Quem é quem neste mundo de contradições?
Onde o bem? Onde o mal? - Amar os
inimigos... Não contrapor-se à violência? Como agir diante de tanta incoerência
no comportamento das pessoas, especialmente as que se dizem representantes do
povo?
O espírito que predominou durante o JMJ oscilou entre: o louvor alegre e festivo, ao
silencio reverencial; da palavra singela da paz, ao incentivo à mudança através
do protesto e do jaleo com a participação dos jovens; da oração em todos os
idiomas, ao simples gesto da benção papal; da Igreja aberta e ao ar livre para
levar a mensagem de todos e para todos, ao mais recôndito do coração solitário em
prece. O encontro, o ide e fazei vosso trabalho. Vencei o mundo. Mas o mundo
está repleto de lobos. Como enfrentá-los.
No dizer de M. Gandhi, amar os inimigos é
contrapor uma violência espiritual a uma violência material. Só pelo amor é que
se pode realmente ajudar eficazmente a quem está em estado de ódio. É dele a
frase: ‘Um único homem que tenha chegado
à plenitude do amor, neutralizará o ódio de milhões’.
No dizer do papa deve-se ir ao encontro das
pessoas como a mãe que acarinha – ela não o faz por correspondência. Ao ir ver
pessoas é preciso saber conviver com elas sem medo, pois o mal que elas podem nos fazer não nos fazem
maus. E isso é muito importante, pois estaremos cultivando a paz a
solidariedade, que supera todas as diferenças.
A luz sempre será mais forte que as trevas. O confronto e a insatisfação
produzidas por falsos valores materiais tem causado conflitos, atos de
violência e uma verdadeira escravização
do jovens e alienação dos detentores dos valores e do conhecimento.
O conceito de pobreza, numa política de paz e da
solidariedade está muito distante das ideologias que só tem olhos para o mundo
só das ilusões materiais descartáveis promotoras de conflitos ideológicos. Corresponde
à participação de todos no uso dos bens necessários a uma vida digna, descente
onde ninguém seja excluído. No passado, não muito distante, não havia essa insatisfação
mercadológica que a chamada civilização do descartável criou. Vivia-se sem
medo, com as portas e as janelas abertas para o mundo. Os tempos mudaram. Mudaram
os comportamentos. Mudaram os hábitos. Criaram-se falsos deuses do culto à
personalidade e aos valores do ‘quero mais’, não importa a que preço.
Por uma semana a palavra de Deus esteve na ordem
do dia na voz dos cristãos e das pessoas de fé. Que os corações não esmoreçam
no longo caminhar que há que percorrer... Um grande e importante passo foi
dado.