DISPERSIVIDADE -
I -A
dispersividade da vida moderna nos leva a deduzir que muitos estão em busca de
algo para fazer. A maioria das pessoas, em particular os jovens, foi fisgada
pelo mundo virtual – não que seja totalmente mau, mas está criando uma geração
de dependentes de uma tecnologia que lhe oferece uma visão fragmentada da
realidade. Muitos certamente não estão preparados nem mental nem
psicologicamente para uma informação tipo quebra cabeças, incompleto.
Celular com todas
as opções que oferece é algo que mais parece ser uma forma de fuga. Como será a
cabeça de um jovem com um celular ligado, que ouve música, manda mensagens, baixa
aplicativos e acompanha joguinhos, etc., enquanto come um lanche dentro do
carro indo para a escola? – não faço ideia.
II
– DEPREDAÇÃO DA REITORIA DA USP - Ao ver as fotos da
destruição da reitoria da USP praticada por indivíduos desclassificados que se
autodenominam de ‘estudantes’ fico a pensar a que ponto se chegou no país. Não
existe mais respeito por valores, instituições, hierarquia – em suma, a falta
de respeito também é por si próprios; cada um desses depredadores das
instalações da instituição pública está assinado seu próprio atestado de ignorância
asinina.
Cabe as autoridades
dar um basta e restabelecer a ordem além, naturalmente aplicar a lei conforme o
delito. O argumento de que não há ‘provas’ como ouvi um advogado dizer ontem,
equivale ao discurso dos mensaleiros que garantem que são inocentes, apesar de
todas as provas. A culpa se dissolve no coletivo... É essa a mentalidade
cultivada por uma política de lavagem cerebral que vem sendo praticada há anos,
com o intuito de dominação.
Se todos têm o
direito de expressar seus pontos de vista, tem por obrigação respeitar os
direitos dos demais, que no caso da Universidade é a dos estudantes que
realmente desejam estudar, aprender e crescer profissionalmente. Tudo muito
claro. Simples. Didático.
- O que falta a esses indivíduos? - Falta do
que fazer e falta de educação, ou as duas coisas?
- Sobra tempo livre
para tudo, menos para estudar e se comportar com responsabilidade perante a
sociedade. Essa é a triste realidade. E o pior é que o exemplo vem de políticos
que se arvoram em líderes e usam o tempo para promover discórdias. E o mundo virtual passou a ser sua ferramenta
de domesticação despersonalizante.
O mundo mudou. Os meios
de comunicação mudaram. Os seres humanos têm que aprender a usar a inteligência
para não deixar de ser humanos no meio da dominação de tanta tecnologia
dispersiva.