– Está prevista para fins de
novembro (28) próximo a passagem do cometa Ison. Segundo informações poderá ser
visto na direção do nascente; se atingir o brilho esperado poderá se parecer
com a lua cheia, mesmo durante o dia. Bem, tudo depende da sua rota... A rota parabólica
vai levá-lo às proximidades do Sol o que leva a hipótese de que seja destruído pelo
calor solar, frustrando assim a sua observação.
Espero que não
aconteça o que aconteceu com o cometa de Halley. Ouvi muitas vezes a descrição
da sua passagem em 1910 com o horizonte tomado pela longa cauda no fim do dia. Aguardei
anos sua passagem que se repetiria em 1986; as condições de tempo, as luzes das
cidades e a órbita em relação ao sol frustraram minha expectativa. Tive que me
contentar com fotos publicadas no dia seguinte. Não foi nada do que eu
imaginava.
São frequentes as
passagens de cometas. Um cometa que chamou a atenção por algum tempo foi o Kohoutek (1973).
Em termos de ver
cometas, não posso me queixar. Na primeira infância, durante uma cavalgada
noturna, meu pai me chamou a atenção para o Via Látea, e lá no alto, no meio de
milhões de pontinhos luminosos, contra o céu escuro estava uma ‘estrela de rabo’ – um belo e brilhante
cometa. Foi uma imagem maravilhosa, gravada na memória para sempre. Tempos depois
tive a oportunidade de ver dois cometas. Um deles, lá pelas 4 horas da
madrugada, pouco acima da linha do horizonte do lado nascente; parecia uma
pequena lua com intenso brilho e longa cauda que mergulhava na linha do
horizonte contra o céu escuro – magnífico! O outro, durante uma viagem pela
rodovia Raposo Tavares rumo à capital,
pouco antes do amanhecer. Destacava-se contra o fundo escuro do céu com longa
cauda levemente encurvada até que a luz solar diluiu sua imagem.
Os cometas eram
tidos como portadores de desgraças, guerras, pestes, cataclismos, mortes de
reis ou pessoas famosas. Porém, esses pequenos corpos errantes não oferecem
perigo algum à humanidade. Eles são compostos em sua maior parte de gelo e
gases envolvendo pequeno corpo rochoso. O cometa mais brilhante deste século
passou em janeiro de 2007 (McNaught).
Acredita-se que o cinturão de asteróides
funcione como um cemitério de pequenos cometas capturados e que só se tornam visíveis
quando a órbita permite uma maior aproximação do Sol o que ativaria o brilho. As
luzes das cidades e os hábitos pouco naturais da humanidade nos privam de
acompanhar o que vai pela vizinhança cósmica. Isso sem contar com o lixo
abandonado pelo homem em sua ‘conquista’ do espaço.
Sempre haverá um
belo espetáculo nos céus para quem tiver a curiosidade de parar para olhar...