Nenhuma novidade
nos novos índices divulgados sobre evasão escolar dos alunos do ensino médio
> 58% dos alunos com idade entre 13 e 15 anos deixa a escola. Motivar o
aluno a continuar frequentando a escola seria a solução. Seria se houvesse o
desafio dele mostrar resultados efetivos de aprendizado, o que deixou de
acontecer com o sistema de aprovação e a
posterior forma de ingresso nas
universidades.
A campanha
eleitoral que se avizinha terá mais uma armadilha para enganar o eleitor. É o
novo Plano Nacional de Educação. Por isso
chamo a atenção dos políticos e dos cidadãos para o assunto EDUCAÇÃO,
onde o professor é peça chave para que o aluno se sinta motivado a estudar. Para
tal acontecer o professor tem que ser valorizado e chegar ao cargo com conhecimentos específicos a serem ministrados
e com formação didática e prática de
ensino adequada ao nível de ensino.
Há um ensinamento
moral que manda que a pessoa tem que aprender a se colocar no lugar do outro. Antes
de criticar ou opinar, coloque-se no lugar do Mestre, aquele que tem sob sua
responsabilidade a educação de seus filhos. Vista a camisa do professor e coloque-se em seu lugar diariamente durante um
ano letivo integral, ensinado conteúdos e administrando um universo heterogêneo
de crianças / adolescentes em salas com um mínimo de 30 a 60 alunos dependendo
da série.
Não interessa saber
se você não tem filhos em idade escolar, ou se tem posses para pagar babá,
professor particular, colégios de nível primeiro mundo, e até enviar seus
filhos estudar no exterior. Interessa que você pare, pense e se coloque no
lugar desse cidadão que, diariamente,
está à frente de uma turma de alunos onde teorias bonitas e fantasias de ‘como
deveria ser’ não funcionam. O que funciona é capacidade e o preparo para
exercer a nobre função de professor junto aos seus pupilos.
Exibir índices,
estatísticas e números de alunos neste ou naquele estágio de aprendizado
avalizado por um corte fictício, que não leva em consideração as diferenças
individuais dos educandos, é muito cômodo. Aluno não é maquina que se programa,
liga na tomada e funciona automaticamente dando o retorno de resultados que os
burocratas do ensino imaginam que devam ser.
Independentemente
do que esteja escrito no PNE a educação no Brasil só apresentará reais
resultados quando: 1 - priorizar um
mínimo de quatro anos de ensino básico de qualidade para todos, independente de
idade, pois cada um tem seu tempo. 2
- valorizar o profissional com uma formação
e treinamento adequado. 3 - acabar com a
avaliação massiva de conteúdos pressupondo que basta assinalar com um ‘X’ uma
questão – O ‘x’ sempre foi a assinatura
do analfabeto. 4 – oferecer alternativas de ensino profissionalizante a partir
dos 14 anos, respeitando o direito do aluno de não querer frequentar escolas
tradicionais, mas dedicar-se por aptidão, gosto, vocação a outras formas de
aprendizado.
O país precisa de
pessoas qualificadas e é para isso que há escolas; a outra escola, a universidade
da vida, aquela que não está condicionada a nenhum Ideb tem muito a ensinar também.
Não serão as cotas
raciais, as bolsas e os exames de seleção com milhões de inscritos que vão
melhorar a qualificação dos nossos profissionais se não houver uma base sólida
no preparo desses jovens usados para o governo exibir índices.
Diploma não é tudo.
Conhecimento real, consistente, sim.