'Que não se devem tomar a peito as coisas exteriores'.
Hoje é Sexta Feira Santa, importante data da liturgia Cristã. Aproveitamos para transcrever pequeno trecho do livro Imitação de Cristo de autoria de Tomás De Kempis. Não é um livro de oração; é um livro de meditação bastante antigo.
O texto original data de 1441, mas seu conteúdo contém reflexões profundas que continuam atuais e muito pertinentes.
Da Consolação Interior:
1- Jesus: Filho convém fazeres-te ignorante em muitas coisas, e respeitares-te como que morto sobre a terra, para que todo o mundo te esteja crucificado. Importa também que te faças de surdo a muitas coisas, cuidando antes do que serve à tua paz. Mais útil desviares os olhos do que não te agrada e deixares a cada um seu parecer, do que entrares em discussões. Se estiveres bem com Deus, e considerares seus juízos, não te será tão custoso dares-te por vencido.
2- Alma: Ah! Senhor, a que chegamos? Eis que choramos uma perda temporária, trabalhamos e corremos para ganhar mesquinho lucro; mas do dano espiritual nos esquecemos e mal nos lembramos, ou tarde. Olha-se muito pelo que pouco ou nada vale, e não se faz caso do que é sumamente necessário, porque o homem inteiramente se entrega às coisas exteriores, e, se prontamente não se recolher, nelas descansa com prazer.
(Imitação de Cristo Tradução de Frei Tomás Borgmeia, O. F. M. 3º Livro Da Consolação Interior cap. 44 pág. 176 XII Edição - Ed. Vozes 1959).