Na semana tivemos
um típico dia de ‘inverno’ no cerrado, com garoa fina, neblina e aquele ar
gelado típico paulistano. No fim da tarde o sol deu o ar de sua graça. Ele
brilha para todos! Lindo! E mais lindo ficou o horizonte com um arco íris que
perdurou por alguns minutos enquanto o rei Sol dava lugar à penumbra.
Arco íris, arco da
aliança, arco da velha! Não importa. Conta o folclore que no fim do arco Iris há
um pote de ouro. Certamente esse pote, se existia nas plagas do novo mundo, de
há muito já foi esvaziado pelos gatunos que pululam em todos os setores públicos,
principalmente. Haja ouro para satisfazer mensaleiros, propinas, verbas de todo
tipo e para tudo o que os políticos inventarem.
Apesar de tudo não
sou pessimista. Sou realista. Preocupo-me com notícias saídas de caldeirões que
vem cozinhando em fogo lento. O arco da aliança que deveria unir as pessoas foi
relegado ao esquecimento. É o caso do racismo que vem sendo agitado de há algum
tempo em nosso país.
Racismo
– No Brasil, de acordo com a Constituição, todos são iguais perante a lei com
direitos e deveres iguais. De um tempo para cá esqueceram o ‘Black is beatiful’
e os bronzeadores de pele, e partiram para a divisão dos brasileiros de acordo
com autodeclaração étnica. No último censo, como todo brasileiro, também eu tive
que responder a pergunta sobre minha cor. Na época não dei importância. Mas, agora, não
nego que a luz amarela começou a piscar.
As cotas são o
incentivo para essa onda de racismo. Soa estranho, pelo menos para mim, que as
pessoas se sintam diferentes dos seus semelhantes pelo fato de terem origens
étnicas diferentes. Se bem que já se sabe que todos têm um pé na África. E todos
pertencem à espécie humana.
Estudei
antropologia e li sobre as origens dos diferentes grupos étnicos espalhados
pelos diferentes continentes. Creio que já falei sobre uma reportagem
interessante feita por um antropólogo na selva africana junto a um grupo de
nativos que viviam isolados. Parecia produto de um laboratório genético: havia
brancos, altos, loiros de olhos azuis, negros de cabelo lanoso, morenos tipos
indianos, amarelos de olhos amendoados e outros com todas as características de
indígenas imberbes e cabelos lisos. A estatura deles também ia desde os pigmeus
aos de mais de um metro e oitenta.
No geral a
humanidade está distribuída pelos diferentes continentes com concentração de
brancos numas regiões, outras com predomínio de inúmeros grupos de negros;
outros continentes concentram os povos amarelos, e na América uma variedade de
povos - os indígenas.
No Brasil ocorreu a
mestiçagem durante a colonização portuguesa, mais precisamente na casa grande onde
o coronel é quem mandava, e tudo era acomodado
sob as vistas da Sinhá; foi, sem dúvida, o início de uma revolução social que
começa a ganhar uma dimensão inesperada. Sociólogos têm apresentado suas opiniões
sobre o elemento mestiço, que no Brasil já supera os 50% da população. Estaria esse
quadro populacional sendo usado para fomentar movimentos com fins políticos
separatistas. O mesmo em relação aos quilombolas e aos indígenas que pleiteiam demarcação
de terras para viver como antigamente. A quem interessa fomentar o conflito racial?
Tufões, tempestades,
tremores de terra, vulcões explodindo, avalanches levando tudo pela frente, incêndios,
querelas entre os povos, disputas territoriais, econômicas, de idéias, uns
querendo dominar os outros... Esse é o mundo que temos. E é nele que temos que
aprender a conviver. Meu convívio com ‘gregos e troianos’ sempre foi pacífico. Palpites
ocasionais escapam... Nada pessoal.
O ‘arco da aliança’
entre o céu e a terra – Deus e os homens – ainda não foi considerado com
validade vencida. Que prevaleça o bom senso.