quinta-feira, 31 de julho de 2014

OS AQUÍFEROS NO BRASIL – TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO


A Transposição do rio São Francisco -  Uma série de reportagens exibidas pelo jornal da rede Bandeirante TV sobre a transposição do Rio São Francisco mostra o estágio atual da obra  atrasada e superfaturada. O projeto que deveria ser para atender a demanda por água para milhões de nordestinos deve resultar numa obra para atender alguns setores dos estados do Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A obra que foi bastante contestada,  já deveria ter sido entregue, mas pelo que se pode ver nas reportagens está longe da finalização. 

O que me chamou a atenção foi a obra de canalização com laterais e fundo impermeabilizados. Isso significa que a água não formará um micro ambiente úmido no subsolo da região, uma vez que não haverá infiltração de água que poderia criar condições para a formação de pequenos oásis ao longo do canal. Outro detalhe, segundo a informação, é que os reservatórios terão um mínimo de tempo de exposição das águas evitando a evaporação que também contribuiria para a umidificação do ar ao seu redor o que naturalmente melhoraria a qualidade de vida local.
Talvez um sistema de tubulação semelhante aos usados para gás, óleo tivesse custo menor e resultados idênticos. É verdade que não teria a visibilidade da obra faraônica que está em curso e a todo vapor por conta das eleições se aproximando...

Projetos agrícolas na região: - O sertanejo está habituado à falta d’água  e a secas prolongadas. Os novos ribeirinhos - se é assim que podem ser chamados os moradores ao longo do canal -  precisarão de uma orientação adequada para o uso da água;  haverá água e esta deve ser usada com moderação para não afogar as plantações e causar danos aos solos.

Açude de Orós – no Ceará, por exemplo, que deveria atender aos sertanejos da região não o está. Por falta de uma política de uso da água estocada, sitiantes do entorno não recebem água  do reservatório nem para consumo doméstico.
A falta de vontade política e a indústria da seca são os maiores entraves para solucionar o problema do abastecimento de  água para o nordeste.
 Bacia do Araripe  e outras bacias sedimentares da Região Nordeste  abrigam no subsolo reservas de água cujo volume, se bem aproveitado, resolveria o problema das secas no semi-árido. Só a bacia do Araripe tem uma reserva de 11 mil km2 de água potável, e segundo informações geológicas haveria 18 trilhões de m3 de água armazenada no subsolo nordestino. E mesmo as reservas de água salobra podem ser aproveitadas, pois existe tecnologia para a dessalinização. Falta vontade política e sobra demagogia com a indústria da seca.

Um reservatório milenar: - Só por curiosidade todos já viram uma foto da Esfinge, aquele monumento ao lado das Pirâmides no Egito. Tudo aquilo fica em pleno deserto. Há tempos vi uma reportagem mostrando uma entrada aberta numa das laterais do monumento. Essa entrada dava para um salão e num ponto havia um poço com revestimento e uma escada que permitia descer até onde havia água acumulada (!). O repórter chegou a descer uma parte dessa escada para mostrar a água. Quem construiu aquele reservatório, quando e a quem serviu? Hoje, dizem que estamos  tecnologicamente adiantado e o nordeste apesar das reservas aquíferas passa sede...

Aquífero – é um tipo de formação geológica capaz de armazenar e liberar água. Constitui uma imensa reserva de água no subsolo que pode ser utilizada para o abastecimento humano e para a produção agroindustrial. A camada aquífera nos poços artesianos se localiza entre dois terrenos impermeáveis e era conhecida como lençol d’água subterrânea.
Principais aquíferos no Brasil:
 – Aquífero Guarani – com uma reserva de mais de 45 mil km3 de água subterrâneas. Ele se estende por parte do sul/sudeste e centro oeste do Brasil e pelos países vizinhos: Paraguai, Argentina e Uruguai.
- Aquífero Alter Chão – com uma reserva de 96 mil km3  - um verdadeiro mar subterrâneo que se estende desde o Amazonas, Pará, Amapá até o Maranhão e Ceará.

- Aquífero Hamza – tem inicio no Acre e se estende de oeste para leste  sob a bacia do rio Solimões, Amazonas e deságua no Atlântico na ilha de Marajó sob a foz do rio Amazonas. Equivale a um rio subterrâneo com uma vazão de 3.090 m3/segundo e é alimentado pelas chuvas da região fronteiriça do Acre.