quarta-feira, 30 de julho de 2014

AS CIDADES EM SITUAÇÃO CRÍTICA - QUEM SE ILUDE COM SEUS ATRATIVOS LHES SOFRE AS CONSEQUÊNCIAS.


- Onde é que falta água? – nas torneiras de paulistanos que não sabem administrar uma caixa d’água! No nordeste por conta da seca. Segundo previsões científicas, o fenômeno ‘El Niño’ deve ocorrer possivelmente a partir de Agosto próximo e isso é sinônimo de chuvas. Portanto...

– Viver num país com tanta largueza e recursos naturais como o nosso,  parece ser a causa  para que as pessoas  se acomodem. Quando surge um imprevisto, em geral, devido à própria displicência, a reação chega a ser infantil.

A propaganda eleitoreira está se valendo da escassez do produto (água)  na capital paulista para trabalhar a mente dos eleitores, apostando que, em sua maioria, são pessoas inseguras, desinformadas, medrosas ou convictas de que seu mundo, sua felicidade, seu sucesso dependem dos outros – no caso do senhor candidato que vai governar a cidade, o estado, o país.

O poder de convencimento pela sugestão tem seus limites. O eleitor  está aprendendo a distinguir quem é quem no cenário político e qual  é o custo do candidato pronto para ‘resolver’ problemas.

As grandes cidades brasileiras, nas últimas décadas, transformaram-se em centros de atração de migrantes nacionais e internacionais. Consequentemente hoje enfrentam situações criticas, entre elas o de abastecimento de água, bem como se transformaram em palco de conflitos, reivindicações, protestos causando graves problemas para a  maioria dos seus moradores. Fala-se muito em fraternidade, justiça social, tolerância, políticas publicas... Tudo teoria e discurso demagógico que explora o individualismo batizado de ‘direitos’ – desde o uso dos espaços públicos por grupos que radicalizam em atitudes anti-sociais até o desperdício do uso de um bem como a água.

Temos um Ministério das Cidades e pelo que tudo indica não funciona.  - O comportamento de manifestantes (Sem Teto), por exemplo, exigindo um plano diretor para a cidade de São Paulo, ao forçar a ocupação e uso de espaços públicos, expõe a precariedade das políticas públicas no setor de urbanismo e isso deve fazer parte de uma agenda pensada se antecipando aos fatos. Falta planejamento urbanístico a nível nacional para organizar novos espaços em outras áreas do território brasileiro onde os cidadãos desfrutem uma vida digna – essa é a alternativa lógica.  

Ao nosso redor o mundo fervilha: guerras, atos de terrorismo, sequestros, violência em todos os níveis; acidentes naturais catastróficos acontecem: terremotos, deslizamento de encostas, vulcões, inundações, tempestades, furacões, chuva de granizo; conflitos sociais, doenças, epidemias, vícios, prostituição, degradação moral da família, dos governos, das instituições...

As cidades são o cadinho a processar a maior parte desses eventos.
Nada de pessimismos como os ambientalistas que vêem em simples oscilações climáticas naturais o fim da humanidade. Não será bem assim. A inventividade humana está à frente dessas questões.

Nós somos os únicos responsáveis pelo que nos acontece e só nós podemos mudar nosso futuro.

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Relendo o livro ‘Hermes – Conselhos para o fim dos tempos’ (Mário Sanchez – 1985/2005) temos algumas considerações interessantes. Diz ele: - ‘As grandes cidades são pontos em que reúno os homens, para que o atrito dos seus problemas lhes acelere a evolução. Mais do que isto não farei, pois não vou lhes tirar a liberdade que lhes dei. Elas (as cidades) serão o sorvedouro por onde transferirei as almas que não evoluíram. ’ – e prossegue: ‘Tu deves fugir das suas múltiplas válvulas de remessa às baixas esferas: poluição, crimes, vícios, intoxicações físicas e mentais, tentações dos bens materiais, divertimentos fáceis... ’, - ‘foge do meio daqueles que devem ser excluídos. ’ E mais adiante diz: - ‘Uns aprendem com o aviso e não entram no sofrimento. Outros aprendem a ver com o sofrimento alheio. Outros aprendem sofrendo. Alguns não aproveitam a lição nem sofrendo, e, para estes, não há solução. ’