- ‘Desempata!
Desocupa! Não fique empatando! – eram expressões usadas para criticar e chamar a
atenção de uma pessoa que ficava enrolando e não se decidia. Ao ouvir Marina
Silva falar de ‘jogo de empate’ achei melhor procurar saber o que realmente ela
estava dizendo.
O ‘Jogo de empate’ na
política é apenas mais uma forma de brigar por um lugar ao sol, mesmo que isso
signifique prejuízos para a Nação. É o que está sendo proposto pela ‘filosofia’
da Rede Sustentabilidade da Marina Silva, ao se referir ao método utilizado por
Chico Mendes na sua luta contra madeireiros na Amazônia. No meu ponto de vista
são situações completamente diferentes. Lá havia a defesa de recursos naturais
explorados de forma predatória. Já, na política, os interesses são
individualistas. A política atual está dominada por interesses de corporações
que brigam entre si. Querem que o mundo
pense redondo se suas cabeças forem redondas, e quadrado se suas idéias forem
quadradas. A democrática alternância do poder é uma
utopia. Para eles, se resume em dividir para continuar imperando. No fundo
todos são amigos e companheiros.
A bandeira da ética
está a meio pau. O dinheiro fala mais alto.
Sorte do Brasil é o
seu gigantismo e ser dono de uma economia diversificada, que, bem ou mal, ainda
sobrevive graças a cidadãos que trabalham, produzem e geram riquezas. As novas
gerações que só conhecem as realidades pelo ‘ouvir dizer’ através de
informações pré-fabricadas são as principais vitimas do apagão ético na
política.
Fica no ar a idéia
de que Marina Silva, ao balanço de “Rede” da imaginação, propõe criar uma
espécie de ‘arca de Noé’ política ecologicamente correta. A proposta do jogo do
empate, no entanto não passa de um jogo de retranca. Perguntem ao Felipão se
essa é a melhor prática esportiva. Aqui
não se trata de um mero jogo de futebol. É a vida de uma Nação!
Posso estar
enganada, porém o pior de tudo é que esse comportamento do ‘jogo de empate’
chegou às manifestações de rua, onde protestos pacíficos e legítimos estão
sofrendo a interferência de grupos de manifestantes cujo objetivo é apenas
desconstruir os movimentos. Eles vão ocupando os espaços literalmente. As
pessoas ainda não estão se dando conta da extensão dessa atitude. A idéia de se
opor, impedindo o avanço do outro, está tomando as proporções das ondas que se
propagam ao lançar uma pedra na água. Ela vai muito além do local onde a pedra
caiu. As invasões de propriedades produtivas, ocupações de usinas em construção,
de Reitorias nas Universidades, de prédios públicos, etc., caracterizam esse tipo
de comportamento de impedir – de promover ‘um empate’... Quem ganha? Quem perde?
Todos.
A bandeira da ética
está a meio pau. O dinheiro fala mais alto.
-
“Três grupos de pessoas gastam o dinheiro das outras pessoas: crianças, ladrões
e políticos. Todos os três precisam de supervisão.”
-
“Auri sacra fames” (Virgílio) – referente à avidez do homem pelas
riquezas, no caso o ouro que o poder proporciona. (Virgílio: Publius Vergilius Mara – 70 -19
a.C). Poeta da antiga Roma, célebre pelo seu poema épico Eneida que conta como
o herói troiano Enéias fundou Roma depois da guerra com os gregos. Escreveu
poemas pastoris e líricos conhecidos por Écloga e Geórgias.
Écloga – obra que retrata cenas da vida rural,
geralmente de maneira idealizada.
Mais de dois mil anos depois, tudo continua na
mesma. O idealismo por um mundo melhor, ficções e projetos se somando na
literatura do faz de conta de que pode ser assim. E tudo vai continuar ‘empatado’.