Não precisam me lembrar que os tempos são outros, que a alta
tecnologia mudou a vida e o modo de ver o mundo. Eu sei disso. O que as pessoas
têm que levar em conta é que o ser humano continua exatamente como era há
milênios, sujeito às mesmas mazelas físicas, psicológicas, sentimentais, de
relacionamentos, presos a conceitos e preconceitos; além do mais, conhecimentos não se transferem - eles exigem muito estudo, dedicação , vontade
e disciplina.
As pessoas são muito simplistas ao falar em raça &
racismo, por exemplo. O conceito de raça está superado e continua a ser
fomentado pelos apegados a conceitos que só servem para alimentar ódios e
discórdias. As diferenças individuais
nada têm a ver com as características físicas do que foi convencionado para
caracterizar os grupos humanos. Em primeiro lugar todos nós pertencemos à raça
humana. E ela apresenta variações étnicas de acordo com as adaptações físicas sofridas
no decorrer de milênios de existência como espécie diferenciada dos outros
tipos de vida no planeta. A ciência já sabe que há pequenas diferenças entre os
negros e os brancos, mas as semelhanças são muito maiores. Não há grupo étnico
superior ou inferior. Há diferentes estágios de desenvolvimento humano de
acordo com as oportunidades vivenciadas por cada um. Basta observar a
facilidade com que pessoas provenientes de grupos considerados culturalmente mais ‘atrasados’ se adaptam rapidamente as tecnologias do mundo
civilizado.
Há uma resistência e até um constrangimento para se falar
sobre algo que torna as pessoas
diferentes entre si, que seria aquilo que as religiões chamam de
‘espírito’, ‘alma’ e que determina o grau de adiantamento real da pessoa em
relação às outras. Entre essas correntes de pensamento religioso e filosófico
temos o espiritismo, a Teosofia, o Cristianismo, as informações históricas
segundo os sumérios, por exemplo, além das bíblicas, as lendas e os mitos dos
diferentes povos que apontam para uma
origem de ordem espiritual superior do
ser humano – a religião é a re ligação com esse mundo (!)
Na contrapartida temos uma mistura de materialistas / ateus
/ evolucionistas que trabalham com a informação na dispersão de variados grupos
pelo planeta. Defendendo uma sociedade laica, eles vão nivelando a espécie
humana em ‘antropoides erguidos’ (somos todos macacos?) em contraposição ao ‘anjos caídos’.
Aí aparece o estado laico materialista / ateu açambarcando
os espaços em nome do respeito às crenças de cada um. É a falta de crença a
ditar ordens na sociedade. Não é de se estranhar o apagão moral dominante nos
altos escalões do governo. A nova religião é a da corrupção, do desrespeito às
Leis, à moral e aos bons costumes, pois a consciência está embotada e acomodada
ao aqui e agora.
Os Black bloc fazem parte dessa geração de descompromissados
com as Leis e a Ordem Democrática. O pior de tudo é que tem o apoio de pessoas que, por seu nível de
conhecimentos, já deveriam ter apurado o senso de responsabilidade em relação ao outro, seu semelhante, que é tratado como um ‘inimigo’ a ser derrotado. É evidente que por trás desses movimentos ora
classificados como ‘ativistas’, ‘sociais’, reivindicatórios, ou seja, lá como
queiram chamar, há toda uma estrutura visando desestabilizar a sociedade
democrática. Eles desprezam os valores consagrados
pela grande maioria dos cidadãos que entendem que o respeito à Lei e à Ordem
democrática deve prevalecer, pois é elemento básico que garante as liberdades
de todos – tanto de ordem pública como privada.
As prisões dos Black bloc que se articulavam para cometer atos de vandalismo
no final da Copa, foi uma medida de interesse coletivo; imaginem se a policia
tivesse falhado e os atos de vandalismo tivessem sido cometidos conforme as
evidencias apuradas e que levaram à prisão de seus participantes. O habeas
corpus concedido ao grupo não pode anular todo um trabalho de inteligência. Isso
representaria desacreditar a Justiça e as leis.
Colocar os pingos nos ‘is’ é preciso. Ninguém é apenas um
peão no tabuleiro da vida. Todos são atores e responsáveis por seus atos.