No encontro de lideres latino americanos em Cádiz – Espanha –
percebemos uma clara ansiedade dos representantes do velho mundo, ex-conquistadores e povoadores da América
Latina, em esperar por um apoio efetivo de além mar. Empregos! Empregos para
seus desempregados. Empregos para quem está habituado com mordomias do socialismo.
Em fins do século XIX e início do século XX migraram para o
Brasil milhares de espanhóis, italianos, portugueses, sírio-libaneses,
japoneses, alemães, etc. Fugiam da pobreza e da falta de oportunidade em seus
países; eles vinham ocupar os espaços que a mão de obra escrava deixara vazios,
especialmente nos campos.
Cem anos atrás meus avós chegaram ao Brasil entre as levas de
imigrantes. Meu avô costumava relembrar de como fora a viagem (cuando pasamos de buque el
charco a camino de América...). Sem regalias se instalaram na área rural e enfrentaram o
trabalho duro do campo – café, criação de gado, agricultura de subsistência. Na
minha infância, a pequena cidade de Piraju (SP) era uma verdadeira comunidade
internacional.
A América tem imensos espaços vazios. Muito trabalho por
fazer. Muitos problemas por resolver. Fico a imaginar como será a vida desses
possíveis novos migrantes redescobrindo o continente que já forneceu inúmeras
riquezas (minerais, agrícolas) ao velho mundo. Virão eles com vontade de
trabalhar duro como ocorreu com os que vieram há um século atrás? – Certamente
dirão que os tempos são outros. Que tem especializações em áreas técnicas, que
podem ajudar com logística e tecnologia de ponta, etc. Brasil, Argentina,
Bolívia, Paraguai, Venezuela, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e todos os demais países
latinos certamente terão condições de absorver essa mão de obra se houver um
planejamento adequado que oriente a entrada desses estrangeiros para que não se
tornem mais um problema social local.
Governantes brasileiros na última década venderam ao mundo
uma imagem de país próspero no meio de crises mundiais.
E agora? Esperar para
ver no que vai dar essa nova leva de migrantes ‘pasando el charco’... - bem mais rápido que os navios que um século
atrás partiam de Cádiz para o porto de Santos (SP) ou para o do Rio de Janeiro (RJ.