A Transposição do rio São
Francisco
- Uma série de reportagens exibidas pelo
jornal da rede Bandeirante TV sobre a transposição do Rio São Francisco mostra
o estágio atual da obra atrasada e superfaturada.
O projeto que deveria ser para atender a demanda por água para milhões de
nordestinos deve resultar numa obra para atender alguns setores dos estados do
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A obra que foi bastante
contestada, já deveria ter sido
entregue, mas pelo que se pode ver nas reportagens está longe da
finalização.
O
que me chamou a atenção foi a obra de canalização com laterais e fundo
impermeabilizados. Isso significa que a água não formará um micro ambiente
úmido no subsolo da região, uma vez que não haverá infiltração de água que
poderia criar condições para a formação de pequenos oásis ao longo do canal.
Outro detalhe, segundo a informação, é que os reservatórios terão um mínimo de tempo de exposição das
águas evitando a evaporação que também contribuiria para a umidificação do ar
ao seu redor o que naturalmente melhoraria a qualidade de vida local.
Talvez
um sistema de tubulação semelhante aos usados para gás, óleo tivesse custo
menor e resultados idênticos. É verdade que não teria a visibilidade da obra
faraônica que está em curso e a todo vapor por conta das eleições se
aproximando...
Projetos
agrícolas na região: - O sertanejo está habituado à falta d’água e a secas prolongadas. Os novos ribeirinhos -
se é assim que podem ser chamados os moradores ao longo do canal - precisarão de uma orientação adequada para o
uso da água; haverá água e esta deve ser
usada com moderação para não afogar as plantações e causar danos aos solos.
Açude
de Orós – no Ceará, por exemplo, que deveria atender aos sertanejos da região não o está. Por
falta de uma política de uso da água estocada, sitiantes do entorno não recebem
água do reservatório nem para consumo
doméstico.
A
falta de vontade política e a indústria da seca são os maiores entraves para
solucionar o problema do abastecimento de
água para o nordeste.
Bacia do Araripe e outras bacias
sedimentares da Região Nordeste abrigam no subsolo reservas de água cujo
volume, se bem aproveitado, resolveria o problema das secas no semi-árido. Só a
bacia do Araripe tem uma reserva de 11 mil km2 de água potável, e segundo
informações geológicas haveria 18 trilhões de m3 de água armazenada no subsolo
nordestino. E mesmo as reservas de água salobra podem ser aproveitadas, pois
existe tecnologia para a dessalinização. Falta vontade política e sobra
demagogia com a indústria da seca.
Um reservatório milenar: - Só por curiosidade todos
já viram uma foto da Esfinge, aquele monumento ao lado das Pirâmides no Egito.
Tudo aquilo fica em pleno deserto. Há tempos vi uma reportagem mostrando uma
entrada aberta numa das laterais do monumento. Essa entrada dava para um salão
e num ponto havia um poço com revestimento e uma escada que permitia descer até
onde havia água acumulada (!). O repórter chegou a descer uma parte dessa
escada para mostrar a água. Quem construiu aquele reservatório, quando e a quem
serviu? Hoje, dizem que estamos
tecnologicamente adiantado e o nordeste apesar das reservas aquíferas
passa sede...
Aquífero – é um tipo de formação
geológica capaz de armazenar e liberar água. Constitui uma imensa reserva de
água no subsolo que pode ser utilizada para o abastecimento humano e para a
produção agroindustrial. A camada aquífera nos poços artesianos se localiza
entre dois terrenos impermeáveis e era conhecida como lençol d’água subterrânea.
Principais
aquíferos no Brasil:
– Aquífero Guarani – com uma reserva de
mais de 45 mil km3 de água subterrâneas. Ele se estende por parte do
sul/sudeste e centro oeste do Brasil e pelos países vizinhos: Paraguai,
Argentina e Uruguai.
- Aquífero
Alter Chão – com uma reserva de 96 mil km3
- um verdadeiro mar subterrâneo que se estende desde o Amazonas, Pará,
Amapá até o Maranhão e Ceará.
- Aquífero
Hamza – tem inicio no Acre e se estende de oeste para leste sob a bacia do rio Solimões, Amazonas e
deságua no Atlântico na ilha de Marajó sob a foz do rio Amazonas. Equivale a um
rio subterrâneo com uma vazão de 3.090 m3/segundo e é alimentado pelas chuvas
da região fronteiriça do Acre.