sábado, 28 de abril de 2012

COTAS - RACISMO INSTITUCIONALIZADO

À revelia do que diz a Carta Magna as cotas destinadas a quem se auto declarar afro descendente está institucionalizando a discriminação racial no país. Lamentável!

Sabemos que há muitos descendentes de negros que são contrários às famigeradas cotas raciais. O que é que um jovem branco de hoje tem a ver com a triste página da história escrita por povos africanos que faziam prisioneiros inimigos tribais e os vendiam como escravos?

A considerar o que povos da África vivem hoje em pleno século XXI, os descendentes dos negros que vieram parar no Brasil  deveriam era estar contentes por não ter que enfrentar o que seus patrícios vivem em alguns países de lá.

Para quem gosta de história, e para quem não teve oportunidade de saber, aproveitamos para citar um trecho do relato feito por André João Antonil em "Cultura e Opulência do Brasil – Visão do Século XVIII – no item "Os Escravos". Após falar das origens, características físicas, da personalidade de cada grupo e das habilidades individuais conforme as origens, fala do novo elemento surgido no Brasil – o mulato. Diz ele:

-"Melhores ainda são para qualquer ofício, os mulatos; porém muitos deles, usando mal do favor dos Senhores, são soberbos e viciosos, e prezam-se valentes, aparelhados para qualquer desaforo. E, contudo, eles e elas da mesma cor, ordinariamente levam no Brasil a melhor sorte; porque, com aquela parte de sangue de brancos que tem nas veias e, talvez, dos seus mesmos senhores, os enfeitiçam de tal maneira, que alguns tudo lhes sofrem, tudo lhes perdoam, antes, todos os mimos são seus"... E prossegue: ... "pois não falta entre eles e elas que se dizem governar por mulatos, que não são os melhores, para que se verifique o provérbio que diz: que o Brasil é o inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos e das mulatas".

Não estamos aqui para julgar. Mas a recente atitude dos ministros do STF guarda certa semelhança com o comportamento dos senhores de engenho daquela época que se deixavam governar pelos mulatos – o novo grupo étnico que surgiu no Brasil. Os Senhores da Casa Grande não foram capazes de impor-lhes regras; hoje, na contramão das conquistas sociais, essa atitude do STF representa um retrocesso com ranços de senzala. E, o pior, é que a senzala foi ampliada atingindo principalmente o branco pobre que passa a ser o excluído, mesmo que tenha melhor nível de conhecimentos exigidos para o ingresso na Universidade, só por conta da cor pele.

Já está comprovado cientificamente que todos temos um pé na África. E aí, como ficamos?