O tema ‘classes
sociais’- pirâmide social - levantou discussões sobre o que seja esta ou aquela
classe, e como não poderia deixar de ser, a nova classe C brasileira ficou em
evidencia. Inclusive com referencias pouco cordiais por parte daquela senhora Marilena
Chaui (filosofa?) que afirmou odiar a classe C; certamente ela perdeu o bonde
da história... O erro continua sendo a imposição do coletivo imbecilizado numa
negação do indivíduo como pessoa única e diferenciada.
O assunto me
remeteu a uma palestra lá nos anos 80. Falava de uma pirâmide social, agrupando
as pessoas não pela sua origem, nem nível econômico ou cultural, mas levando em
conta o nível de desenvolvimento das capacidades de ação de cada uma, seus
interesses ou falta deles, de acordo com seu estágio de desenvolvimento como
ser humano.
Segundo a tese da
grande pirâmide com sete níveis, a sociedade consta de:
Uma larga base no
primeiro nível com uma legião de pessoas que agem e reagem de acordo com os
estímulos exteriores recebidos. Se não recebem estímulos, permanecem como um
ponto estático; são como o alfinete ou o prego – onde espeta fica.
Logo acima, no
segundo degrau da pirâmide estão os caminhantes. O homem ação. Aquele que se
movimenta em todas as direções, mas ainda não é independente.
Estas duas
primeiras faixas abrangem a grande maioria dos seres humanos espalhados pelo
mundo inteiro. Estão num estágio primário de desenvolvimento e dependem da
própria força de vontade para desenvolver alguma atividade, e, do apoio dos
outros grupos, para romper barreiras e crescer.
Na terceira faixa,
logo acima, aparecem os indivíduos que têm ideais próprios e dedicam seu tempo
a algum tipo de trabalho produtivo nas diferentes áreas de atividade. Procuram
ser independentes e em geral são cordiais, pois dependem do relacionamento com
outras pessoas para realizar suas tarefas e obter retorno.
Na quarta faixa
aparecem os intelectuais e todos os profissionais que usam o conhecimento das
diferentes áreas (científico, técnico, econômico, cultural, jurídico, etc.).
São eles que promovem o progresso da sociedade e o bem-estar dos cidadãos com
seus estudos, suas descobertas, pesquisas, e os ensinamentos através de
publicações de interesse nacional e universal. Consta de uma grande
representação de indivíduos com as mais variadas vocações e habilidades.
Fazem parte da
quinta faixa os políticos. São as pessoas que usam a imaginação, o poder da
palavra, e de convencimento para dominar em áreas de relacionamento social,
dentro da comunidade e entre nações; é um trabalho que requerer não só ‘jogo de
cintura’ e poder de negociação, como muita diplomacia, ética, e respeito pelos
valores humanos.
Na sexta faixa o
número de participantes já é bem mais restrito. Nela estão os que se liberaram
da vida material e se dedicam a vivencia religiosa, espiritual, mística,
esotérica em busca de uma realização espiritual. Não estamos falando de
igrejas, seitas, congregações, comunidades religiosas, etc., mas de indivíduos.
No topo da
pirâmide, em sétimo e último degrau temos os Mestres – poucos e raros iluminados
que tem como meta a integração universal. Eles servem como referencia à
humanidade através dos tempos e seus ensinamentos são verdades imutáveis.
A dinâmica natural
permite a mobilidade de uma faixa para outra, e depende da vontade e interesse
de cada indivíduo. Todos são dotados de inteligência, tendências ou gosto por
determinadas funções, e de livre
arbítrio para desenvolver e usar suas habilidades. Cada um é responsável por
si, em primeiro lugar. Pode sair de qualquer ponto dessa gigantesca e global
pirâmide humana e ir ao topo se assim o desejar e para tal se empenhar.
- ‘ Quantidade de
valores não faz alguém rico; o que faz uma pessoa sentir-se rica, opulenta é o
sentimento de satisfação que usufrui e o do dever cumprido. Quem delega a
outrem sua liberdade de agir dificilmente sairá da estaca zero. ’