O objetivo de nossa
jornada por este planeta é a perfeição e, para atingi-la, torna-se necessário
em primeiro lugar seguir o reto pensar e, depois, o reto agir. O
ser humano é um incoerente e desarmônico amontoado de desejos, pensamentos,
paixões, hábitos, emoções, preconceitos, sentimentos, idéias e ideais,
lembranças, atitudes conscientes e inconscientes. Ele não é uma unidade, mas um
desastrado conflito. Sobram imperfeições, falta o desejo verdadeiro de
aprimoramento. Torna-se campo fértil para a manipulação ideológica e presa
fácil do discurso oportunista dos maus políticos de plantão.
Mergulhado na roda-
viva diária, o individuo sofre-lhe as consequências: – A começar com a
efervescência político-social que neurotiza tudo e todos. Os divertimentos
fatigam. As comodidades anulam a vontade. A rotina sedentária o acomoda à
mesmice. A idealização utópica dá a ilusão do perpétuo ‘ganha – ganha’ e impede pensar na hipótese da perda. Foi o
que aconteceu na partida de futebol (Brasil 01 x 07 Alemanha) de forma drástica
no dia 8 de julho com a derrota de um time de meninos sem preparo suficiente
para a empreitada diante de um adversário superior sob todos os aspectos.
O torcedor não
estava preparado para perder, como a Seleção também não. As artimanhas não
deram resultado e a lição de moral dada pelo zagueiro alemão Boateng ao jogador
Marcelo que simulou um pênalti resume o verdadeiro espírito esportivo que
deveria prevalecer: - ‘É muito melhor vencer com honra. Ou honrar o vencedor’.
Tinha que ser de
goleada para que a Nação acordasse da hipnose coletiva embalada pelo discurso
do país do futebol, pátria de chuteiras, país maravilha.
Os cartolas agora acodem falando em mudar o
futebol. É o país inteiro que tem que mudar, senhores! É preciso mudar tudo,
especialmente na política como é praticada no toma lá, dá cá, pelos partidos de
aluguel, da corrupção, da incompetência...
Não é só de um novo
técnico de futebol para a Seleção que o Brasil precisa. A educação está carente
de profissionais qualificados, faltam técnicos em todos os setores da
administração pública.
As manchetes nos
jornais do mundo sobre a derrota da Seleção brasileira, é realista quando fala
em fim de ciclo – fim do estado geral das coisas no Brasil. É por aí.
O futebol
apresentado não foi o melhor. Fica a lição de civilidade deixada pelas equipes que,
mesmo perdendo, no final do jogo aplaudiram o público e confraternizaram com o
adversário. Outros povos, outra cultura, outra educação. Temos muito a aprender
com eles.
Creio que ainda
vamos agradecer ao Felipe Scolari e dizer: ‘– Doeu perder a Copa, mas foi
necessário para o país ganhar um estimulo para sair do marasmo e tornar-se
adulto. Obrigado’.
A Seleção do Brasil está entre as quatro melhores
do mundo e isso deve ser comemorado.