Entra ano, sai ano
e permanece a mesma tática de governo emitindo MP (medidas provisórias...). Num
país em regime de exceção se justificaria emitir medidas provisórias; onde é
preciso impor a vontade do Executivo para que sejam estudadas e regulamentadas
medidas básicas de interesse coletivo, da Nação, algo está errado. Fala-se de
boca cheia que vivemos uma democracia plena, porém...
Tiririca disse que
não sabia o que um deputado fazia. Pelo que assistimos, os outros restantes, em
sua maioria, também não sabem.
A continuar o
festival de descaso praticado de forma descarada pelos senhores representantes
do povo – a mim não representam, não dessa forma – o governador Geraldo Alkimin
disse uma grande verdade: - faltarão guilhotinas se forem punidos todos os que
de uma forma ou outra estão a desrespeitar os cargos que ocupam.
O que mais
constrange é saber que a máfia do poder pelo poder está longe de criar vergonha
na cara e se emendar, deixar o lugar
para quem tenha competência e realmente queira trabalhar em benefício da
coletividade e não em benefício próprio. Foi deprimente ver a cena dos senhores
deputados dormindo no plenário, virando a madrugada, após embolsar uma
bilionária verba para aprovar a MP dos Portos na última hora. E a Medida
provisória dos portos ainda tem muita água turva pela frente para navegar,
apesar da aprovação apressada no Senado. Cabe à Presidenta sancionar ou vetar a
tal MP conforme as conveniências do governo. E quem paga a conta somos nós
todos. Afinal a aprovação da MP dos portos serviu para ‘privatizar’ um pouco
mais o legislativo. Embora tímidas, as manifestações de alguns políticos que
não aprovaram o comportamento dos colegas, são dignas de nota:
-
“Isso não é processo legislativo. Isso é baderna”, queixou-se Pedro Taques
(PDT-MT), diante da impossibilidade de a Casa sugerir quaisquer alterações no
texto. Outros sinônimos foram dados ao formato de apreciação da medida
provisória: Aloysio Nunes (PSDB-SP) o classificou como uma “fábrica de
salsichas” a apreciação de todos os requerimentos de destaque em bloco;
Agripino Maia (DEM-RN) disse que o texto é uma “caixa de surpresas”.
O
senador Alvaro Dias (PSDB-PR) também mostrou insatisfação com a medida. - “Só
nos resta assumir a postura de autocrítica e afirmar com tristeza que estamos achincalhando
o parlamento brasileiro”, disse ele. “Estamos permitindo a humilhação, nos
agachando perante o Executivo. Estamos banalizando o parlamento.”
A modernização dos
portos brasileiros é apenas um item na longa lista de tarefas urgentes para que
o Brasil realmente se desenvolva Entre esses itens estão as ferrovias, as rodovias,
os aeroportos, a mobilização urbana nas grandes cidades, etc.; por enquanto, só
os estádios para a copa, supervisionados pela Fifa, vão sendo inaugurados aos
pontapés...
Começo a entender
porque não consigo acabar a leitura de “Don Quixote de La Mancha”.