diferentes paisagens vegetais estão adaptadas ao tipo de solo e seus micronutrientes. As pesquisas apontam para esse fato há tempo.
A presença de umidade é o suficiente para os biomas se renovarem. Nos últimos 3000 anos foi registrado para a Bacia Amazônica e planícies da Colômbia, três períodos secos: 1- entre 2.700 e 2.000 anos; 2- entre 1.500 e 1.200 anos e 3- entre 700 e 400 anos. Esses períodos são intercalados com períodos úmidos. 

A INFLUENCIA MARINHA NOS CLIMAS: - Sondagens submarinas  (Climap – 1976) demonstram como as correntes marinhas influenciavam o clima no interior do continente durante o inverno (Julho/agosto), isto já a 18 mil anos (AP); por exemplo o abaixamento do nível do mar provocado pela glaciação e pelas correntes marítimas, provocou climas diferentes no interior da América do Sul. Segundo Damuth e Fairbridge, ventos aquecidos e secos (Föehn) soprariam do Sul da grande bacia Amazônica nos invernos dessa época, resultando na dissecação das depressões e dos vales com sentido Norte/Sul e NE/SE (com menor intensidade por influencia marítima). Todos os vales dos rios Tocantins/Araguaia, Xingu, Juruena, Paraguai, Mamoré, Negro-Branco, etc., seriam semi-áridos na época glacial, com florestas apenas ao longo dos rios. Já o nordeste brasileiro, graças aos ventos marítimos era favorecido com mais umidade no inverno. O professor Aziz chama a atenção para a expansão dos climas secos na América do Sul nos períodos glaciais do quaternário – no apogeu glacial do Pleistoceno Superior (18 mil a 12 mil anos (AP). Cita duas áreas de expansão da semi-aridez: 1- no NE; 2 – Norte da Argentina e na Patagônia. A primeira se expande para o sul, oeste e centro do Brasil; a segunda segue para Norte/Noroeste. A causa principal seria a influencia das correntes marinhas frias que ultrapassaram os limites atuais (2002).


Vivemos hoje a última era pós glacial, e, ao que tudo indica, caminhamos para mais uma grande transformação climática que já começa a afetar a vida das populações nas grandes cidades, como por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro. Os aquíferos começam a demonstrar sinais de esgotamento pela falta de chuvas regulares cujas causas certamente estão além da ação humana, mas que o homem com sua tecnologia poderá  minimizar os efeitos. Os apagões são uma constante, mas os governos preferem fazer política menor. Caminhamos para um período de vacas magras e de subdesenvolvimento graças à miopia e falta de planejamento de um governo medíocre apegado ao poder.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ESTUDAR PARA SABER, CONHECER, CRESCER, MELHORAR O MUNDO E ESCREVER UMA NOVA HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO.


- “Estamos, agora, nos dias das coisas pequenas e dos homens medíocres”. (Stein – 1815).

Mais de Meio milhão de estudantes zeraram a redação no exame do ENEM! (2014). Faltou estudo por parte dos alunos, principalmente leitura de qualidade; faltou competência do sistema educativo em vigor que se tem preocupado mais com ideologias do que com o verdadeiro conhecimento.
O Brasil precisa de inovação cientifica; precisa mudar a  educação; conhecer a biodiversidade e participar do seu uso de forma adequada; mudar a ótica dos problemas e aprender novas soluções. Tudo isso passa por uma mudança radical na Educação, e uma nova forma de fazer política onde os cargos sejam exercidos por técnicos nas diversas áreas da administração pública.
O discurso lido pela presidente no dia da posse para o seu segundo mandato apresentou a promessa de uma reforma na educação – Brasil Pátria Educadora. Certamente será uma reforma pontual de quem desconhece o assunto.
Em primeiro lugar é preciso ter um planejamento, com metas claras. Qual o currículo? Qual o método? Quais as estratégias? Haverá avaliação continuada respeitada a meritocracia para a aprovação?  Pois, tudo é previsível. Como previsíveis são os efeitos negativos na educação como está sendo conduzida por um sistema burocrata que só tem produzido o desmonte generalizado do ensino público, cujos resultados estão aí – alunos chegando à Universidade sem saber ler e escrever. Querem culpar os professores! Porém, está claro que a insistência em: Reciclar professores; Cronometrar aulas, saberes e aprendizados apontam para o desejo de criar comportamento de manada. A Universidade para a qual os alunos estão sendo direcionados, no entanto não está dando oportunidade ao aluno de desenvolver conhecimentos além do que já existe. Eu tive a sorte de estudar e trabalhar numa época em que o professor era respeitado, e, os alunos iam à escola para estudar e aprender técnicas de pesquisa cientifica elaborando trabalhos de campo.  
Considero válida a opção do estudo em casa para  as famílias que desejam elas próprias assumir a educação integral de seus filhos; porém, eles têm tido sua autoridade paterna contestada e são passíveis de punições sob a acusação de abandono intelectual de menor (!).
O pensar diferente incomoda aos ditadores em geral, pois o individual é capaz de observar o coletivo. Aos ditadores interessa o coletivo que não tem capacidade para ouvir, entender, respeitar o individual; o individuo que pensa se lhes apresenta como uma ameaça. - Quanto maiores as regulamentações coletivas, maior é a imoralidade dos homens...

