Dia chuvoso,
nublado, sem pássaros a anunciar Sol. É domingo e o noticiário geral segue na
mesma linha da semana, dando a dimensão das disparidades vividas no país: entre
mensaleiros, denuncias de cor e tom político eleitoreiro, selecionei alguns detalhes que
me chamaram a atenção:
HERDEIROS DE CARAMURU - "Agora
tem o Brasil das mulheres e o Brasil dos homens até nos discursos das
autoridades, o Brasil dos negros, o Brasil dos brancos e o Brasil dos pardos, o
Brasil dos héteros e o Brasil dos gays, o Brasil dos evangélicos e o Brasil dos
católicos, Brasil com bolsa família e Brasil sem bolsa família e nem sei mais
quantas categorias, tudo dividido direitinho e entremeado de animosidades, todo
mundo agora dispõe de várias categorias para odiar! A depender do caso, o
sujeito está mais para uma delas do que para essa conversa de Brasil, esquece
esse negócio de Brasil, não tem mais nada disso!" ( João
Ubaldo Ribeiro – “Herdeiros de Caramuru”
– Percival Puggina – 23- 11-2013 –, ler
o artigo na íntegra Mídia Sem Máscara).
Nota – Um dia, na brincadeira, comentei
como ficaria o país (e o mundo) se houvesse uma ordem de repatriação dos
cidadãos originários de outros países e seus descendentes que aqui vivem. O recente
movimento discriminatório dá o que pensar. Até onde irão essas manifestações? Quais
as maiores vítimas? Para fazer uma justiça, não é preciso cometer injustiças. É
evidente que há interesses por trás de toda essa manobra divisionista da
sociedade brasileira.
PLANOS ECONÔMICOS E A CORREÇÃO DAS APLICAÇÕES EM CADERNETAS DE
POUPANÇA - “Deverão ser julgadas, a
partir da quarta-feira 27, as ações que questionam os critérios de correção das
aplicações de cadernetas de poupança usados nos planos de estabilização
econômica anteriores ao Real. Trata-se de uma disputa de mais de duas décadas.
Esses processos, em sua maioria, dizem respeito aos planos Bresser e Verão,
editados nos anos 80, e Collor I e Collor II, no inicio dos anos 90. Os juízes
de primeira instância, quase sempre, tomaram decisões favoráveis aos
poupadores. Como resultado, uma avalanche de novas ações chegou aos tribunais.
Estima-se a existência de um total aproximado de 1 milhão de ações individuais
e outras 1000 coletivas. Segundo cálculos atualizados do Banco Central, caso o
STF julgue inconstitucionais as leis e regras então usadas para corrigir os
depósitos, o total dos expurgos a ser pagos aos poupadores soma 150 bilhões de reais”.
(Revista Veja – Planos Econômicos – Chega ao STF o Julgamento de uma causa
que pode quebrar o Brasil).
Observação - Os Bancos certamente não ficarão satisfeitos se a
decisão for favorável aos poupadores. Quanto à afirmativa de quebrar o Brasil
nos parece exagero. Isso porque o dinheiro não vai evaporar; ele vai voltar ao
antigo poupador e recompor seu orçamento
deteriorado, e que, por sua vez, vai aplicar de alguma forma, seja no próprio
mercado financeiro, seja na produção, no comércio, no consumo de bens e
serviços, etc., com a consequente geração de empregos e recolhimento de
impostos – numa espécie de correção da injustiça social e econômica que foi praticada
contra o cidadão comum. Sem demagogia.
Com a palavra a Justiça.