domingo, 19 de maio de 2013

A FUNÇÃO CONTINUA - MP – MEDIDAS PROVISÓRIAS – PARA QUÊ?



Entra ano, sai ano e permanece a mesma tática de governo emitindo MP (medidas provisórias...). Num país em regime de exceção se justificaria emitir medidas provisórias; onde é preciso impor a vontade do Executivo para que sejam estudadas e regulamentadas medidas básicas de interesse coletivo, da Nação, algo está errado. Fala-se de boca cheia que vivemos uma democracia plena, porém...
Tiririca disse que não sabia o que um deputado fazia. Pelo que assistimos, os outros restantes, em sua maioria, também não sabem.
A continuar o festival de descaso praticado de forma descarada pelos senhores representantes do povo – a mim não representam, não dessa forma – o governador Geraldo Alkimin disse uma grande verdade: - faltarão guilhotinas se forem punidos todos os que de uma forma ou outra estão a desrespeitar os cargos que ocupam.
O que mais constrange é saber que a máfia do poder pelo poder está longe de criar vergonha na cara  e se emendar, deixar o lugar para quem tenha competência e realmente queira trabalhar em benefício da coletividade e não em benefício próprio. Foi deprimente ver a cena dos senhores deputados dormindo no plenário, virando a madrugada, após embolsar uma bilionária verba para aprovar a MP dos Portos na última hora. E a Medida provisória dos portos ainda tem muita água turva pela frente para navegar, apesar da aprovação apressada no Senado. Cabe à Presidenta sancionar ou vetar a tal MP conforme as conveniências do governo. E quem paga a conta somos nós todos. Afinal a aprovação da MP dos portos serviu para ‘privatizar’ um pouco mais o legislativo. Embora tímidas, as manifestações de alguns políticos que não aprovaram o comportamento dos colegas, são dignas de nota:
- “Isso não é processo legislativo. Isso é baderna”, queixou-se Pedro Taques (PDT-MT), diante da impossibilidade de a Casa sugerir quaisquer alterações no texto. Outros sinônimos foram dados ao formato de apreciação da medida provisória: Aloysio Nunes (PSDB-SP) o classificou como uma “fábrica de salsichas” a apreciação de todos os requerimentos de destaque em bloco; Agripino Maia (DEM-RN) disse que o texto é uma “caixa de surpresas”. 
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) também mostrou insatisfação com a medida. - “Só nos resta assumir a postura de autocrítica e afirmar com tristeza que estamos achincalhando o parlamento brasileiro”, disse ele. “Estamos permitindo a humilhação, nos agachando perante o Executivo. Estamos banalizando o parlamento.”
A modernização dos portos brasileiros é apenas um item na longa lista de tarefas urgentes para que o Brasil realmente se desenvolva  Entre esses itens estão as ferrovias, as rodovias, os aeroportos, a mobilização urbana nas grandes cidades, etc.; por enquanto, só os estádios para a copa, supervisionados pela Fifa, vão sendo inaugurados aos pontapés...

Começo a entender porque não consigo acabar a leitura de “Don Quixote de La Mancha”.