quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PARTIDOS POLITICOS – INVESTIMENTO QUE VALE OURO!


Os partidos políticos no Brasil já somam 32 com registro e mais 40 na fila de espera. 40! Porque será que tantas pessoas querem registrar um partido, ter uma legenda própria?
A resposta é simples. Partido político no país é um rendoso negócio para o dono da legenda e seus familiares. Ter um partido representa de imediato uma forma de ascensão social. Isso por vários motivos: a) passa a usufruir de uma verba anual do Estado proporcional aos votos recebidos numa eleição; b) conforme o número de representantes eleitos terá visibilidade nos programas ‘grátis’ da TV – daí a sanha em conseguir adesões de políticos já com cargos no Congresso Nacional; c) esse tempo na TV serve de moeda de troca no concorrido mercado político, para fazer alianças e ganhar espaço e visibilidade; d) seus membros podem vir a ocupar cargos públicos através de nomeações políticas, mesmo que não tenham qualificação e/ou competência para ocupar os cargos.
O número de partidos políticos em si não é o real problema. Faz parte da Democracia. O maior problema está na ganância desmedida desses ‘profissionais’ – os políticos de carteirinha.
Divide e impera! A motivação toda está baseada nas vultosas verbas que passam a ter direito de receber do governo. São milhões! 400 milhões ao ano, doados para ser repartido entre as diferentes legendas registradas, e, que dividem gulosamente entre si. Além disso, ainda tem o direito a recorrer às doações de particulares e de empresas que naturalmente irão reaver o investimento através de contratos futuros com o governo; sem esquecer-se do caixa 2 – fonte garantida de enriquecimento rápido – muitas vezes basta uma eleição para formar um vultoso patrimônio que jamais conseguiria se trabalhasse de sol a sol como faz o cidadão honesto.
Como é difícil repartir lideranças dentro um partido novo ou legenda já solidificada, não pense que se você quiser participar da política, vai chegar, chegando.  A rentabilidade já tem dono. Você precisa ter cacife se quiser ser candidato e ter espaço. Para sair candidato, sem padrinho político, prepare o bolso. Aqueles segundinhos na propaganda eleitoral gratuita obrigatória na TV custam caro. Um tiririca que puxe votos vale mais do que você que é cidadão competente e poderia vir a fazer a diferença numa administração se fosse eleito. Um militante de partido terá suas compensações de acordo com os serviços prestados, e sabe-se que alguns faturam alto. Outros têm que se contentar em ser pau mandado realizando serviços de menor importância como carregar bandeiras em passeatas, distribuir panfletos e santinhos.
Existe toda uma hierarquia. Não se iluda.
Se você está descontente com os partidos que há, crie um! Convoque dissidentes de outros partidos, chame os amigos influentes, sindicalistas, empresários, entidades de classe... Não se preocupe com projetos sérios. Basta bater na tecla de fazer um Brasil melhor, promover justiça social, defender o meio ambiente, realizar obras de saneamento básico, infra-estrutura, educação, saúde, empregos, garantir bolsas para tudo. O trabalho de propaganda é compensador para a legenda, que é o que importa ao Partido...
Quem paga tudo isso? – Eu, você, o trabalhador que paga  impostos e confia que o governo dê o retorno em serviços.
Os estragos que essa estrutura política dominante já conseguiu produzir vão ficar marcados na história deste país. A mentalidade que persiste é a do flibusteiro que coloca os próprios interesses em primeiro lugar. E viva a anarquia democrática que reina no país.
Perguntarão se não dá para dar um basta em todo esse trem da alegria. Claro que dá. Só que é preciso que a reforma política seja feita pela sociedade civil, e não por eles, donos do poder. Ou pensam que eles vão abria mão das regalias que desfrutam?


Flibusteiro = pirata dos mares da América nos séculos XVII e XVIII; o mesmo que trapaceiro, aventureiro.