– Após uma análise
otimista sobre o panorama brasileiro atual, o ex-presidente Sarney deu sua explicação
às causas das manifestações ocorridas no Brasil. - ‘Temos a mais feliz das
infelicidades’. O povo tem tudo só que agora quer mais; deveria estar
feliz e não está, é sua conclusão em artigo (Tsunami
brasileiro) publicado no jornal El Pais.
-
‘Eu
era feliz e não sabia (!)’... Tudo vai bem no melhor dos mundos, inclusive no
Brasil na visão de políticos que já não distinguem o público do privado. Como se
sentiriam esses figurões tivessem que viver com salário mínimo, usar o sistema de saúde, de transporte
público, fila para tudo, etc.?
Agir
por agir do Governo - não resolve. Só cria mais
confusão. A eclosão da série de movimentos da população que parecia inerte por
um momento, causa surpresa. Povo gritando palavras de ordem nas ruas. Fazendo
exigências. Cobrando dos políticos soluções para ‘n’ problemas.
Veio a reação do
governo e de sua equipe. Uma reação típica
de alunos que folgaram o ano inteiro, e, com medo da reprovação, correm
para entregar todas as lições atrasadas de uma só vez. Reuniões com o todos os
39 Ministros. Proposta de Plebiscito! Uma Constituinte! Reforma Política! Passe
Livre. Contratação de médicos – sem resolver os problemas de infra-estrutura
que dê condições de trabalho ao profissional da área; mudanças no curso de
Medicina (!), etc. Dizem que uma lei
revoga outra. Recapitulando: a Lei Áurea
revogou a escravidão; as Leis Trabalhistas revogaram a Lei Áurea; a nova Lei
imposta aos médicos é mais um passo atrás - o viés ditatorial que foi usado no
caso dos médicos não combina com a democracia e com os direitos dos indivíduos.
Trabalho compulsório é anticonstitucional.
Formular propósitos
é fácil. O difícil é executá-los. O momento exige coerência sem precipitação
com base na razão e não na emoção. Sempre haverá egos lutando pela autoridade e
pelo poder. Nem sempre esses egos têm real preocupação com a situação
econômica, política, social ou de identidade de quem quer que seja.
É hora de refletir
sobre os rumos e as mudanças que podem vir de forma açodada, pois a pressão
tende a se manter. São muitos os setores se movimentando e cada um tem uma
agenda conforme interesses particulares e corporativos. A inércia de décadas
por parte do governo tinha que ter um fim.
Qual a lição que se
pode tirar de outros movimentos que já ocorreram pelo mundo, trocando políticos
corruptos, ineptos que deixaram de ouvir a voz do povo, por uma ‘cara nova’
utilizando os métodos democráticos?
–
‘A
lição não é simplesmente trocá-los por um líder que não seja apenas uma ‘cara
nova’ e que não se limite a dizer as mentiras que satisfazem a maioria. Mas, é preciso impedir que a ‘cara nova’ se
perpetue no poder, que uma vez chegada ao palácio não sai mais de lá. Ex. Fidel Castro em Cuba, Hugo Chávez na
Venezuela, Putin na Rússia, Berlusconi na Itália entre outros que ficam no
banco de reserva a espera de um descuido.
Para resolver os
graves problemas nacionais o governo não pode agir ao sabor dos acontecimentos
de forma improvisada e atabalhoada, demonstrando amadorismo. Generalidades
apresentadas – todas elas pertinentes – foi um convite a ação do agir pelo agir
querendo mostrar serviço. Nada mais.
Moralizar
é preciso - Por falar em público e privado, o Papa
Francisco, com firmeza e autoridade está a lembrar que o voto de pobreza
clerical não é mera formalidade. Em recente declaração disse algo que também
serve a todo político corrupto:
-
‘jamás se vió um camión de mudanza detrás
de um intierro’. Disse também que São Pedro não tinha
conta em Banco, numa referencia aos escândalos ocorridos no Vaticano e que
levaram o Papa Bento XVI à renúncia. Recomendou: ‘Uma Igreja pobre e para os pobres’.
‘O
pensamento é uma força vivente. Quero aplicá-la com prudência e saber’.