Observação: - A história da humanidade registra os progressos de nações, e os conflitos e choques de culturas. A  História é a das civilizações. A civilização é por um lado o progresso das técnicas, e por outro, o progresso da espiritualidade. Este é imprescindível e se realiza através do estudo.

A história política é em grande parte uma história parasita. Ela é opressora da verdadeira história das conquistas materiais e tecnológicas. Ela usurpa o lugar e até o nome da verdadeira história. Estamos, agora, nos dias das coisas pequenas e dos homens medíocres. A história se repete. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

ESTRANGEIROS EM PIRAJU- 1939


Fazendo uma pesquisa sobre as origens de familiares que vieram da Espanha como imigrantes no inicio do século XX, achei através da internet, no Jornal ‘Folha de Piraju’,  a relação de estrangeiros em Piraju -1939 (compilação do Sr. Antonio Alves da Fonseca). 
A extensa relação consta de 1323 verbetes com o nome dos estrangeiros residentes na cidade de Piraju e região em 1939, que, em cumprimento ao Decreto Lei nº341 de 17/03/1938 do então presidente Getúlio Vargas, compareceram à Delegacia de Policia de Piraju - Serviço de Registro de Estrangeiros – para renovar seus registros. O Decreto também regulava a apresentação de documentos dos estrangeiros, a começar pelo passaporte assinado por autoridade da imigração com a devida autorização para trabalhar no Brasil. A Certidão concedida ao imigrante por ocasião dessa apresentação obrigatória continha no verso: -  as instruções que deveriam ser cumpridas - como o prazo de 30 dias de permanência após o que, era obrigatória a apresentação à polícia local para o Registro e recebimento da nova Carteira de Estrangeiros; -  as multas a serem aplicadas no caso do descumprimento da lei; e outros detalhes - como o do estrangeiro que se destinasse ao trabalho rural, ser expulso do país caso abandonasse a atividade agrícola antes de completar quatro anos após sua entrada no país.

A relação de estrangeiros divulgada obedece a ordem de apresentação iniciada em 12/09/1939.
Cada verbete contém o nome completo do estrangeiro, cidade e país de origem, filiação, data de nascimento, nomes de familiares (cônjuge e filhos), local de residência no país e atividade a que se dedicava (comércio, indústria, serviços, atividades agrícolas, etc.) além do nome do navio-vapor em que viajou, data de chegada e o porto onde desembarcou. Os navios-vapor citados são: - "Manila", "Arno", "Atlântico”, "Mendonza", "Cesare Battis, "Aquitânia", "Hespanha", "Provence", "Francesca Trieste", "La Plata Mar", "Arábia Maru", "Orânia", "Friz", "Zrefeld", etc. - pertencentes a várias bandeiras e que faziam linhas regulares entre portos do mar Mediterrâneo e da América do Sul, com destaque para Brasil e Argentina.

As datas de entrada variam de 1891 a 1937, demonstrando picos de entradas de imigrantes ora italianos, ora espanhóis, ou japoneses, sírios, portugueses, etc. Os portos de entrada eram Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ), com passagem obrigatória pela casa do imigrante, de onde seguiam para seus destinos de trabalho.
Num levantamento geral constatamos que os imigrantes que se dirigiram para a região viviam na cidade de Piraju, e localidades vizinhas (Manduri, Timburi, Fartura, Sarutaiá, Belo Monte atual Tejupá, São Bartolomeu, etc.) ou na área rural em sítios ou fazendas - Araras, Água da Estiva, Lageadinho, Neblina, Bica de Pedra, etc.
Havia no município um predomínio de imigrantes espanhóis (399 pessoas além dos familiares) provenientes de várias cidades como Toledo - Mohedas de La Jara, Granada, Málaga, Múrcia, Valencia, Almeria, etc. Seguiam-se em número os italianos com 350 pessoas além dos familiares, os portugueses aparecem em terceiro lugar em número de 136; seguidos por japoneses (128), sírios (117), lituanos (22), argentinos (21), libaneses (21), alemães (11) e uma variedade de outros imigrantes como: suíços, poloneses, romenos, austríacos, húngaros, russos, argelinos, marroquinos, gregos, holandeses, paraguaios, uruguaios, filipinos, etc.

