Os mega shoppings nas cidades
já são um exemplo da concentração de atividades facilitando e gerando conforto
às pessoas para realizarem num mesmo local
várias atividades.
As cidades brasileiras, mesmo
as que tiveram um planejamento inicial, cresceram de forma desorganizada
cujas consequências negativas se
refletem na insalubridade e degradação
do meio e da qualidade de vida. A alta concentração de pessoas, por exemplo, no
eixo Rio – São Paulo – Minas Gerais – criou uma situação conflituosa de
ocupação de espaços sobrecarregando governos e governados. E, os moradores ‘antigos’ tentam se defender
da ‘invasão’ cada vez maior dos espaços públicos construindo grades de proteção
contra o crescente numero de moradores de rua.
Estudam-se projetos de
condomínios onde os moradores não precisariam sair de sua ‘ilha’, pois eles teriam
à mão tudo o que necessitassem: moradia, trabalho, lazer, abastecimento, etc.
No meu entender, o esvaziamento dos grandes
centros seria a solução lógica, especialmente no Brasil onde temos espaços
imensos à disposição.
Quem teria coragem de
reordenar a ocupação do território nacional? – Após a construção de Brasília,
na década de 1960/70 tentou-se uma descentralização com a abertura de
fronteiras agrícolas e agrovilas que deram origem a novas cidades nas regiões Centro
Oeste e Norte do País. O processo, no entanto, foi interrompido e hoje,
principalmente as cidades do SE sofrem com a sobrecarga populacional agravada
com políticas equivocadas que levaram ao
êxodo rural. O resultado foi a crescente
favelização, a falta de urbanização, sobrecarga no uso dos recursos
hídricos e de energia, fatores que se agregam a outros problemas resultando em atos
de violência que assumem índices
alarmantes.
E, por incrível que possa
parecer, é para essas áreas que os migrantes nacionais e os imigrantes
estrangeiros se dirigem preferencialmente. Falta uma política governamental que
discipline o crescimento urbano onde há sobrecarga de pessoas e problemas
estruturais. Não serão as ciclovias em pontos considerados hits como na
Paulista – porque o fetiche da Avenida Paulista? - que vão resolver a
mobilidade urbana pelo excesso de carros nas ruas – carros (!) a indústria nacional
que já saturou o mercado e agora sofre com a crise política, econômica, os
ajustes fiscais, o desemprego, a falta de planejamento. E os pedestres? – esses simplesmente foram esquecidos.
No Brasil falta um controle de
movimentação das populações como ocorre em países desenvolvidos.
Redirecionar
as ações de ocupação e exploração dos espaços urbanos, porém sem radicalismos.
O que seria uma
cidade perfeita?
- Imaginem um lugar onde todos são
protegidos, tem alimentação, vestuários, alojamentos e tratamento médico de
alta qualidade, onde ninguém tem que trabalhar mais que seis horas por dia.
Certamente ninguém vai querer
aplicar projetos pouco democráticos como os imaginados por Thomas More no século XVI – ‘Utopia’
> Lugar Nenhum, ou a conhecida proposta de Platão que cristalizava a sociedade em “reis filósofos”, o exército e o povo sem grande mobilidade social;
o operário seria sempre operário; quem usava a mente não usava as mãos; impunha
censura rigorosa à literatura, e a música e a poesia eram proibidas; a família
era abolida e era substituída por internatos do Estado.
Outros que também trataram do
assunto: 1 - a chamada “pantissocracia”
de Coleridge onde todos seriam
iguais. 2- Frank Lloyd Wright >
No final da década de 1920 um arquiteto de nome Frank Lloyd Wright fez
um projeto de cidade perfeita onde todos os moradores viveriam em casas
funcionais em amplos terrenos anexos, em harmonia com o meio. Para ele o
problema das cidades é que os cidadãos ficam escravos da renda. Prognosticava
uma sociedade de trocas, pois todos os moradores teriam terras suficientes para
cultivar alimentos para prover suas necessidades. Os bens e serviços seriam
todos trocados e não comprados ou vendidos para obter lucro. Em um esboço da
sua cidade ideal reúne edifícios integrados ao meio e como meio de transporte
seriam usados helicópteros circulares...
Os alternativos dos anos 1970/80
seguiam esquema semelhante para a organização das ‘comunidades’ em busca de uma
melhor qualidade de vida junto à natureza.
CONCLUSÕES: - Estamos
em pleno século XXI vivendo em cidades
que não param de crescer, e, com um comportamento de trogloditas cada um defendendo
sua caverna...
Por
enquanto a cidade Ideal só existe na imaginação e na teoria. Falta aos governos e governantes uma visão de
conjunto e vontade política para resolver os problemas urbanos que tendem a aumentar. Pesquisas
recentes indicam o número alarmante de um milhão e seiscentas mil pessoas que
se deslocarão para outras áreas empurradas por vários motivos como a violência,
desapropriações para obras civis, os efeitos climáticos (secas / inundações) ou
fatores naturais como a lenta, mas gradativa e irreversível mudança nas orlas
marítimas pelo avanço natural do mar formando dunas, etc.