quarta-feira, 29 de maio de 2013

- ‘CRESCEI E MULTIPLICAI-VOS’ - O SIGNIFICADO ESQUECIDO.

O gosto pela leitura, cultivado desde a infância, tem proporcionado descobertas em muitas áreas que jamais iria estudar sistematicamente. Na medida em que julgo oportuno vou passando adiante a quem possa se interessar.
Hoje, estava a martelar na cabeça o tema sobre a obrigatoriedade de crianças irem para a escola a partir dos quatro anos de idade – cada vez mais cedo sendo afastadas do convívio familiar. O governo vai tomando as medidas ao sabor dos ‘reclamos’ da sociedade moderna: pais muito ocupados, dificuldades em contratar babás (agora com a lei das domésticas), o desejo de impor regras não muito democráticas de educação, etc.
Educação de uma criança é diferente do adestramento de um animal. Um bom adestrador pode fazer maravilhas com um cão, um cavalo, um elefante, e até com uma baleia! Já, uma criança não é um animal para crescer solto. Ele precisa para sua educação um conjunto de referencias familiares que estão sendo descartadas pelos ‘civilizados’ métodos modernos de usurpação do poder pátrio. Falam na necessidade de socializar a criança. A escola escolhe e impõe um tipo de socialização. Esquecem da família. Não levam em conta que o contato social diferenciado na escola é ilusório.
A família é a base da sociedade e é aí que a criança, na primeira infância (de zero a 7 anos), aprende a se socializar, ou, pelo menos no meu tempo, se aprendia.  Uma criança tem pai e mãe, quatro avós, tios e tias, primos e primas, além dos padrinhos; e, desde bem cedo há a convivência com um representante religioso (padre, pastor, rabino, monge, etc.). Há muitos vizinhos e tios e tias adotivos... Isso era o normal no meu tempo de criança e deveria continuar sendo segundo as tradições. A criança nesse convívio familiar diariamente  recebe referencias que ajudam a moldar o caráter e contribuem na formação da personalidade.
Insistimos: Uma criança não é um animal adestrável, e muito menos para crescer solta. Ao ser desligada do convívio familiar muito cedo para ir a escola, onde já se cogita seja em tempo integral, ela passará aos cuidados de profissionais da educação que tem que dividir seu tempo e atenção para um grande número de crianças. Enquanto na família a criança tem pelo menos a atenção de duas pessoas (pai e mãe), às vezes de uma avó ou uma babá, na escola será uma professora para atender dez, vinte ou mais crianças ao mesmo tempo. Todas são crianças, que pela pouca idade ficam mais ou menos soltas como ’animaizinhos’ assustados e curiosos; é a fase de descobri o mundo, e elas têm iniciativas dentro de certos limites, nem sempre seguras.
A questão é: - para que obrigar crianças cada vez mais cedo terem que competir para receber a  atenção necessária a que tem direito? O que ganharem por um lado, perderão  por outro. Os resultados negativos já se fazem notar.
Chegamos ao ponto: - Você sabe o que quer dizer: “Crescei e multiplica-vos?” - Ter ou não ter filhos. Quem não quiser ter responsabilidade de pai – mãe, que não tenha filhos. O ‘Crescei e Multiplicai-vos’, muito mal interpretado e praticado, não é uma lei ou obrigatoriedade e muito menos um ato puramente sensual. O ‘Crescei’ implica em que a pessoa deve crescer em sabedoria e em conhecimento de si próprio e de sua essência como ser humano e como filho de Deus  – (ele não é um simples animal) – para depois ‘Multiplicar-se’ conscientemente e ter o que oferecer aos filhos. A inversão de conceitos e valores está traduzida no comportamento irresponsável de cidadãos sem lei, sem dignidade, sem fé e sem Deus. Tudo agravado com a desestruturação da família acrescida de regras e costumes libertários sem a contrapartida da responsabilidade aprendida no berço e desde o berço.
Pão, pão... Queijo, queijo. Certas verdades doem. É tempo de repensar o tipo de humanidade que estamos produzindo. Criança não pode ser tratada como mais um, usando  engodos, nem confinada a salas onde a fantasia material descartável é confundida com prática educativa. E, muito menos tratada como um peso porque não era desejada e chegou num momento inoportuno para pais imaturos.
Falta respeito para com nossas crianças e educação dos adultos de como agir em relação aos filhos. O Estado é o Estado. Um coletivo que dita regras e ninguém se responsabiliza pelo resultado.

Em resumo: o discurso e a prática educativa de um estado laico caminham na contramão do aperfeiçoamento e valorização do ser humano em sua essência. Não somos só matéria. O sopro divino da vida foi relegado a segundo plano. Quando uma pessoa não tem referencias de sua identidade cósmica cai no vazio e é dominado facilmente pela sensualidade e toda sorte de vícios e crimes. O desafio está em combater sem medo a hipocrisia, a mentira imposta pela chantagem, pela pressão, por constrangimentos, etc.