Em alguns verbetes faltam dados ou há imprecisões nos nomes. Outros contém fotos.Somente os filhos menores eram relacionados, como em nosso caso, eu e meus irmãos constamos do verbete correspondente a nossa mãe.
 Verbetes:
253- ESTEVAM SANCHES SORIA, espanhol, natural de Moeda de La Jara; nascido a 15 de agosto de 1905. Casou-se com Agustina Lopes – vide registro 240. Filho de Vicente Sanches Fernandes e de Basilisa Sória Fernandes. Lavrador, proprietário da Fazenda “Água da Estiva”, no município de Piraju. Filhos: vide registro 240. Chegou ao Brasil em 03 de junho de 1911, desembarcando no Rio de Janeiro, do navio “Hespanha”.  29/10/1939.
Verbete 240- AGUSTINA LOPES, espanhola, natural de Moeda de La Jara; nascida a 28 de agosto de 1907. Casou-se com Estevam Sanches Sória, espanhol, nascido a 15/08/1905. Filha de Lauro Lopes e de Augusta(Justa) Moreno. Doméstica, residente na Fazenda “Água da Estiva”, município de Piraju. Filhos: Lauro (nascido em Piraju em 19 de fevereiro de 1933), Mario e Martina, com 6, 5 e 3 anos de idade, respectivamente. Chegou ao Brasil em 18 de abril de 1910, desembarcando em Santos do navio “Francesca Trieste”. 23/10/1939.

Nota: Este texto foi publicado inicialmente em janeiro de 2009 no site do Shvoong.com – (desativado em setembro/2014) - devido ao interesse despertado, o texto foi revisto e acrescido de verbetes, passando a fazer parte deste Blog.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O ETERNO APRENDIZ - PALAVRAS DE INCENTIVO POR UM MUNDO MELHOR E DESARMAR O ESPIRITO BELICOSO.


Levanta-se o Sol, e põe-se o Sol, e volta ao seu lugar onde nasce novamente... - “Geração vai, e geração vem; mas a Terra permanece a mesma. Vaidade de Vaidades! Tudo é Vaidade”. (Ecl. 1-2)

Vamos lá! Para ter um mundo melhor, façamo-lo acontecer com muito estudo, trabalho, tolerância pelo diferente, respeito mutuo, devoção, desejo sincero de melhorar... Como disse Charles Chaplin:
- “Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegura o ensejo de trabalho, que dê futuro à juventude e segurança à velhice”.

Confúcio, Gurudev, B. Russell, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, São Vicente de Paula entre outros são apenas alguns nomes que, com atos e palavras, nos deixaram lições muito úteis para superar momentos de dificuldades pessoais ou sociais.

1-     - “Abençoar significa ajudar. O céu ajuda ao homem de devoção; os homens ajudam a quem é sincero. Aquele que caminha na verdade e pensa com devoção, reverenciando ainda aos homens dignos, é abençoado pelo céu. Ele encontra a boa fortuna e tudo lhe é favorável” .
Confúcio (551 – 479 A.C.) > sábio chinês que se preocupava mais com a orientação da sociedade do que com a religião. Uma coleção com seus ditos é chamada de  ‘Analectas’  inclui  conselhos (‘Se queres conhecer o futuro, estuda o passado’; ‘Paga a injúria com a justiça e a bondade com a bondade’) . Seu pensamento ainda influencia muitas sociedades, mesmo as que estão sob governos comunistas. Ele foi ministro do Estado de Lu (atual Xandong) e se preocupava com a ética, a piedade, o dever e a estabilidade do Estado; segundo a filosofia confucionista ética e política são inseparáveis.

