Dicionário livro que registra em verbetes o significado das palavras de um vocabulário; em nosso caso o Dicionário da Língua Portuguesa a usada no Brasil. A mistura de etnias e suas diferentes expressões culturais muito têm influenciado o português falado no Brasil. Pena que os Dicionários atuais não apresentem a origem das palavras (latim, grego, árabe, afro, brasilíndio, estrangeirismos, etc.) o que facilitaria em muito o entendimento e o aprendizado do idioma. Não esquecer que nosso português em Portugal é incompreensível, como incompreensíveis para nós são muitas das expressões usadas lá.
Português língua românica oficial de Portugal e de outras ex-colônias portuguesas e que é a continuação histórica do Galego ou Galaico português, idioma falado na Galiza (província da Espanha) e ao norte de Portugal na Idade Média. O galego falado na Galiza (Espanha) é o que menor evolução sofreu. Se caracteriza pela pronúncia carrega do "Xô". Achei divertido, turistas brasileiros querendo aprender o "xô portenho", que nada mais é do que a influência galega na fala; lá também encontramos o 'll' dos andaluzes com pronúncia acentuada 'gê'ou 'djê", que em castelhano se pronuncia como nosso "lh", e que foi motivo de brincadeira certa vez ao tomar um táxi em Buenos Aires.
Bem, modismos à parte, o que importa num caso ou no outro é entender o que se fala.
Estudar a língua portuguesa requer agilidade mental para assimilar conceitos e saber expressar-se corretamente. Ao tentar ensinar algumas expressões da língua portuguesa para os vizinhos argentinos e uruguaios notei que eles tem dificuldades e alguns acham difícil o idioma. Realmente não é fácil. Foi graças ao uso do Dicionário que venci as dificuldades para aprender a ler e escrever o português que na época passava por uma reforma radical. Posso assegurar que o Dicionário é um auxiliar indispensável para o aprendizado não só da Língua Pátria, mas também para aprender os conteúdos das diferentes disciplinas do currículo escolar, além de ampliar e enriquecer o vocabulário.
Ao ver as 'perolas do ENEN' que circulam na internet, dá para notar a que nível se reduziu a linguagem nas escolas públicas. Uma desgraça!
Já me dei ao trabalho de enviar sugestão ao MEC, quando o Ministro Haddad afirmou que o baixo rendimento dos alunos se devia ao Brasil ser um país de terceiro mundo (!); sugeri de que fosse doado a cada aluno das escolas públicas um bom dicionário para uso didático em salas de aula. A resposta foi de que não era da competência do órgão em questão e que eu deveria cobrar dos governos estaduais e municipais.
Bem, recentemente soubemos que está havendo uma campanha contra Dicionários por conta de palavras consideradas pejorativa e preconceituosa contra grupos minoritários no caso os ciganos. Um Dicionário que disponho no momento é o "Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa" Ed. Nova Fronteira Patrocínio da Secretaria de Educação do Estado de Goiás e da Prefeitura municipal de Goiânia e que foi distribuída em fascículos junto ao Jornal "O Popular". Cá "temos: 'cigana" fem. de cigano; Bras. Ave galiforme opis tocomídia do N. e do O. do Brasil (segue a descrição da ave); ciganada (ato ou ação de cigano); ciganear (andar errante); Cigano = Subst. masc. - indivíduo de um povo nômade, provavelmente originário da Índia.... e prossegue com mais explicações sobre o povo cigano. Nada de mais.
Exageros nas interpretações da letra sempre haverá; e muitas delas dependem de quem lê. O que importa é que a informação didática seja correta com a finalidade de informar.
Ultimamente a palavra ANISTIA está sendo usada de forma inadequada quando se fala no Código de Reforma Florestal; não está havendo anistia (perdão), muito pelo contrário, estão sendo impostas regras para compensar os estragos ambientais e só depois é que as pessoas ficarão livres de punição.
ANISTIA = esquecimento, perdão em sentido amplo. Termo jurídico: ato do poder público que declara impuníveis delitos praticados até determinada data por motivos políticos ou penais, ao mesmo tempo em que anula Condenações e suspende diligências persecutórias. Portanto, uma vez decretada a Anistia ela deverá ser respeitada. É um assunto que alguns 'berrinche' insistem em trazer à baila com a Comissão da Verdade; no caso será meia verdade.
Usar o Dicionário para aprender é o que devemos fazer antes de sair condenando este ou aquele.
Aliás, recomendamos a todos que consultem com freqüência o dicionário para entender, por exemplo, o verdadeiro significado de DEMOCRACIA, VERDADE, LEI, CONSTITUIÇÃO, ÉTICA, etc.
A atitude de condenação de um dicionário por conta de verbetes que explicam conceitos e significado de palavras me fez lembrar o ex-presidente Jânio Quadros que queria que fossem retirados do dicionário todos os palavrões...
Em tempo: - A polêmica de ontem sobre a fala pouco elegante - (leia: 'de baixo nível') - do representante francês para assuntos da copa no Brasil é mais um motivo para não descuidar da linguagem usada, seja em que idioma for.