É preciso fazer algo! – é o que
todos sentem. Mas ainda não sabem o que fazer, nem como. Por ora o que se tem
visto é grupos de ativistas, acompanhados por uma população desorientada, onde
cada um está expondo seu ponto de desconforto em relação ao que está acontecendo
no país há anos: corrupção, impunidade, precariedade dos serviços, saúde
sucateada, educação uma calamidade, violência, etc. Nota-se um misto de
indignação e desejo de participar, de reivindicar por mudanças de rumos. A ‘nova
democracia’ como está sendo chamada por alguns, na verdade é o caos se
instalando. Acenam com reformas políticas. Aí mora o perigo.
A turma do passe livre teve ontem
uma vitória de pirro, com o recuo dos governos no aumento das passagens. Tudo tem
um custo. Para eles, que tem verbas para continuar fazendo seus movimentos e,
portanto não precisam se preocupar com preço de transporte coletivo foi uma
vitória, mas não uma conquista para a sociedade; esta é que vai pagar o preço.
Quantos brasileiros se auto-exilaram
no exterior por falta de oportunidades no país? Quando o então presidente Lula
começou a inaugurar Universidades prometendo exportar inteligências, ele se esqueceu que não basta discurso. Como fundador
do partido dos trabalhadores deveria saber que com trabalho sério, diário, persistente,
metódico do dia a dia é que se obtêm
resultados concretos. Pressupõe-se que ele e todos os filiados do partido trabalhista
saibam que trabalhador é aquele que trabalha. Dez anos depois do partido dos
trabalhadores no poder, falta mão de obra qualificada, promovem bolsas de
estudo em universidades no exterior, falam em importar médicos. Falam em trazer
6 mil médicos cubanos para trabalhar nas periferias dos grandes centros... Serão
médicos ou doutrinadores a serviço da internacional comunista? Uma juventude
carente de um modelo – tipo pai herói, ou herói nacional – órfã de famílias
vivas é terreno fértil para a doutrinação onde o estado laico já marca posições:
legalização da maconha, aborto, criminalização de tudo o que contrarie a agenda
deles. As bandeiras dos ativistas, mesmo que aparentemente estejam sendo
repelidas pela população (84% dos participantes nas manifestações disseram não
terem motivação política) são bem claras e não vão parar com a agitação. Faz parte
de sua ‘profissão’. Para isso são bem pagos.
O Brasil é primeira página nos
jornais do mundo que acreditava que o país paraíso continuaria deitado
eternamente em berço esplendido e que assim deveria ficar para ser usufruindo
pelas gerações do futuro. A surpresa com que alguns periodistas se manifestaram
no exterior perguntando - porque agora o Brasil? – está tendo sua resposta. O Brasil
começou a acordar. Falta ainda um rumo, mas as coisas vão mudar. O recado está dado. E não serão vitórias de
pirro de ativistas minoritário ou os grupos de vândalos a destruir o patrimônio
público que vão impedir que a Lei e a ordem predomine.