quinta-feira, 1 de março de 2012

O SOL DO MEU HORIZONTE A SE RENOVAR

A linha mutante do horizonte é meu limite.

A cada dia um novo Sol surge num horizonte novo muito além do anterior; chega até mim, a descortinar novas belezas infindas.

A aventura que dá sentido à vida cria a todo o momento  perspectivas inusitadas que despertam emoções, impulsos, confiança, facilidades encantadoras de vivenciar a alegria.

Num arroubo incontido, orgulhosamente o espetáculo matutino se desdobra horizonte após horizonte. Todos os dias vêm acompanhados de renovação como se uma aquarela de pintor insatisfeito estivesse a ser eternamente recriada.

Ora é a copa frondosa da árvore que serve de moldura ao disco dourado.

Ora é a bravia onda do mar quebrando em espumas brancas revoltas da vida, jogando com o barquinho de papel...

Ou é a monotonia do deserto da vida confundindo-se nas miragens do espelho invertido: céu – terra, terra – céu.

Água – luz em movimento. Sons inaudíveis a jorrar da orquestra universal.

São Horizontes e Sol a caminhar. Eu também vou.

Lá ao longe vislumbro que surgem outros raios luminosos; - quem os desenhou? - que poeta está a reescrever os eternos versos nas ondas de luz?

É o brilho translúcido nos gelos polares ou nos pícaros de uma montanha que ruge e atira cinzas, fumaça, fogo!

Fogo que obscurece o doirado do dia a raiar.

Tudo a se precipitar...

E, lá na várzea verde ondulante, com sombras festivas, propagam-se os sons cristalinos dos raios a trincar a límpida atmosfera agreste.

Todas as manhãs me surpreendem, pois amplia-se o raio de minha visão luminosa de algo novo no meu horizonte;

Lá na suave brisa orvalhada de gostas multicolorida sempre a renovar a vida, eu estou.

Só o horizonte da mente liberta pode entender esse renascer de um  Sol, que ao brilhar e recria o horizonte; um novo e  diferente a cada dia.

Eu mudo. Ele muda. Caminhamos alegremente, lado a lado, ou frente a frente, descortinado o amanhã.

Meu mundo é maior que a minha casa. É maior que a minha cidade. Que meu País. O horizonte mutante é o meu limite. Ouço os pensamentos. Vejo a imaginação. Delego funções. Deixo acontecer. E, assim vou empurrado para além do horizonte de quatro paredes, o meu horizonte sem limites.

O horizonte para além do horizonte de cada manhã sempre é maravilhoso. Nele está a vida a se renovar. Cada linda manhã será linda mesmo que com brancas neblinas, ou barrada de nuvens carmesins borradas. Porque eu quero, eu o tenho a brilhar todos os dias no horizonte sem limites do meu viver.

Façamos brilhar nosso Sol. Ele aquece os corações. Ilumina os caminhos. Descortina horizontes!