quinta-feira, 5 de abril de 2012

A GRANDE SABEDORIA

Aprender não ocupa lugar, diziam os antigos. Quanto mais se aprende, um pouco nos melhoramos. E sempre teremos muito mais para apreder. A verdadeira sabedoria está em como valer-se dos conhecimentos recebidos.

Aprendemos, e, a nossa curiosidade nos leva a querer precipitadamente e sem humildade a emitir conclusões sem o devido cuidado. Ouvir calado, mesmo que nos desagradem as sentenças de sabedoria dos mais velhos, porque eles não falam sem razão.

A grande sabedoria está em não ser precipitado nas ações, nem aferrar—se obstinadamente à própria opinião; sabedoria é também não acreditar em tudo o que nos dizem, nem comunicar logo aos outros o que ouvimos ou suspeitamos. Esse é um dos maiores males que uma pessoa pode provocar contra si, ou contra seus semelhantes.

Outro comportamento importante a ser observado é o de evitar a excessiva familiaridade. – "Não abras teu coração a qualquer homem". (Ecl. 8, 22), mas trata de teus negócios com o Sábio e com aquele é temente a Deus. Com moços e estranhos conversa pouco. Também não lisonjeies os ricos, nem busques aparecer na presença dos poderosos. A familiaridade no trato com estranhos bem depressa contamina pela vaidade que cativa, e muitas vezes corrompem.

Se for lícito e oportuno falar, que seja de coisas edificantes. Língua desenfreada é sinal de pequeno progresso espiritual.

De muita paz poderíamos gozar se não quiséssemos nos ocupar com ditos e fatos alheios que não pertencem ao nosso cuidado.

"Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado, se com isso não viveres mais santamente. Não te desvaneças, pois, com qualquer arte ou conhecimento que recebeste. Se te parece que sabes e entendes bem muitas coisas lembra-te que é muito maior o que ignoras. Não presumas de alta sabedoria (Rom. 11,20), antes confessa tua ignorância".

O caminho está repleto de ciladas. Que sabemos dos mistérios e dos desígnios do Senhor? Se Ele nos deixou a sua Lei gravada em nossos corações; basta praticá-la. Não importa se os doutores das leis humanas ignoram a Grande Sabedoria. O que vale é a palavra final do Juiz supremo que dispensa os intérpretes.

- "Os homens passam, mas a Verdade do Senhor permanece eternamente". (Sl. 116,2)