ESPELHO DO MUNDO
ESPELHO DO MUNDO
LUA branca
Brinca de pega;
Apaga e brilha;
Brinca de bilha.
Rola e corre entre as nuvens brancas de algodão.
Sim e Não!
A sombra esconde o medo do leão,
Que ruge e freme – ou treme...
Do alto espia, / a Lua arredia, / brincando de esconde-esconde, de passa-passa, pula-pula, pega – pega... / e ninguém alcança seu branco vogar.
Lua branca / branca – amarela / amarela – vermelha > auréola dourada de festa prateada, dos eternos namorados juras de amor a trocar.
Lua branca
A noite espanta;
Espanta o medo da cuca,
Dos duendes marotos a saltitar.
Menino medroso / dorme inquieto... Também quer brincar ao luar, da Lua branca que, lá fora, rola e rola no céu invertido – espelho refletido do mundo a girar.
Lá em baixo;
Cá em cima
De cabeça para baixo,
Fico a Lua branca a observar...
Rola no espaço;
Vaga no pensamento;
Passa no ar o brilho branco prateado do tênue luar.
Rola, rola lá em baixo
Espelho invertido
Do mundo a passar.
(Piraju – 23/04/1980 >publicada in ‘Poetas Brasileiros Atuais’ - 1986)