São Paulo é uma das
inúmeras megalópoles em estado de alerta permanente por vários motivos:
segurança / violência, mobilidade urbana, abastecimento – água, saneamento
básico, educação...
No momento atual, além
do caos produzido pelo excesso absurdo de veículos circulando na cidade, um dos
grandes problemas que preocupam as autoridades é o abastecimento de água
tratada aos milhões de moradores.
A cidade cresceu
para muito além das fronteiras do município original que em 1872 tinha apenas
31.385 habitantes ocupando o 10º. lugar entre as cidades brasileiras; deu um
salto para 64.934 habitantes em 1890 (4º. lugar), e, em 1900 atingiu 239.820
habitantes (2º. lugar). A população não parou de crescer graças ao ciclo
cafeeiro e consequente industrialização que trouxe riquezas e grande numero de
imigrantes. O crescimento populacional constante foi mais que dobrando segundo
os censos: 1920 = 579.033; 1940 = 1.269.485; 1950 = 2.017.025, para chegar a
1960 com 3.300.218 habitantes atingindo o primeiro lugar ultrapassando a cidade
do Rio de Janeiro.
A cidade de São Paulo
– centro industrial, financeiro, cultural, esportivo, de serviços - atraiu
migrantes de todas as regiões brasileiras, especialmente do nordeste –
semi-árido, além de inúmeros estrangeiros. Sem contabilizar a população
flutuante, a Grande São Paulo conta hoje com mais de 12 milhões de habitantes. Um
canteiro de obras permanente, e de oportunidades que continua a atrair cidadãos
do mundo inteiro. O resultado negativo dessa sobrecarga populacional é que as
políticas públicas de urbanização têm ficado à mercê da especulação imobiliária
comprometendo a qualidade de vida de todos os cidadãos.
Um dos graves
problemas que mostra sua força é o do abastecimento de água tratada. Os
recursos hídricos que existem são limitados, ou seja, atendem a um determinado
numero de cidadãos que, por sua vez, tem crescido de forma desorganizada além
da capacidade de atendimento com qualidade para suas necessidades básicas.
Criou-se um circulo
vicioso negativo. Toda essa situação chegou ao estágio atual porque da teoria à
prática vai uma grande distancia que deve ser acompanhada de planejamento, que
deve incluir, sim, limitações para uso de espaços. As belas teorias sociais,
muito bonitas no papel, não se traduzem em soluções práticas, porque sempre
haverá os aproveitadores do trabalho alheio.
Os países do
terceiro mundo e os emergentes são os que mais sofrem com problemas de
saneamento básico e de abastecimento de água tratada. O problema não será
solucionado se as populações que poderiam e deveriam estar vivendo no campo
continuarem a ser pressionadas rumo às cidades em busca de trabalho, estudo,
lazer, favores políticos e outros interesses menos nobres, onde o anonimato
favorece o crime. As leis trabalhistas inflexíveis têm contribuído para agravar
a situação, criando mais conflitos do que soluções.
- Repreender a
quem? – aos políticos populistas oportunistas que acenam com favores de toda
espécie à custa do trabalho alheio, a quem demonizam de forma irresponsável e
indecorosa.
A velha sabedoria diz que um puxão de orelhas põe vergonha na cara
das pessoas.
Eleições vêm aí.
Escândalos se somam uns aos outros. Não existe um planejamento sério para a
solução de problemas que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas, ou fica
na promessa eleitoreira. Qualquer ação é politizada e pronto.
São constantes as
noticias de que a Terra está a passar por inúmeras transformações físicas e que
isso afeta o comportamento humano. A verdade é que a grande maioria está
anestesiada vivendo ao sabor dos ventos, e outros, bem despertos, estão se
aproveitando do momento para se beneficiar com as mazelas do povo. O povo. Ora,
o povo!