Introdução – Os climas são fatos
decorrentes de estrutura complexa que envolve a combinação dos meios sólidos,
líquidos e gasosos, além dos físico-biológicos e humanos. A climatologia é uma
das ciências que se ocupa da atmosfera. No passado esteve ligada à Medicina (doenças
climáticas), a filosofia aristotélica (concepção biológica e cosmo biológica),
a Hipócrates (o princípio do equilíbrio, temperamento), etc. Várias escolas
abordam de forma pré-científica a importância do meio exterior e as condições
de higiêne-sanitárias. Só no século XIX é que a concepção de clima quente
equatorial passou a ser mais bem avaliada.
Atualmente o clima é abordado de forma exagerada como um fator
preocupante para a vida no planeta. A natureza não é estática – ela é dinâmica
e tem leis próprias e independe da presença humana. Sempre foi assim, mesmo
antes do homo sapiens existir.
Climas no Brasil - a classificação dos climas no Brasil está baseada na distribuição das grandes associações vegetais, regimes térmicos e pluviométricos de acordo com a concepção de Köppen. O fator que diferencia regionalmente os climas em nosso país é o regime pluviométrico.
Há que considerar os
seguintes elementos:
- 1 - Latitude – esta condição geográfica inclui o Brasil
entre os paralelos de 5º16’ N e 33º45’ S (faixa intertropical);
- 2- Configuração – Com ampla extensão territorial ao
norte, cortado pela linha do equador e mais estreito para o sul, apresenta a
forma aproximada de um triângulo invertido. A grande faixa norte que deveria
apresentar influência da continentalidade tem este aspecto modificado por
outros fatores (hidrografia, relevo, vegetação, massas de ar); a parte inferior
abaixo do trópico de capricórnio recebe a influência marinha e das massas
polares, sendo o fator relevo um determinador regional das diferenças
climáticas.
- 3- Massas de Ar – são bem individualizadas; ora são de
ordem geográfica, ora de origem ciclônica. Temos a massa de ar tépido na região
dos alísios austrais; o ar tépido Atlântico; o ar tépido continental; o
equatorial Atlântico e continental; e a Massa Polar Atlântica que oscila
atingindo às vezes até a região norte (friagem).
- 4- Condicionamento orográfico - o elevo direciona a
circulação das massas de ar pelas calhas, vales, etc.
- 5- O amplo litoral está aberto às influência marinhas e
dos ventos alísios de nordeste e de sudeste, mais a presença da massa de ar
calaariana que atinge a parte mais saliente do Nordeste. É esta massa de ar
quente calaariana que cria uma situação de semi-aridez no chamado “polígono das
secas”. Os ventos austrais provenientes da região cujas condições atmosféricas
determinam o deserto do Kalaari (África do Sul, Botswana e Namíbia) ocorrem o
ano todo desde o litoral africano até o interior do nordeste brasileiro, onde
sua ação é mais intensa; porém ela se estende também ao centro-oeste causando
largos períodos de seca. Com índices de umidade baixos ao sair do litoral
africano influenciado pela corrente fria de Benguela, pouca umidade recolhe ao
atravessar o Atlântico que só apresenta temperaturas mais elevadas já no
litoral brasileiro. Daí a grande irregularidade de chuvas na região.
De modo amplo temos os
seguintes grandes climas: Equatorial, Tropical, Semi-árido e Subtropical.
Conclusões - A extensão territorial brasileira, a diversificação do relevo e a distribuição das terras, etc., criam situações regionais diversificadas conforme as influências predominantes: litoral, altitude, latitude, calhas de rios, encostas de montanhas, serras, etc. sendo que um elemento corrige o outro. Ex. A região oriental da Borborema que está sob a ação do ar calaariano, ao receber a massa de ar polar, apresenta um clima modificado tipo mediterrâneo. Entre uma área climática e outra, há faixas de transição bem nítidas especialmente pela mudança na paisagem vegetal – floresta equatorial, floresta tropical, savana, cerrado, caatinga, campos limpos, mata subtropical, etc., que por sua vez estão associados a diferentes tipos de solo. Todo o conjunto é interdependente dos diferentes fatores.
Nota: o Brasil entrou na rota dos furacões. Desde 2005 quando ocorreu
o primeiro grande fenômeno meteorológico em Santa Catarina, foi dado um alerta
por meteorologistas australianos de que o fenômeno se repetiria com frequência,
pois o sul do Brasil entrou na rota dos furacões. Isso se deve a um conjunto de
fatores incluindo os ciclos solares. Segundo estudos sobre os climas abrangendo os últimos 10 mil anos, caminhamos
para uma fase inter-glacial com um maior
resfriamento do planeta como já ocorreu no passado.