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2 - “Há triunfos que só se obtém pelo preço da alma, mas a alma é mais preciosa que qualquer triunfo”. – “O Homem só ensina bem o que para ele  tem poesia.” – Mesmo que um copo d’água baste ao sedento, o rio se oferece todo, por isso ele Canta”.
- Rabindranath Tagore (Gurudev)  1861 – 1994 -  poeta indiano, também foi romancista, músico e dramaturgo destacou-se na literatura bengali,falando sobre temas políticos e pessoais. Advogado de formação filosófica dedicou seu tempo a projetos em agricultura, na saúde e na educação. Criou uma escola dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. Premio Nobel de Literatura em 1913.

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  3- “O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes e os inteligentes são cheios de dúvidas”.
Bertrand Russell (1872 – 1970) – filosofo e matemático britânico, conhecido por seu trabalho na lógica e na matemática do conhecimento – a matemática se baseia na lógica. Critico em relação à religião que pensava haver retardado o progresso humano.

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4- “Um erro não se converte em Verdade pelo fato de que todo mundo acredita nele.”  
- Mahatma Gandhi 1869 – 1948 > Indiano pacifista ganhou renome internacional ao liderar uma campanha de resistência passiva e desobediência civil; o objetivo era a Independência do país. Não Violência e Verdade!

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5-  “Antes de ensinar às pessoas a salvarem suas almas, é preciso permitir-lhes viver em condições tais para que possam saber que tem uma.” 
- São Vicente de Paula > (1581- 1660) > Sacerdote francês dedicou boa parte de sua vida aos pobres e defendeu o direito à dignidade humana no tempo em que as pessoas eram condenadas às galés. Para atender aos camponeses fundou a Congregação da Missão e atraiu a participação de Senhoras – ‘as Damas da Caridade’ (Vicentinas). Elas passaram a atender nos hospitais (Santas Casas), escolas, nos campos de batalha, crianças  abandonadas (orfanatos), pessoas idosas (asilos). A ordem está presente em todos os continentes com mais de 2.400 casas.

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6- “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”. - “A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância”.  (Dalai Lama – líder tibetano ora no exílio).

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7- “A Liberdade, quando começa a criar raízes, é uma planta que cresce rápido”.
 - George Washington – 1732 – 1799 > foi o primeiro Presidente dos EUA, conhecido como ‘pai da nação’; seu elogio fúnebre: ‘foi o primeiro na Paz, o primeiro na guerra e o primeiro no coração de seus compatriotas.

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7 -  “Os grandes erram sempre ao brincar com os seus inferiores. A brincadeira é um jogo, e um jogo pressupõe igualdade.”
- Honoré de Balzac (1799 / 1854) > escritor francês foi considerado um dos maiores romancistas do mundo. Em ‘A Comédia Humana’ apresenta uma imagem aprofundada da sociedade francesa do seu tempo.

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8-“A maldade bebe a maior parte do veneno que produz”. -  “Quem decide um caso sem ouvir a outra parte não pode ser considerado justo, ainda que decida com justiça.”  

- Sêneca  (4 a.C – 65) > escritor romano de tragédias latinas baseado em mitos gregos como: Édipo Rei, Medeia e Agamenon.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

MAR SEM FIM – EMBARQUE NESSA AVENTURA


O fascínio pelo mar é irresistível. Suas belezas surpreendentes. A viagem pelo litoral brasileiro apresentada em documentário do jornalista João Lara Mesquita vale cada minuto do embalo do ‘Mar Sem Fim’. O roteiro tem inicio no Oiapoc, percorre todo o litoral brasileiro até o Chuí, e mais o percurso até Uashaia – lá no ‘fim do mundo’ – extremo sul da Patagônia. E além está a Antártida – o Continente gelado!

É verdade que assistir pela TV ou em Vídeo, não é a mesma coisa que estar a bordo da embarcação; porém os cenários e as informações que acompanham o roteiro compensam pelo visual e aprendizado que nos é transmitido.
Em 2013 acompanhei a série ‘Mar Sem Fim’ pela TV Cultura. Como vale reprise, estou assistindo aos vídeos desta etapa ao mesmo tempo em que comecei a acompanhar a nova e importante etapa com visitas às Unidades de Conservação do Litoral – agora fazendo o percurso inverso – de Sul para o norte.

Para mim foi como voltar no tempo das aulas de campo com o dinâmico professor Aziz e colegas de Faculdade. A primeira aula no gênero foi no litoral paulista e uma das observações foi a formação da restinga que acabou ligando a ilha Porchat ao continente – São Vicente. Outra aula foi  sobre os sambaquis. O aprendizado é constante. Conhecer para preservar e valorizar um patrimônio que representa VIDA – esse é o objetivo. Parabéns pela iniciativa.

