terça-feira, 21 de agosto de 2012

JULGAMENTO SEM BLÁ, BLÁ, BLÁ...


A Justiça tarda, e em muitos casos até falha. Anos para um julgamento simples, com tanto recurso e burocracia até se perde o foco.
O início do julgamento dos mensaleiros e suas falcatruas com uso e abuso de valores expressivos dá um alento a quem já começava a ficar decepcionado com o andamento da justiça neste país. Este não é um julgamento simples.
Discute-se se a exposição ao vivo, em tempo real, do que se passa no tribunal é mais uma encenação e vontade de aparecer dos Srs. Ministros ou se é válida essa forma de levar ao público um julgamento que tinha tudo para ‘melar’...
Não têm faltado esforços por parte da defesa e dos acusados para convencer que não existiam provas contra eles. Essa insistência – um direito da defesa – apenas tem conseguido reforçar o rol dos delitos de que os réus são acusados: peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, e, por insistência orquestrada dos advogados, o uso de recursos não contabilizados e o famigerado ‘caixa 2’ das campanhas eleitorais.
O uso de dinheiro do mensalão para financiar campanhas eleitorais, a nosso ver, é mais um motivo para punir os réus, e não para um abrandamento das possíveis penas. A atitude só demonstra falta de princípios por parte de pessoas inescrupulosas que não se envergonham de confessar publicamente estar a serviço de um projeto de poder para nele se perpetuar de forma antidemocrática.
Tão logo teve início a leitura ‘fatiada’ da primeira parte do processo, as evidencias sobraram por todos os lados à medida que o relator ia expondo os fatos.  Parabéns pela iniciativa do STF apresentar de forma clara e concisa a sentença, pois assim o público poderá acompanhar passo a passo todo o julgamento e conhecer o porquê das sentenças. A palavra suposto/supostamente, tão usada ultimamente pela imprensa, não existe nesse julgamento. Há, sim, provas sem blá, blá, blá...
Brasília está ficando perigosa, não só para os cidadãos comuns, como para os políticos da hora.
Quadrilhas de toda espécie pululam pelo país inteiro. Laranjais crescem à sombra de empresas fantasmas onde políticos se abastecem com recursos públicos. Aí fica o alerta ao empresariado em geral para não embarcar nas promessas politiqueiras de cidadãos que estão querendo se dar bem. Hoje começa para valer mais uma campanha política. Espera-se, no mínimo, que haja lisura, honestidade e comportamento ético por parte de candidatos e patrocinadores da campanha. Sempre é tempo de aprender e praticar o civismo respeitando as instituições, ser ético, e ter caráter.
Todo cidadão moralmente ético sabe respeitar e dar-se ao respeito. É o mínimo que se espera de um candidato a cargo público.