quarta-feira, 18 de abril de 2012

MAIS SERIEDADE E MENOS NHEM NHEM

 

Sorte para uns, azar para outros. Tudo depende do seu momento – se você está exposto a bons ventos ou se eles mudaram de direção.

É a vez do minuano ou do pampeiro? Será o noroeste ou o siroco? Pode ser uma monção e até um furacão varrendo os miasmas deletérios que contaminam tudo ao redor e que necessitam ser diluídos nas borrascas da vida. É o que ocorre hoje, mais uma vez, na política brasileira. De simples brisas inofensivas, assistimos a uma tempestade que quer levar tudo pela frente.

Sempre haverá um 'pajé' com sua peneira emborcada para caçar os duendes maléficos semelhantes aos da mitologia nativa. Há vários: Abassaí – aquele gênio maléfico gigantesco que enlouquece as pessoas que entram em contacto com ele; Caapora – duende de aparência triste e que provoca esse sentimento de tristeza nas pessoas; Manaúra – fantasma, assombração a assustar criancinhas e adultos; Miranhanga – duende com dentes que lembram um vampiro pronto para devorar o inimigo; ou talvez um Xaxi-Tateré (o mesmo Saci Pererê do nosso folclore) aprontando das suas nas encruzilhadas, de barrete vermelho na cabeça e pedindo brasa para seu pito, e que desaparece num redemoinho de vento. Vento... Ventania... Espalhando poeira em todas as direções e atingindo a todos democraticamente enquanto encobre a visão das realidades.

Tem tenhenhem demais – traduzindo: - tem falador inconsequente a dar com o pau. Falta seriedade.

Amanhã se comemora o dia do índio. Índio, um ser humano igual a qualquer outro ser humano de qualquer outra etnia. Com suas virtudes e seus defeitos. Com seus sonhos e suas crenças. Com uma cultura que evoluiu pelo isolamento em que viveu por séculos. Isolamento esse que insiste em preservar inclusive em relação a outros grupos de nativos das terras brasilienses. O direito de usufruir das regalias do dito mundo civilizado por certo não exclui os deveres de reciprocidade para com quem pode lhe oferecer modernidade. Na vida tudo deve ser uma troca. De experiências e de conhecimentos. Reciprocidade em tudo. Verdade. Clareza.

Mais seriedade e menos nhem nhem de ambas as partes. Tanto em termos de povos indígenas, quanto dos políticos, que nos momentos de crise como este tem tudo para se esvaziar como um balão de gás sem aproveitar para limpar a casa e por ordem na condução dos interesses nacionais.

Certamente o corporativismo falará mais alto. Uma pena!

Tudo 'tenhenhem no masque'!