Vida longa, longa vida. Idade sem ser 'idadoso'. Viver o tempo que
tiver que viver sem sofrer com isso. Nem com aquilo que se foi.
O reencontro
com velhas amizades podem trazer de volta certos ‘Fantasmas’ de estimação. Quem
não os tem? Entre eles há os surgem do passado, e passam... nada dizem. São sombras e nada
mais.
O tempo que tudo apaga, mas que gosta de brincar com a vida, reconstrói imagens à revelia. São
imagens com vida própria. Elas se movimentam. Falam. Gesticulam. Cantam
canções. Canções que outrora diziam algo mais que palavras. Eram jóias de
estimação para serem guardadas com carinho, na lembrança.
Hoje, nada significam. Apenas povoam o mundo virtual. Fáceis de
apagar. Deletar. De longa data perderam o sentido.
Eram de estimação, sim. Muito importantes. Tanto que ainda fazem
parte do arquivo da memória. Nada mais.
Com o controle remoto, removemos as imagens mudando de canal;
interrompemos os sons e melodias que nada falam aos sentimentos. As imagens
distorcidas não correspondem às lembranças; perderam o sentido. Que fiquem lá
entre os fantasmas.
Tudo na vida passa. Até os sonhos se vão... Perdem o sentido.
Nem vazio deixam. Eram sombras e nada mais. O mundo real de ontem não existe:
deletando... apagando... Mudando de canal, entrando em sintonia com o mundo
real através do virtual.
Essa é a vantagem de uma vida um pouquinho mais longa associada à moderna tecnologia... Tudo
já era. Menos as verdadeiras amizades que se perpetuam num simples gesto vindo
lá do túnel do tempo, nem sempre tão remoto. Tudo graças a um mágico click.
Como
é bom saber que se tem boas e sinceras amizades. Essas, sim, é que devem ser
conservadas como jóias.