- Onde é que falta
água? – nas torneiras de paulistanos que não sabem administrar uma caixa d’água!
No nordeste por conta da seca. Segundo previsões científicas, o fenômeno ‘El
Niño’ deve ocorrer possivelmente a partir de Agosto próximo e isso é sinônimo de
chuvas. Portanto...
– Viver num país com tanta largueza e recursos naturais
como o nosso, parece ser a causa para que as pessoas se acomodem. Quando surge um imprevisto, em
geral, devido à própria displicência, a reação chega a ser infantil.
A propaganda eleitoreira está se valendo da
escassez do produto (água) na capital
paulista para trabalhar a mente dos eleitores, apostando que, em sua maioria,
são pessoas inseguras, desinformadas, medrosas ou convictas de que seu mundo,
sua felicidade, seu sucesso dependem dos outros – no caso do senhor candidato que
vai governar a cidade, o estado, o país.
O poder de convencimento pela sugestão tem seus
limites. O eleitor está aprendendo a distinguir
quem é quem no cenário político e qual é
o custo do candidato pronto para ‘resolver’ problemas.
As grandes cidades
brasileiras, nas últimas décadas, transformaram-se em centros de atração de
migrantes nacionais e internacionais. Consequentemente hoje enfrentam situações
criticas, entre elas o de abastecimento de água, bem como se transformaram em palco de
conflitos, reivindicações, protestos causando graves problemas para a maioria dos seus moradores. Fala-se
muito em fraternidade, justiça social, tolerância, políticas publicas... Tudo
teoria e discurso demagógico que explora o individualismo batizado de ‘direitos’
– desde o uso dos espaços públicos por grupos que radicalizam em atitudes
anti-sociais até o desperdício do uso de um bem como a água.
Temos um Ministério das Cidades e pelo
que tudo indica não funciona. - O
comportamento de manifestantes (Sem Teto), por exemplo, exigindo um plano
diretor para a cidade de São Paulo, ao forçar a ocupação e uso de espaços
públicos, expõe a precariedade das políticas públicas no setor de urbanismo e
isso deve fazer parte de uma agenda pensada se antecipando aos fatos. Falta planejamento
urbanístico a nível nacional para organizar novos espaços em outras áreas do
território brasileiro onde os cidadãos desfrutem uma vida digna – essa é a
alternativa lógica.
Ao nosso redor o mundo fervilha:
guerras, atos de terrorismo, sequestros, violência em todos os níveis;
acidentes naturais catastróficos acontecem: terremotos, deslizamento de
encostas, vulcões, inundações, tempestades, furacões, chuva de granizo;
conflitos sociais, doenças, epidemias, vícios, prostituição, degradação moral
da família, dos governos, das instituições...
As cidades são o cadinho a processar a
maior parte desses eventos.
Nada de pessimismos como os
ambientalistas que vêem em simples oscilações climáticas naturais o fim da
humanidade. Não será bem assim. A inventividade humana está à frente dessas
questões.
Nós somos os únicos responsáveis pelo
que nos acontece e só nós podemos mudar nosso futuro.
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Relendo o livro ‘Hermes – Conselhos para o fim dos tempos’
(Mário Sanchez – 1985/2005) temos algumas considerações interessantes. Diz ele:
- ‘As grandes cidades são pontos em que
reúno os homens, para que o atrito dos seus problemas lhes acelere a evolução.
Mais do que isto não farei, pois não vou lhes tirar a liberdade que lhes dei.
Elas (as cidades) serão o sorvedouro por onde transferirei as almas que não evoluíram.
’ – e prossegue: ‘Tu deves fugir das
suas múltiplas válvulas de remessa às baixas esferas: poluição, crimes, vícios,
intoxicações físicas e mentais, tentações dos bens materiais, divertimentos fáceis...
’, - ‘foge do meio daqueles que devem ser excluídos. ’ E mais adiante diz: - ‘Uns
aprendem com o aviso e não entram no sofrimento. Outros aprendem a ver com o
sofrimento alheio. Outros aprendem sofrendo. Alguns não aproveitam a lição nem
sofrendo, e, para estes, não há solução. ’