“Por causa dos
nossos avôs pagamos nós”.
Gostei das
colocações feitas por duas professoras e um psicólogo no programa ‘Sobre Todas
As Coisas’- TV Cultura (GO) levado ao ar ontem (19-11) durante o debate sobre a
importância dessa data, o problema do racismo, do preconceito e discriminação
em relação ao negro. Destacamos três detalhes que nos chamaram a atenção em
relação ao problema das diferentes reações em relação ao negro na sociedade. 1-
Medo – desconfiança do que aquele negro poderá fazer contra nós; 2- A libertação
– abolição da escravidão começou com a chegada dos negros ao Brasil – isto porque
os negros eram feitos prisioneiros por lideres poderosos de grupos tribais
inimigas, e, depois eram vendidos como escravos para serem enviados aos EEUU,
Caribe e Brasil. 3- Necessidade de auto-afirmação da própria identidade por parte
do negro e do mestiço em particular. Afinal, foi o branco que teve a pele
escurecida ou o negro que teve a pele branqueada? O que importa é que a pessoa
construa sua própria identidade, se goste como é, e se valorize através da
educação.
Quanto ao tema ‘medo’
me remeteu à história sobre a presença dos mouros muçulmanos oriundos da Mauritânia
– norte da África - na península Ibérica. A Espanha e Portugal foram invadidos
no século VIII e avançaram até a França.
Só em 1492 a península foi reconquistada pelos monarcas cristãos. Seu domínio
na região deixou muitas histórias de violência que naturalmente foram
transmitidas através das gerações onde a imagem do mouro era de pessoa
violenta.
Temos que admitir
que psicologicamente o diferente cause desde simples curiosidade a susto,
insegurança e medo. Na minha infância tive que enfrentar a curiosidade de
crianças negras que moravam próximo ao nosso caminho rumo à escola. Eles corriam
para ver os ‘branquinhos’ que tinham que ir a escola enquanto eles podiam ficar
em casa brincando, pois estudar não fazia parte do costume de seu povo...
África não é um
país. África é um imenso continente com inúmeros grupos tribais das mais
variados culturas com usos e costumes particulares; a maior parte de seu
território é dominada por ditadores milionários que mantém o povo na miséria,
quando não ocorrem massacres. Os negros que vieram para América como escravos,
podem não ter encontrado o paraíso. Mas com certeza saíram de um inferno. Depende
deles melhorar suas condições; nada cai do céu para ninguém.
Observação: não
consegui anotar o nome dos entrevistados no programa citado; a legenda se
confundia com o cenário.
‘Somos todos semeadores. Plantemos sempre
sementes do bem’