Há pessoas
hipersensíveis que reagem mal a toda e qualquer situação em que sintam que
estão sendo injustiçadas ou vitimas; elas vêem inimigos em potencial em todas
as pessoas. Se cismarem com o ‘olhar feio’ de fulano/a, partem logo para a
agressão física ou verbal, ou se refugiam em lamentações fazendo-se de
coitadinhas.
Em tempos de
colégio, quando alguém se abespinhava por ‘dá cá aquela palha’, logo recebia
uma crítica mais ou menos ácida ou de deboche: - ‘Maria dolorida’, ‘casquinha
de ferida’, ou diziam que a pessoa em questão era ‘cheia de dedos’, ou que
tinha ‘cotovelo maior que o braço’; seguia a pergunta: - ‘a carapuça
serviu?’... Eram expressões que procuravam chamar a atenção da ‘abespinhada’
para uma conduta pouco esportiva, e, ou exagerada em relação a fatos
corriqueiros, procurando trazê-la à realidade.
Entre as pessoas
problemáticas nos relacionamentos sociais há aquelas que são um verdadeiro muro
de lamentações. Na época dos modismos alternativos havia a tal da ‘sofrologia’ – uma terapia psicológica em que as pessoas eram incentivadas a relembrar os fatos
tristes e traumáticos à exaustão e chorar tudo o que tinham direito de chorar. Na
verdade, se por um lado pode aliviar certas tensões guardadas no subconsciente,
por outro não resolviam por inteiro o problema, pois alguns cultivam suas neuroses além dos limites do
racional. Eles não se dão conta de que muitas vezes 99% dos problemas são produtos
da imaginação fértil mal direcionada. Perdem com isso momentos preciosos da
vida que poderiam ser utilizados de muitas e variadas formas de crescimento
pessoal, como: trabalho produtivo, lazer, estudo, convivência familiar e social
harmônica, de respeito e tolerância.
Inconscientemente
essas pessoas costumam impor a si ou aos seus semelhantes, exigências como o tal do ‘politicamente correto’ da
atualidade. E, ai de quem pensar diferente! A ‘Maria dolorida, casquinha de
ferida’ surge num passe de mágica. Como os tempos são de alta exposição na mídia
e em redes sociais, essas pessoas ganham seus minutos de fama sob os refletores
satisfazendo assim sua necessidade neurótica de auto-afirmação e de
exibicionismo.
A mente humana
necessita de disciplina, não de imposições. Externar conflitos íntimos é
saudável desde que direcionados visando o próprio aperfeiçoamento focalizando
valores éticos e morais que o elevem como ser humano. O atribuir aos outros
todas as ‘desgraças’ da vida é no mínimo uma conduta irracional. Transformar o
sofrimento real ou imaginário em muleta ou numa arma contra as pessoas ou
contra a sociedade consiste numa espécie de vingança contra injustiças sofridas
– reais ou imaginárias – numa perda de tempo e de energia. É o que tem ocorrido
nos últimos tempos onde os ódios e preconceitos de toda espécie têm sido
cultivados em nome de causas pouco nobres. Toda grandeza está na não violência,
no respeito mutuo, na benevolência e na tolerância.
Aceitar o que a
vida nos oferece e tirar o melhor proveito que se possa das oportunidades é o
segredo para superar medos e inseguranças.