Temos no país uma ‘classe’ cujas origens vêm lá do passado quando o governo português ditava as regras. São os ‘donos do poder’ onde alguns poucos usam o Estado em benefício próprio. É uma minoria, mas que consegue fazer um estrago astronômico em nível de sociedade. Isso está tão arraigado na cultura política brasileira que já extravasou de há muito. O comportamento desse pequeno grupo, que não representa o perfil do cidadão sério, honesto, trabalhador, está em julgamento. Não é sem tempo. É necessário mudar os rumos antes que se transforme em um novo padrão de comportamento moral.
Assistimos a uma tentativa dos advogados de defesa de provar que, no caso do ‘Mensalão’ – em julgamento no STF – que os réus não tem culpa de nada. Chegaram a afirmar que não existem provas, e que, portanto o crime não ocorreu.
A técnica usada pelo grupo foi a da ação coletiva (quadrilha) onde a culpa se dilui. A individualização torna-se difícil, mas não impossível. O grupo como um todo deve ser responsabilizado, pois como subordinados ao esquema não eram faltos de inteligência e não consta terem sido coagidos para agir como agiram.
- Obedeciam a ordens superiores? – Foram coniventes com o esquema? – para que serve o livre arbítrio e o senso de dignidade e respeito por si e pelo próximo?
O impossível aconteceu? É o que os advogados de defesa tentam impingir à opinião pública: – Crime sem autores; crime sem criminosos, apesar de admitirem o uso de quantias tão elevadas que foi preciso, por mais de uma vez, até o uso de carro-forte, para o transporte dos valores.
Se foi ‘só Caixa 2 de campanhas políticas’ como alegam, para minimizar a culpa, e portanto um crime menor(!), cometeram uma vergonhosa apropriação de valores públicos em benefício de candidatos, que se realmente fossem tão bons como mostram nas propagandas eleitorais, não precisariam de tanta exibição.
Por que não movimentaram os valores com cheques, transferências normais de conta a conta? – Ah! Aí ficavam as provas...
O passa repassa de responsabilidades pelo conjunto de safadezas praticadas em grupo em questão visa unicamente confundir e ganhar tempo. Tudo já está comprovado. Não são meras suposições como certo jornalismo da atualidade insiste em falar.
O patético papel dos advogados de defesa faz parte do jogo. Paciência. A palavra final será do Supremo. Confiamos que Justiça seja feita e que marque o início de um novo direcionamento na conduta ética e moral dos políticos e homens públicos do país.
Lembremo-nos dos três “Rs”:
- Respeito por si próprio;
- Respeito pelos outros;
- Responsabilidade por todos seus atos.