Para quem gosta do mar e da natureza, têm hoje a tecnologia a seu dispor para dispor no aconchego, as belezas de um mundo repleto de belezas, em que vive, e que mal conhece.
No site Mar Sem Fim c.mais.com - ou em Expedição Costa Brasileira – João Lara Resende – há 90 vídeos mostrando cada etapa do percurso realizado pelo velejador – valem por um curso – ou como um prolongamento das férias – sem perder de vista as novidades do dia a dia pelo país afora, com águas não muito tranquilas, temporais e problemas extremos entre radicalismos e cabeças duras.

A difícil arte de conviver com o diferente pode ser superada. Liberdade com responsabilidade e respeito acima de tudo... Inclusive para com a Natureza.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O 'SÃO SEBASTIÃO DO TIJUCO PRETO"

A CIDADE DE PIRAJU – ESTÂNCIA TURISTICA  do interior paulista, localizada às margens do Rio Paranapanema, no próximo dia 20 – dia de São Sebastião – padroeiro da cidade - comemora mais um aniversário. Este texto - resumo do livro “O São Sebastião do Tijuco Preto” - é em sua homenagem.

O "SÃO SEBASTIÃO DO TIJUCO PRETO” 

    Autor: Constantino Leman

 

 

O livro: "O São Sebastião do Tijuco Preto"- de autoria do jornalista e historiador Constantino Leman - é uma monografia escrita em 1969. O prefácio é de Silva Ramos, romancista que fala do esforço do autor para realizar a pesquisa, as dificuldades naturais como a falta de documentação, tendo que recorrer ao testemunho idôneo de moradores da cidade adotada como sua terra - Piraju - suprindo a história oficial do município.

Na "orelha" temos a biografia do autor redigida por Luiz Caramaschi - lembrando que "nenhuma coletividade pode tomar consciência de si mesma, sem deslembrar a sua história".

O autor discorre sobre a história político-social e econômica do então nascente município, seus primeiros moradores e como se organizou o que hoje é a cidade. Retrata a infância – ‘30 anos de sua história’ - da atual "Estância Turistica de Piraju" localizada às margens do rio Paranapanema - São Paulo.

A narrativa tem início com a viagem da família Arruda e seu itinerário desde a cidade de Botucatu, passando por São Bartolomeu, Coqueiros e Manduri antes de atingir as barrancas do caudaloso rio Paranapanema cheio de corredeiras.

Joaquim Antonio de Arruda comprou terras nessa região e para lá se deslocou para lá no ano de 1856, com a família, agregados, uma boiada, mulas; a comitiva atravessa campos, riachos, coqueirais, terrenos a princípio acidentados e depois mais abertos - os chapadões, até chegar a Manduri – o nome atribuído é devido à presença de grande número dessas pequenas abelhas.

A comitiva acampou na região e os filhos partiram em busca do rio que servia de referência para a localização das terras adquiridas. Eles tinham notícias da presença de índios na região, os Caiuás, e temiam um encontro.

Ao atingirem as margens do rio Paranapanema, devido a dificuldade para atravessá-lo, acamparam no "bairro dos catetos". Nova busca, encontraram uma passagem segura, ganhando a outra margem com a comitiva. Ao chegar ao local  adquirido, encontraram outras famílias já instaladas: - Domingos Faustino de Souza, cujas terras faziam divisa com as de Joaquim Antonio de Arruda, e o vizinho João Antonio Graciano.

O espírito religioso da família Arruda, devota de São Sebastião, veio de encontro ao desejo dos outros moradores de construir uma capela em homenagem ao Santo. A doação de terras entre as famílias Arruda, Graciano e Faustino deu origem ao Patrimônio de São Sebastião do Tijuco Preto. A construção da capela de taipa atraiu a curiosidade da vizinhança e moradores como Nhá Zuina (Da. Gesuína) que se sentiu provocada, pois, como moradora antiga não havia sido consultada pelos novos vizinhos. A capela foi construída e o sino trazido de Botucatu foi instalado ao lado. Boa parte da construção coube à família Arruda; hábeis artesãos no trabalho com madeira fabricaram as portas, janelas e demais detalhes que ornaram a capela.

A possível origem da denominação "Tijuco Preto" - considerado uma corrupção da expressão guarani da palavra Teyquê-pê que significa entrada (Teyquê), e caminho (pê). O local já era conhecido na capital paulista graças aos "cometas" - comerciantes que percorriam a região em lombo de burro; eles serviam de correio e de jornal levando e trazendo notícias.

