sexta-feira, 30 de novembro de 2012

COMPORTAMENTO NEURÓTICO - DO SOFRIMENTO À VINGANÇA


Há pessoas hipersensíveis que reagem mal a toda e qualquer situação em que sintam que estão sendo injustiçadas ou vitimas; elas vêem inimigos em potencial em todas as pessoas. Se cismarem com o ‘olhar feio’ de fulano/a, partem logo para a agressão física ou verbal, ou se refugiam em lamentações fazendo-se de coitadinhas.
Em tempos de colégio, quando alguém se abespinhava por ‘dá cá aquela palha’, logo recebia uma crítica mais ou menos ácida ou de deboche: - ‘Maria dolorida’, ‘casquinha de ferida’, ou diziam que a pessoa em questão era ‘cheia de dedos’, ou que tinha ‘cotovelo maior que o braço’; seguia a pergunta: - ‘a carapuça serviu?’... Eram expressões que procuravam chamar a atenção da ‘abespinhada’ para uma conduta pouco esportiva, e, ou exagerada em relação a fatos corriqueiros, procurando trazê-la à realidade.
Entre as pessoas problemáticas nos relacionamentos sociais há aquelas que são um verdadeiro muro de lamentações. Na época dos modismos alternativos havia a tal da ‘sofrologia’ – uma terapia psicológica em que as pessoas eram incentivadas a relembrar os fatos tristes e traumáticos à exaustão e chorar tudo o que tinham direito de chorar. Na verdade, se por um lado pode aliviar certas tensões guardadas no subconsciente, por outro não resolviam por inteiro o problema, pois alguns cultivam suas neuroses além dos limites do racional. Eles não se dão conta de que muitas vezes 99% dos problemas são produtos da imaginação fértil mal direcionada. Perdem com isso momentos preciosos da vida que poderiam ser utilizados de muitas e variadas formas de crescimento pessoal, como: trabalho produtivo, lazer, estudo, convivência familiar e social harmônica, de respeito e tolerância.
Inconscientemente essas pessoas costumam impor a si ou aos seus semelhantes, exigências  como o tal do ‘politicamente correto’ da atualidade. E, ai de quem pensar diferente! A ‘Maria dolorida, casquinha de ferida’ surge num passe de mágica. Como os tempos são de alta exposição na mídia e em redes sociais, essas pessoas ganham seus minutos de fama sob os refletores satisfazendo assim sua necessidade neurótica de auto-afirmação e de exibicionismo.
A mente humana necessita de disciplina, não de imposições. Externar conflitos íntimos é saudável desde que direcionados visando o próprio aperfeiçoamento focalizando valores éticos e morais que o elevem como ser humano. O atribuir aos outros todas as ‘desgraças’ da vida é no mínimo uma conduta irracional. Transformar o sofrimento real ou imaginário em muleta ou numa arma contra as pessoas ou contra a sociedade consiste numa espécie de vingança contra injustiças sofridas – reais ou imaginárias – numa perda de tempo e de energia. É o que tem ocorrido nos últimos tempos onde os ódios e preconceitos de toda espécie têm sido cultivados em nome de causas pouco nobres. Toda grandeza está na não violência, no respeito mutuo, na benevolência e na tolerância.
Aceitar o que a vida nos oferece e tirar o melhor proveito que se possa das oportunidades é o segredo para superar medos e inseguranças.