Cada vez que ouço
falar sobre a distribuição dos royalties do pré-sal (sabe Deus quando se
tornarão realidade...), lembro de dois textos didáticos de um livro de leitura
do antigo curso primário. Um deles narrava a história de uma garotinha que ia à cidade levando um pote de leite na
cabeça; noutro texto ela levava um cesto de ovos. Enquanto caminha sonha com o
que pode fazer com o resultado da venda do produto. No primeiro caso acabaria
sendo uma rica proprietária de um lindo rebanho de vaquinhas leiteiras; no
segundo caso teria uma grande produção de ovos pelo aumento do número de
galinhas poedeiras. Tão distraída ia que não viu uma pedra no caminho – sempre
há uma pedra no caminho... E, no tropeção, os sonhos foram por terra: o pote
quebrado e o leite derramado, no primeiro texto, e, os ovos estrelados na poeira
da estrada, no segundo texto.
A moral da história
do ‘não se deve contar com o ovo antes da galinha botar’ também vale no caso do
pré-sal. Os sonhadores de como utilizar uma riqueza que existe a alguns km de profundidade
sob as águas oceânicas são muito nobres: Destinar 100% para a Educação! Porém,
o produto ainda está lá e a disputa acirrada com brigas, debates, choro – com lágrimas
e tudo – mostram como não será fácil transformar em realidade o sonho.
Sabe-se, de
concreto, que os royalties do petróleo que já é explorado há mais de cinqüenta anos,
não atendem às necessidades das populações dos Estados produtores. Uma nota de
hoje fala de que talvez falte gasolina ainda este ano. A vida real é muito
diferente do faz de conta governamental.
O mundo moderno
precisa de cérebros pensantes práticos, objetivos, realistas, não de robôs
programados para responder a comandos.
Mais uma prova do
ENEM em curso. Aquela prova que serve para peneirar os alunos segundo critério
do ‘politicamente correto’. Aguardemos os resultados. Certamente as
estatísticas dirão que foi um sucesso. Na contramão, a realidade mostra os
resultados pífios de uma educação pública que a exemplo do pré-sal precisa de
muito tempo para ser resgatada do fundo do poço.