domingo, 4 de agosto de 2013

ISON – MAIS UM COMETA À VISTA

 – Está prevista para fins de novembro (28) próximo a passagem do cometa Ison. Segundo informações poderá ser visto na direção do nascente; se atingir o brilho esperado poderá se parecer com a lua cheia, mesmo durante o dia. Bem, tudo depende da sua rota... A rota parabólica vai levá-lo às proximidades do Sol o que leva a hipótese de que seja destruído pelo calor solar, frustrando assim a sua observação.
Espero que não aconteça o que aconteceu com o cometa de Halley. Ouvi muitas vezes a descrição da sua passagem em 1910 com o horizonte tomado pela longa cauda no fim do dia. Aguardei anos sua passagem que se repetiria em 1986; as condições de tempo, as luzes das cidades e a órbita em relação ao sol frustraram minha expectativa. Tive que me contentar com fotos publicadas no dia seguinte. Não foi nada do que eu imaginava.
São frequentes as passagens de cometas. Um cometa que chamou a  atenção por algum tempo foi o Kohoutek (1973).
Em termos de ver cometas, não posso me queixar. Na primeira infância, durante uma cavalgada noturna, meu pai me chamou a atenção para o Via Látea, e lá no alto, no meio de milhões de pontinhos luminosos, contra o céu escuro estava uma ‘estrela de rabo’ – um belo e brilhante cometa. Foi uma imagem maravilhosa, gravada na memória para sempre. Tempos depois tive a oportunidade de ver dois cometas. Um deles, lá pelas 4 horas da madrugada, pouco acima da linha do horizonte do lado nascente; parecia uma pequena lua com intenso brilho e longa cauda que mergulhava na linha do horizonte contra o céu escuro – magnífico! O outro, durante uma viagem pela rodovia  Raposo Tavares rumo à capital, pouco antes do amanhecer. Destacava-se contra o fundo escuro do céu com longa cauda levemente encurvada até que a luz solar diluiu sua imagem.
Os cometas eram tidos como portadores de desgraças, guerras, pestes, cataclismos, mortes de reis ou pessoas famosas. Porém, esses pequenos corpos errantes não oferecem perigo algum à humanidade. Eles são compostos em sua maior parte de gelo e gases envolvendo pequeno corpo rochoso. O cometa mais brilhante deste século passou em janeiro de 2007 (McNaught). 
Acredita-se que o cinturão de asteróides funcione como um cemitério de pequenos cometas capturados e que só se tornam visíveis quando a órbita permite uma maior aproximação do Sol o que ativaria o brilho. As luzes das cidades e os hábitos pouco naturais da humanidade nos privam de acompanhar o que vai pela vizinhança cósmica. Isso sem contar com o lixo abandonado pelo homem em sua ‘conquista’ do espaço.

Sempre haverá um belo espetáculo nos céus para quem tiver a curiosidade de parar para olhar...