terça-feira, 20 de novembro de 2012

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


“Por causa dos nossos avôs pagamos nós”.
Gostei das colocações feitas por duas professoras e um psicólogo no programa ‘Sobre Todas As Coisas’- TV Cultura (GO) levado ao ar ontem (19-11) durante o debate sobre a importância dessa data, o problema do racismo, do preconceito e discriminação em relação ao negro. Destacamos três detalhes que nos chamaram a atenção em relação ao problema das diferentes reações em relação ao negro na sociedade. 1- Medo – desconfiança do que aquele negro poderá fazer contra nós; 2- A libertação – abolição da escravidão começou com a chegada dos negros ao Brasil – isto porque os negros eram feitos prisioneiros por lideres poderosos de grupos tribais inimigas, e, depois eram vendidos como escravos para serem enviados aos EEUU, Caribe e Brasil. 3- Necessidade de auto-afirmação da própria identidade por parte do negro e do mestiço em particular. Afinal, foi o branco que teve a pele escurecida ou o negro que teve a pele branqueada? O que importa é que a pessoa construa sua própria identidade, se goste como é, e se valorize através da educação.
Quanto ao tema ‘medo’ me remeteu à história sobre a presença dos mouros muçulmanos oriundos da Mauritânia – norte da África - na península Ibérica. A Espanha e Portugal foram invadidos no século VIII  e avançaram até a França. Só em 1492 a península foi reconquistada pelos monarcas cristãos. Seu domínio na região deixou muitas histórias de violência que naturalmente foram transmitidas através das gerações onde a imagem do mouro era de pessoa violenta.
Temos que admitir que psicologicamente o diferente cause desde simples curiosidade a susto, insegurança e medo. Na minha infância tive que enfrentar a curiosidade de crianças negras que moravam próximo ao nosso caminho rumo à escola. Eles corriam para ver os ‘branquinhos’ que tinham que ir a escola enquanto eles podiam ficar em casa brincando, pois estudar não fazia parte do costume de seu povo...
África não é um país. África é um imenso continente com inúmeros grupos tribais das mais variados culturas com usos e costumes particulares; a maior parte de seu território é dominada por ditadores milionários que mantém o povo na miséria, quando não ocorrem massacres. Os negros que vieram para América como escravos, podem não ter encontrado o paraíso. Mas com certeza saíram de um inferno. Depende deles melhorar suas condições; nada cai do céu para ninguém.
Observação: não consegui anotar o nome dos entrevistados no programa citado; a legenda se confundia com o cenário.
‘Somos todos semeadores. Plantemos sempre sementes do bem’