No capítulo dedicado aos índios "Caiuás", conta como chegaram à região. Uma tribo de índios caiuá de nome "Piraju" se instalara na região em 1845; fugiam dos índios "coroados" em busca de caça e pesca farta do rio. Uma parte ficou em Itararé em terras pertencentes ao Barão de Antonina onde missionários italianos trabalhavam na catequese; a outra veio para Tijuco Preto.

    A Imagem de São Sebastião - O contacto com os índios ‘Caiuás’ se deu quando, procurando trabalhadores para suas terras, Joaquim Antonio Arruda descobriu que eles possuíam uma imagem em madeira do santo de sua devoção - São Sebastião! Feita a troca e despertada a cobiça, segundo a história, seguiu-se uma série de incidentes de roubo da imagem já instalada na capela; após várias diligências, inclusive do Barão do Rio Branco, a pendência entre indígenas e moradores de Tijuco Preto foi solucionada; a imagem, como relíquia e símbolo religioso permanece na atual Igreja Matriz de Piraju. São Sebastião tornou-se o Santo Padroeiro da cidade.

  O autor prossegue com o histórico da criação da Paróquia de São Sebastião do Tijuco Preto (29/08/1872) e as eleições de Juízes de Paz, Vereadores e "Eleitores". O município foi criado pela lei 111 de 25/06/1880 - cita os primeiros personagens da história político -social do município cuja população esparsa refletia o quadro nacional da época, gerando conflitos de interesses.

A região foi considerada "covil de criminosos" até quando o Gal. Ataliba Leonel assumiu o comando político.

Ressalta a importância do rio Paranapanema como via de acesso ao interior junto a uma estrada com ramificações ligando localidades como Fartura, Belo Monte (Tejupá), Tijuco Preto, Ilha Grande (Ipauçu).

Ao falar do traçado urbano, o autor  cita as três principais ruas que deram a base de desenvolvimento e crescimento da pequena vila em formação: - ‘Rua 13 de Maio’, ‘Rua Major Mariano’ e ‘Rua Carlos de Campos’ que na época se chamavam respectivamente: ‘Rua do Comércio’, ‘Rua da Ponte’ e ‘Rua da Cadeia’; e as nove travessas (Rua da  Aurora - atual Esaldivar Serra Braga;, Rua do Melchior - atual Francisco de Oliveira, Rua do Alferes - atual Cel. João Oliva; Rua do Chafariz, ou da ‘biquinha’, atual Nenê Freitas; a atual Rua João Hailer era a Rua Itararé; a atual Rua Cel. Nhonhô Braga era a rua do Ipiranga, e a Rua 7 de Setembro que conservou o nome, etc.). Também foram definidos o Largo da Matriz e o Largo do Arruda.

Os dados estatísticos (1886) se referem às atividades comerciais e agropastoris com a produção de fumo, café, cana, e a criação de porcos. Fala também da administração municipal sem verbas nem para iluminação pública autorizando aos moradores a iluminarem a frente de suas residências.

A pequena cidade de Piraju se destacou por ato da Câmara no dia 15/01/1888 antecipando a abolição da escravatura; não há registro do número de beneficiados.

A cerimônia de adesão ao Regime Republicano, atendendo a orientação do governo do Estado, teve sessão solene e discursos ao som da Marselhesa (hino frances) executada pela Banda de Música local.  A Proclamação da República trouxe um novo quadro de interesses e conflitos à cidade envolvendo os antigos e os novos moradores.

Em 1890, o intendente Benedito da Silveira Camargo solicitou a mudança do nome da cidade para "São Sebastião de Piraju", primeiro e verdadeiro nome, no que foi atendido pelo decreto no. 200 de 06 de Junho de 1891, do presidente do Estado de São Paulo Américo Brasiliense de Almeida Mello. Cita várias pesquisas para determinar a origem do município - teria sido desmembrado de Botucatu ou pertencente a Faxina (Itapeva); ou teria pertencido a Rio Novo, atual Avaré.

Encerra o trabalho oferecendo-o ao Brasil como o "retrato da infância de uma das mais belas cidades" - Piraju.

Nota: Este texto foi publicado inicialmente em janeiro de 2009 no site do  Shvoong.com – (desativado em setembro/2014) - devido ao interesse despertado, o texto foi revisto e ampliado, passando a fazer parte deste Blog.