De susto em susto, premida pela
necessidade de encontrar saídas alternativas para tratamentos de problemas de
saúde, dedicamos alguns anos de estudos sobre o assunto. Conhecia a farmácia da
vovó, as informações e recursos de tratamentos da medicina oficial, os
tratamentos alternativos de emergência, e, por mais de uma vez, a solução veio
através da fitoterapia.
Diariamente, notícias sobre efeitos colaterais indesejados de alguns
produtos farmacêuticos obrigando médicos a desprescreverem os tais
medicamentos, fatos que não eram registrados pelo uso dos remédios
fitoterápicos ‘antigos’.
- Será que algumas plantas já têm em
si alguns fatores de segurança que minimizam os efeitos negativos de seus
ingredientes? - O que é melhor: - os ‘sintéticos’ ou o laboratório da natureza?
– A resposta está na constatação de que
os fitoterápicos funcionam desde a Antiguidade.
Informações
sobre tratamentos através da história:
No
Passado > as
doenças eram consideradas um castigo dos deuses. O tratamento consistia em ‘poções
mágicas’ e rituais. Foram encontradas nas culturas antigas desde os Neendertal
(60 mil anos), passando por antigos povos mexicanos o uso de plantas medicinais como a alteia e o
peiote; entre os sumérios o uso do tomilho, alcaçuz, mostarda, e os
babilônios - o açafrão, coentro,canela,
alho e outras ervas, com as quais faziam
vinhos, extratos, emplastros, e linimentos.
No
Egito antigo >
possuíam mais de 700 drogas feitas a partir de plantas como a babosa, o
absinto, hortelã, mirra, cânhamo, óleo de rícino, mandrágora, etc. Também
usavam a lama e o pão mofado sobre ferimentos.
Chineses
> O ‘Pen
Tsau’ do Imperador Shen Nung – é a
primeira farmacopéia chinesa ensinando fórmulas de tratamentos inclusive para a
lepra com o óleo de Chalmogra.
Hebreus
> são lembrados
pelos seus padrões de saúde pública e higiene. – ‘O Senhor criou remédios da terra,
e o homem sensato não os desprezará’ (Eclesiastes).
Índia
> ‘Ayuriveda’ –
coletânea do saber médico hindu que remonta ao Rig Veda que fazia referencias a
muitas plantas curativas como a raiz Rauvolfia Serpentina hoje amplamente
utilizada na farmácia moderna.
Gregos
> ‘o Deus da Cura’
– Esculápio tinha como símbolo a serpente enrolada em um bastão – o caduceu –
símbolo atual da medicina. Segundo ele os tratamentos incluíam rituais,
fórmulas mágicas, realizados durante vários dias de jejuns e banhos; culminava
com o ‘sono do templo’ – onde eram analisados os sonhos dos pacientes. Em 4000 a.C. Hipócrates deu ênfase à dieta, ao
estilo de vida, as exercícios, à luz do sol, e à água. Ele acreditava que os 4
elementos (fogo, água, terra e ar) eram representados no corpo humano
resultando nos 4 tipos de temperamento a saber: - pela bile amarela (colérico),
fleuma/ catarro (fleumático) pela bile negra (melancolia) e pelo sangue (sanguíneo).
A doença resultava do desequilíbrio dos elementos e a cura se dava pela
eliminação do excesso desses humores. Usavam as sangrias, enemas, diuréticos,
laxativos, vômitos, suor como formas de tartamento. Para cada caso um tipo de
erva medicinal num total de 300 a 400 citadas nos textos de Hipócrates.
Romanos
> o progresso
romano no entorno do mar Mediterrâneo incluiu medidas de saneamento público com
um adiantado sistema de esgoto e de água limpa potável – os aquedutos -. Em
relação à saúde adotavam (século I a. C.) – a dieta, os medicamentos e a
cirurgia. Além dos medicamentos de origem vegetal também havia o uso do mel e
de vinhos, bem como o hábito da limpeza do aparelho digestivo com plantas
medicinais. O ‘antidoto de Mitridates’ – uma mistura de cerca de 70 substancias
vegetais, minerais e animais usada como antídoto contra o envenenamento. O método foi usado por
mais de 1.500 anos.
A ‘História Natural’ > Plínio –( I
d.C. )– defendia que a natureza é serva dos seres humanos. Galeno deu inicio à
experimentação científica com animais. Deu origem às teorias das medicinas
homeopáticas (cura pelo similar) e alopáticas (cura pelo oposto).
O
papel da IGREJA >
entre os anos 400 e 1.500 d.C a Igreja controlou os conhecimentos médicos.
Envolvia a cura espiritual e a medicina natural; os jardins dos mosteiros e dos
camponeses eram fornecedores de plantas medicinais para os tratamentos.
No final da Idade Média teve inicio a
criação de hospitais para dar assistência e abrigo aos doentes pobres. No
século IV d.C Basílio Grande – Bispo de Cesárea - criação
das primeiras escolas Universitárias de
Medicina > a Escola de Salerno > que foi fundada por 4 personagens
conhecidos na tradição: o árabe Adala, o latino Salerno, o grego Pôncio e o
judeu Elinus. Os alunos trabalhavam com plantas medicinais desenvolvendo
anestésicos.
A História prossegue fora do mundo
cristão com outros povos e suas experimentações com destaque para a Alquimia.
Os altos e baixos se sucedem até o
Renascimento quando teve início o estudo realmente cientifico com a dissecação
de cadáveres humanos. Leonardo Da Vinci se destaca com seus desenhos com
precisão anatômica humana. Paracelso –
‘As plantas não foram só criadas para o uso dos homens como também exibem um
sinal claro – assinatura – de fim específico a que se destinam. Ele é tido como
o pai da farmacologia química. ‘Depende
só da dose, se um veneno é veneno ou não’. Além das ervas usava também
os metais.
Concluindo: - A partir daí a curiosidade
cientifica levou a inúmeras descobertas e soluções no campo da medicina. A
competição pelo mercado de produtos medicinais – industrializados ou não - é
uma realidade. As mezinhas, as garrafadas, os chás da vovó, os hábitos de
higiene pessoal e pública, a alimentação correta, o combate aos excessos
alimentares, os diagnósticos que não leva em conta o todo, mas as partes, etc.
acompanham o dia a dia do cidadão, em paralelo com a visita à farmácia. Esquecemos
que a respiração correta, a postura – sentar / deitar / caminhar -, os
exercícios físicos, a higiene mental, entre outras atitudes pessoais são
indispensáveis para uma boa saúde: - somos o que comemos, o que pensamos, como
nos comportamos...
Hoje
voltamos no tempo e constatamos que apesar de muitos avanços científicos na
área da saúde, às vezes é mais seguro seguir a intuição como ainda fazem alguns
nativos que, a exemplo dos seus ancestrais, saiam para a
mata em busca da erva apropriada para realizar o tratamento de pacientes. O maior
problema consiste na falta de uma agenda positiva na informação da população
que acabou dependente psicologicamente do sistema de saúde adotado pelo Estado.