Dados oficiais
dizem haver mais de dois milhões de brasileiros espalhados pelo mundo. Uma
pequena minoria partiu para compor quadros de trabalho junto a embaixadas e
consulados do Brasil no exterior; a grande maioria foi em busca de uma
oportunidade de trabalho, para estudar e para aperfeiçoar seus conhecimentos em
alguma área. É o normal no ser humano querer aprender, conhecer, participar de
outras realidades e procurar novas possibilidades de melhorar sua vida.
Com o objetivo
claro de conquistar uma melhor condição financeira há muitos outros que não
constam desses dados oficiais. Aventureiros uns e curiosos outros; todos
sonhando com uma oportunidade de melhorar de vida.
- Quantos são? –
Milhões! Eles se aventuraram numa espécie de exílio voluntário com a
perspectiva de regressar um dia. Países alvo desses migrantes: - Estados
Unidos, Canadá, Austrália, países da União Européia
(Portugal, Grécia,
Alemanha, Suíça, Reino Unido, Espanha, etc.), Japão, China, e até na América do
Sul (Chile, Paraguai), América Central (Cuba), países africanos, etc.
Esse fenômeno
ocorre pelo mundo todo. Especialmente entre os jovens dos países da EU, que
buscam na vizinhança a oportunidade que não tem em seus países. Até o Brasil
está na lista de países procurados por jovens europeus que vêem no país do samba,
do carnaval e do futebol uma oportunidade – Mas a burocracia brasileira já
provocou a desilusão de muitos deles. Espanhóis que procuram a Argentina, por
exemplo, se dão conta de que tudo parece igual, mas é diferente. E, assim vão
descobrindo o mundo, tentando se adaptar a um novo estilo de vida, uma nova
forma de falar, exigências de trabalho que na maioria dos casos não realizariam
em seu país de origem.
De um modo geral
não é fácil a migração para outro país. Em geral os países que recebem estrangeiros
querem pessoal qualificado (técnicos, arquitetos, doutores, pessoas portadoras
de títulos acadêmicos, professores, etc.); que estejam com toda a documentação
em dia junto à imigração e no caso da China, por exemplo, ‘ter uma boa posição
econômica, experiência comprovada na atividade a que se dispõe trabalhar’. Na Rússia, se a pessoa tiver uma gorda conta
bancária será recebido de braços abertos. Em Cuba não é diferente. Ouvi dizer
que Havana é um dos destinos mais procurados por turistas americanos nos
últimos tempos, bem recebidos graças a seus ricos dólares...
Tudo vale para
sair da rotina.
Quem não muda cria
limo como pedras no fundo de rios. A água passa e eles ficam para trás. Isso
não significa que todos tenham que por o pé na estrada. As mudanças também
podem e devem ser em sua postura frente à vida e aos desafios do dia a dia. Não
é saindo dando porrada que vamos
melhorar o mundo. Ele só vai mudar para melhor se nós nos tornarmos melhores. Essa
é a melhor mudança.
Quem se julga um anarquista
e com direito de mudar o mundo – e não a si próprio -, ele está na contramão da
civilização. O movimento anarquista não pressupõe o caos. Nele, ao contrário, a
ordem deve ser preservada para o ideal libertário evoluir de forma orgânica.
Todos almejam
mudanças. O mundo passa por mudanças tecnológicas muito rápidas. Os jovens em
geral são os primeiros a se adaptar a essas mudanças; porém há insatisfação
generalizada entre os jovens. Na verdade eles são ‘desocupados’. E quem não tem
o que fazer, inventa para justificar sua existência. Mandar mensagens nas redes
sociais não realiza ninguém. Torcer pelo time de futebol virou rotina que é
quebrada com as arruaças e a violência nos estádios.
Os protestos,
quebra-quebras, depredações, e toda sorte de violência praticada por jovens
mascarados em ‘sua guerra contra o capitalismo selvagem’ – não passa de um
slogan tolo, criado no século passado, e que já perdeu o sentido faz tempo. Ninguém
vive sem capital. Nem os comunistas, nem os nativos e muito menos esses
teleguiados.
Os tempos são
outros. Meu avô diria: - “Um bom cabo de enxada de sol a sol resolveria essa
manha...” Trabalho não mata ninguém. Mãos e mente ocupada não deixa lugar para
comportamentos irracionais como o que estamos assistindo. Mudar é preciso. Mas é
preciso saber o que quer fazer, e não o que quer destruir.