Mais uma segunda
feira. Fim de ano chegando a galope. O dia ensolarado promete calor e chuvas.
Tudo normal para um país como o Brasil quando se fala de natureza. Aproveitei
para fazer exercícios de “ensolar” e “empalmar” para fortalecer os olhos, isso
após um alongamento para espantar a preguiça... Mais um cafezinho com mel.
Da leitura das
noticias do dia, somadas às da semana passada, continuamos com a mesma imagem
de um mundo sem rumo definido. O conjunto da humanidade não está só em busca de
uma identidade, como falta maturidade. Aqui no Brasil, por exemplo, governantes
agem de forma tão dispersiva como crianças brincando de casinha, de escolinha,
de trenzinho... e por aí vai.
Estamos na semana
em que se comemora mais um aniversário da Proclamação da República. País de
riquezas imensas mal cuidadas e um povo tratado como moeda de troca no jogo de
interesses na autopromoção de ‘lideres’ pré-fabricados que fazem de tudo para
se tornarem indispensáveis. Especialmente
quando se trata de fazer de conta que são os apaziguadores da sociedade
insatisfeita com o rumo da falta de ordem em todos os setores da vida pública.
O comportamento do
governo no caso das agitações violentas que atingiram as grandes cidades do
país, em particular São Paulo e Rio de Janeiro, nos fez lembrar o conto
ilustrativo do ‘Roque não me toques’ que minha avó usava quando surgia alguma
querela entre as crianças; era a história de duas crianças em que uma cutucava
a outra que gritava para a mãe: - “Mãe, o Roque me cutucou” – a mãe repreendia:
- “Roque não o toques...” Obediente ele ficava quieto, mas o irmão provocava: -
“Toca-me Roque!” – e tudo recomeçava. Em resumo, criam situações para
justificar a constante presença no palanque político do desentendimento
cultivado. Ou pensam que tudo é mera coincidência? Aliás, coincidência demais
dá para desconfiar.
Como ia dizendo, é
semana comemorativa da Proclamação da República. Como seria um Brasil
monárquico, por exemplo? É claro que os políticos aboletados no poder não
querem nem ouvir falar no assunto. Não lhes interessa. A resposta é que o país
é novo, e estamos aprendendo (sic). Se a média de vida do cidadão é de 70 anos
e muitos ainda se comportam de forma infantil, e a educação continua cada vez
mais deteriorada, a opção é puxar a orelha de
quem assumiu o poder e, em vez de trabalhar, continua se comportando
como colegial de férias, ou fazendo campanha. Se eles, ao assumir o poder, não
sabiam, por exemplo, que obras públicas feitas há mais de 30 anos necessitam de conservação, melhorias e
ampliação é porque não merecem o cargo que ocupam. O que fazer para reverter
essa situação? Reforma política só dará resultados se os políticos deixarem de
se comportar como cidadãos privilegiados, ‘indispensáveis’ e trabalharem com
afinco, sem preguiça.
Até o momento a
República tem servido aos políticos; poucos têm servido à República. O cultivo
de conflitos – de classes, de etnias, de ideologias - para continuar a imperar
é sinal de imaturidade em todos os sentidos. A Nação brasileira necessita de políticos
que trabalhem realmente pelo bem de todos.