Os dias se sucedem
e sempre renovamos a esperança de que nosso país possa se orgulhar de seus
cidadãos e estes de sua Pátria, de suas instituições e de seus valores éticos,
morais e de um civismo acima de interesses particulares ou corporativistas.
Ainda não dá para
fazer uma avaliação completa sobre os custos de 28 anos de abertura política e
volta ao regime democrático.
Sábado assistimos a
uma lição de que numa democracia todos são iguais perante a Lei. Dilma
silenciou. Lula se recusou a falar. A prudência falou mais alto. Segundo J.
Arias (El País) Lula, pressionado por jornalistas, apenas disse: “Quem sou eu
para julgar uma decisão do Supremo?” Mas continua disposto e dar sua opinião
sobre o que foi o mensalão, no futuro. Com o mensaleiro Pizzolato fora do país,
tudo pode acontecer...
A abertura política
e a anistia foram gerais. Ela deu voz a quem queria falar. Deu poder a quem
queria poder. Deu liberdade a quem queria voar. Depois, naturalmente chegou a
hora de avaliar os resultados dos procedimentos de cada um. Como há pessoas que
não aprendem nunca, o final para elas não poderia ser muito feliz. Esse é
apenas um capítulo da história que está sendo contada.
Quanto custou esta
lição? Para o país, naturalmente trouxe muitos prejuízos pela estagnação e
sucateamento de toda uma infra-estrutura que estava em andamento e não teve
continuidade nem manutenção. Para a população o prejuízo foi geral: educação,
violência, saúde, etc.
Na
Educação - não bastasse todo o desmonte realizado nestes
anos, o pior mesmo foi o viés ideológico utilizado além da pirotecnia do aluno
na universidade sem ter base para tal. Em fevereiro haverá em Brasília uma
Conferencia Nacional de Educação – vêm mais reformas aí!
Saúde
-
Faltam médicos? - Faltam médicos, professores, engenheiros, etc., trabalhadores
qualificados e também aquele com um mínimo de conhecimentos básicos para
trabalhar num canteiro de obras qualquer.
Chega a ser cômico
dizer que atendentes da área de saúde tenham que servir de intérpretes/tradutores
para médicos estrangeiros...
População
carcerária – A prisão de políticos expôs ainda mais o
sistema carcerário do país. O Brasil com 548.000 detentos ocupa o quarto lugar
atrás dos EEUU (2.239.751), China (1.640.000) e Rússia (681.600) presos,
Enquanto a Suécia vai fechar quatro presídios por falta de detentos.
O Brasil enfrenta
não só superlotação carcerária, como tem uma estrutura com tal precariedade que
foi preciso reformar o presídio da Papuda (DF) - para dar um mínimo de conforto
aos ilustres detentos – mesmo que seja com água fria no chuveiro! - se bem que
o clima no planalto central permite banho tépido, de graça, entre 11 e 16
horas.
Também não há
colônias agrícolas em número suficiente para receber reeducandos do regime semi aberto. Até para
recuperar cidadãos condenados pela justiça falta vontade política! Não basta
investir em jatinhos para transporte de prisioneiros. A República não começou
ontem. Esse descaso deve ser cultural...
A
corrupção e os Valores Culturais – Os valores
culturais têm impacto sobre o que as pessoas pensam de si próprias, do seu
entorno do seu lugar na sociedade, no trabalho, família, grupo religioso, político,
etc.
Nas culturas
individualistas as pessoas se preocupam com seu trabalho, o ganho, as
promoções, etc. – O sistema capitalista representa esse tipo de cultura. Nas
culturas coletivistas como no Japão, dão mais importância ao convívio na
empresa, à fidelidade, estabilidade, a relação chefe x empregado para garantir
segurança e comprometimento. Já nos países muito hierarquizados – árabes,
russos, Índia, China – os indivíduos se acomodam à situação que se lhes
oferece, aceitando instruções de supervisores – na base do ‘sim senhor’.
Conclusões
-
Somos uma cultura individualista? Ou seremos coletivistas? Talvez sejamos mais
acomodados do que individualistas ou coletivistas.
É sobre essa
indefinição de uma cultura multifacetada que tem reinado a ação da corrupção no
país. A figura do chefe, do líder, do pai, do mandachuva, do coronel, do
político de um lado, e, do outro lado, o povão a espera que o governo faça
tudo. Com isso aqueles que ganharam voz e vez transformaram a máquina do Estado
num mostrengo, que, para sustentá-lo, passaram a usar de sua autoridade para
cobrar impostos de quem trabalha e produz, e embolsar gordas quantias.
Baseados num falso
conceito de direitos, os cidadãos, ora punidos, não aprenderam a lição e
insistem em se fazer de vítimas acusando a justiça de arbitraria.
Hoje é o dia da
Bandeira. Não basta empunhar a Bandeira verde amarela em dia de festa. Ela deve
estar hasteada 24 horas por dia na alma de cada um. Falta civismo. Falta o
verdadeiro sentimento de patriotismo.