sexta-feira, 17 de agosto de 2012

ENSINO MÉDIO - MEC QUER AGLUTINAR 13 DISCIPLINAS EM 4 ÁREAS



Quando se pensa que já aconteceu tudo em reforma educacional, lá vem mais uma! O Ministério da Educação prepara um novo currículo do ensino médio em que as atuais 13 disciplinas sejam distribuídas em apenas quatro áreas:
1-     Ciências humanas e suas tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia;
2-     Ciências da Natureza e suas tecnologias: Química, Física, Biologia.
3-     Linguagem, Códigos e suas tecnologias: Inglês, Artes, Espanhol, Língua Portuguesa e Educação Física.
4-     Matemática e suas tecnologias.
Como vemos, a mudança prevê que alunos de escolas públicas e privadas passem a ter, em vez de aulas específicas, por exemplo, de biologia, física e química, atividades que integrem os conteúdos das respectivas disciplinas.
 Educadores, embora considerem que a proposta do governo é interessante, entendem que ela será de difícil aplicação, uma vez que os professores foram formados nas disciplinas específicas.

Nós já vimos esse filme. Sabem o que aconteceu quando foi criada a tal de “Educação Artística” abrangendo música, desenho e trabalhos manuais (masculino e feminino)? – Havia quatro professores para atender as diferentes disciplinas, todos com formação específica. Foram substituídos por UM professor que nem de longe podia suprir tal conjunto de conteúdos. Perdeu o aluno que deixou de aprender conteúdos enriquecedores para sua formação; e, perdeu o professor que viu extinta a sua formação específica obrigando-o a mudar inclusive de profissão.
A tal mudança curricular vai exigir: - material didático novo que atenda a miscelânea de disciplinas em um só currículo, a ser ministrado, pelo que ao que parece por um super professor genérico! Isso significa diminuição de número de professores como ocorreu quando da adoção da “Educação Artística” em substituição a 3 disciplinas (música, desenho e trabalhos manuais). Evidentemente ao ser elaborado o novo material didático abrangendo conteúdos diferentes curriculares, haverá uma perda pela síntese que sofrerão. Calculamos que de três conteúdos plenos atuais, restarão no máximo 1,5.
Lamento pelos jovens; lamento pelos professores tão desvalorizados.
Espero que o bom senso dos governos estaduais e respectivas secretarias de educação avaliem bem o assunto antes de embarcar em mais essa tentativa de resolver às avessas um assunto tão sério como é o da melhoria do ensino em nosso país.
Sou tentada a dizer aos alunos que aprendam a estudar por conta própria lendo os livros específicos das diferentes disciplinas, de capa a capa, com um bom dicionário à mão. Tenho certeza que conseguirão aprender muito mais do que eles imaginam.