Um despertar
inimaginável há algumas semanas, ganhou uma dimensão de mobilização popular tal
que o que era para provocar o governo paulista por conta dos R$0,20 do aumento
das tarifas dos ônibus, tomou conta de norte a sul do país. Dia a dia uma multidão está comparecendo. Os políticos
sumiram como chapéu velho!
A esplanada dos
Ministérios em Brasília, cartão postal do Brasil transformado em praça de
guerra obrigando a PM a agir contra os baderneiros... Em São Paulo, petistas
tiveram que enrolar suas bandeiras e ouvir um sonoro coro dizendo: ‘fora PT e
leva a Dilma com você’. No Rio de Janeiro depredações, confrontos, vandalismo que
obrigaram a PM a agir contra os manifestantes que se isolaram da multidão que
fugiu para o centro – Candelária. Em Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campinas,
Belém, Ribeirão Preto e em muitos outros pontos de concentração houve atos de
vandalismo, violência e depredação exigindo a presença da PM. E por aí vai...
A imprensa e alguns
comentaristas minimizam os atos de vandalismo dizendo que são praticados por ‘minoria’
(não tão minorias); acusam e demonizam a força necessária usada pela PM para
restabelecer a ordem, e acham que o povo tem o direito de se manifestar,
colocar fogo em carros e ônibus, sujar paredes, depredar o patrimônio público e
privado, e fechar ruas onde quiser, sem respeitar os direitos de ir e vir dos
demais.
Este é o panorama
geral que vigorou nesta semana. O trigo e joio começam a ser separados. Tal qual
como foi em 1964 quando os militares tomaram a decisão de interferir e por um
fim à baderna que começava a reinar.
O que de positivo está
restando é a conscientização de uma grande parte a população cansada de tantos
desmandos. Se 84% dos cidadãos consultados são apolíticos, então o restante são
de politiqueiros e militantes baderneiros – aqueles que são pagos para
demonizar governos de oposição, depredar o patrimônio público, desrespeitar a
ordem e a lei.
Há males que vem
para bem, diz a voz popular. Recuar nem sempre é perder a batalha. O recuo do
aumento dos $0,20 abriu uma oportunidade para que outras vozes se levantem e mostrem a insatisfação generalizada contra a
classe política, especialmente aquela que adora viajar pelo mundo às custas dos cofres públicos, fazer cortesia
com o chapéu alheio, se dizem representantes dos trabalhadores, pelo social e
tudo pelo povo.
O movimento
certamente não vai se esvaziar da noite para o dia. Mas há uma luz no fim do túnel.
A avaliação do governo atual ficou bem
clara; já se sabe quem está satisfeito porque está com a vida mansa, e quem
está descontente – a grande maioria – e quer uma mudança imediata. O que está
aí já perdeu a validade. Quanto tempo ainda tardará para que uma nova ordem se
estabeleça, ainda não dá para saber. A melhor pesquisa de opinião popular já
está ressoando de norte a sul. O brasileiro está mandando um recado claro aos políticos:
– A festa acabou. Ou trabalham ou deixam o cargo. Vocês são empregados, não
patrões.