No dia 27 de junho de 2014 comemorou-se 800 anos
de vida do documento oficial mais antigo escrito em português – o testamento de Dom Afonso II, terceiro rei
de Portugal na linha sucessória, datado de 1214.
Um Manifesto, com
apoio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e Macau e entidades
culturais e de defesa dos direitos autorais, a proposta de celebração, visa
comemorar durante um ano a língua portuguesa. Trata-se, como bem refere o
documento, da língua mais usada no hemisfério Sul e uma das mais faladas no
mundo (cf. Manifesto, doc. cit.) Entre
a CPLP e observadores figuram outros países e comunidades que manifestaram o
seu interesse junto do Secretário Executivo da Comunidade, entre eles: a
Galiza, Índia, Japão, Guiné Equatorial, Senegal e Maurícia.
Antes do testamento de Dom Afonso II, de 1214,
já haviam sido escritos outros documentos particulares em língua
galaico-portuguesa, a saber: a “Cantiga da Ribeirinha”, do poeta Paio
Soares de Taveirós dirigido à sua amada Maria Ribeira. Era já uma época de
trovadores e este texto terá sido acompanhado por declamador(s) e músico(s),
lírico(s) característico(s) dos séculos XII e XIII.
Constam outros
documentos mais antigos escritos na língua lusa:
- Um, escrito em galego-português, é anterior a
1175 cerca de 42 anos após a fundação do reino de Portugal, que se encontra na Torre do Tombo e
constitui um pacto de não agressão entre os irmãos Gomes Pais e Ramiro Pais
(cf. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, link e doc. cit.)
- Outro documento,
não régio, em língua portuguesa é o “Auto de Partilhas”, de 1192, tempo do
reinado de D. Sancho I, após 49 anos da fundação de Portugal. Até essa data era
usado o latim, que continuou a ser utilizado como língua oficial, erudita e
franca, até bem mais tarde.
MANIFESTO
“A
língua que falamos não é apenas comunicação ou forma de fazer um negócio.
Também é. Mas é muito mais.
É
uma forma de sentir e de lembrar; um registo, arca de muitas memórias; um modo de
pensar, uma maneira de ser – e de dizer. É espaço de cultura, mar de muitas
culturas, um traço de união, uma ligação. É passado e é futuro; é história.
É
poesia e discurso, sussurro e murmúrios, segredos, gritaria, declamação,
conversa, bate-papo, discussão e debate, palestra, comércio, conto e romance,
imagem, filosofia, ensaio, ciência, oração, música e canção, até silêncio. É um
abraço. É raiz e é caminho. É horizonte, passado e destino.
Na
era da globalização, falar português, uma das grandes línguas globais do
planeta, que partilha e põe em comum culturas da Europa, das Américas, de
África e da Ásia e Oceânia, com centenas de milhões de falantes em todos os
continentes, é um imenso património e um poderoso veículo de união e progresso.
Em 27 de Junho de 2014, passam oitocentos anos sobre o mais antigo documento
oficial conhecido em língua portuguesa, a nível de Estado - o mais antigo
documento régio na nossa língua, o testamento do terceiro rei de Portugal, Dom
Afonso II.
Neste
dia, queremos festejar esses oito séculos da nossa língua, a língua do mar, a
língua da gente, uma grande língua da globalização. Fazêmo-lo centrados nesse
dia e ao longo de um ano, para festejar com o mundo inteiro esta nossa língua:
a terceira língua do Ocidente, uma língua em crescimento em todos os
continentes, uma das mais faladas do mundo, a língua mais usada no Hemisfério
Sul.
Celebramos
o futuro. Em qualquer lugar onde se fala Português, 27 de Junho de 2014”
(seguem
assinaturas de 29 pessoas)
Publicado quinta-feira,
26 de Junho de 2014 23:50 por JorgePaz | 13
Comentário(s)
GEOLINGUA
– PORTUGUÊS & ESPANHOL
Há uma proposta defendida por
um grupo de lusófolos para a criação de uma língua – a Geolingua – unindo o português e o espanhol.
– O professor Roberto Moreno,
fundador da Fundação Geolíngua afirma que a língua portuguesa e a espanhola une
a metade do Mundo. Ela se constitui uma segunda língua de comunicação. Afirma ele
que a Geolingua é entre as línguas naturais (e não artificiais) existentes no
mundo, o português {...} a língua que possui mais condições tanto geopolíticas
e econômicas, entre outras características únicas, de vir a ser a segunda
língua de comunicação entre os povos.
A razão está na possibilidade
de dialogar com 700 milhões de pessoas, em 30 países da Comunidade Iberófona,
sem grande esforço na comunicação. (Programa RTP
in https://www.youtube.com/watch?v=OhW0YSmLXt8).