quinta-feira, 3 de julho de 2014

O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – PNE – NÃO SOLUCIONA OS PROBLEMAS PELA FALTA DE VISÃO DOS ENVOLVIDOS NO DEBATE.


Nenhuma novidade nos novos índices divulgados sobre evasão escolar dos alunos do ensino médio > 58% dos alunos com idade entre 13 e 15 anos deixa a escola. Motivar o aluno a continuar frequentando a escola seria a solução. Seria se houvesse o desafio dele mostrar resultados efetivos de aprendizado, o que deixou de acontecer com o sistema de aprovação e a   posterior forma de ingresso nas universidades.
A campanha eleitoral que se avizinha terá mais uma armadilha para enganar o eleitor. É o novo Plano Nacional de Educação. Por isso  chamo a atenção dos políticos e dos cidadãos para o assunto EDUCAÇÃO, onde o professor é peça chave para que o aluno se sinta motivado a estudar. Para tal acontecer o professor tem que ser valorizado e chegar ao cargo com  conhecimentos específicos a serem ministrados e  com formação didática e prática de ensino adequada ao nível de ensino.
Há um ensinamento moral que manda que a pessoa tem que aprender a se colocar no lugar do outro. Antes de criticar ou opinar, coloque-se no lugar do Mestre, aquele que tem sob sua responsabilidade a educação de seus filhos. Vista a camisa do professor e  coloque-se em seu lugar diariamente durante um ano letivo integral, ensinado conteúdos e administrando um universo heterogêneo de crianças / adolescentes em salas com um mínimo de 30 a 60 alunos dependendo da série.
Não interessa saber se você não tem filhos em idade escolar, ou se tem posses para pagar babá, professor particular, colégios de nível primeiro mundo, e até enviar seus filhos estudar no exterior. Interessa que você pare, pense e se coloque no lugar desse cidadão  que, diariamente, está à frente de uma turma de alunos onde teorias bonitas e fantasias de ‘como deveria ser’ não funcionam. O que funciona é capacidade e o preparo para exercer a nobre função de professor junto aos seus pupilos.
Exibir índices, estatísticas e números de alunos neste ou naquele estágio de aprendizado avalizado por um corte fictício, que não leva em consideração as diferenças individuais dos educandos, é muito cômodo. Aluno não é maquina que se programa, liga na tomada e funciona automaticamente dando o retorno de resultados que os burocratas do ensino imaginam que devam ser.
Independentemente do que esteja escrito no PNE a educação no Brasil só apresentará reais resultados quando: 1 -  priorizar um mínimo de quatro anos de ensino básico de qualidade para todos, independente de idade, pois cada  um tem seu tempo. 2 -  valorizar o profissional com uma formação e treinamento adequado. 3 -  acabar com a avaliação massiva de conteúdos pressupondo que basta assinalar com um ‘X’ uma questão – O ‘x’  sempre foi a assinatura do analfabeto. 4 – oferecer alternativas de ensino profissionalizante a partir dos 14 anos, respeitando o direito do aluno de não querer frequentar escolas tradicionais, mas dedicar-se por aptidão, gosto, vocação a outras formas de aprendizado.
O país precisa de pessoas qualificadas e é para isso que há escolas; a outra escola, a universidade da vida, aquela que não está condicionada a nenhum Ideb  tem muito a ensinar também.
Não serão as cotas raciais, as bolsas e os exames de seleção com milhões de inscritos que vão melhorar a qualificação dos nossos profissionais se não houver uma base sólida no preparo desses jovens usados para o governo exibir índices.

Diploma não é tudo. Conhecimento real, consistente, sim.