O eclipse da Lua de
ontem chamou minha atenção. Mais um espetáculo para apreciar e fugir da mesmice
dos noticiários: greves, passeatas, violência, política com mais do mesmo...
Como não sou jornalista, nem tenho ‘patrão’ e minha pauta é livre, hoje o assunto
será sobre os astros do céu, porque os da terra não querem ser biografados. Ia
falar da polemica das biografias não autorizadas. Desisti. Afinal, eles fizeram
de tudo para aparecer e se tornar famosos... E, agora não querem ser lembrados,
ignoremo-los e falemos dos astros de verdade
que brilham nos céus roubando todas as cenas menores dos terráqueos.
No momento –
Eclipse da Lua. Eclipse é o obscurecimento total ou parcial de um astro pela
interposição de sombras que se projetam sobre ele. Para nós, na Terra, os
eclipses do Sol e da Lua são frequentes e em geral muito pitorescos: parciais,
totais, anulares... O show que eles proporcionam dura de alguns minutos a horas
dependendo da posição dos astros em conjunção durante seu movimento orbital.
Ontem à noite houve
mais um desses espetáculos. A Lua passou pela sombra projetada da Terra no
espaço, porém esta sombra, mais tênue, não a obscureceu totalmente. Vi parte do
eclipse. Porém, nuvens se interpuseram e até parecia que ‘silfos’ estavam
brincando de soprar nuvens escuras sobre a Lua formando manchas fantasmagóricas
que se diluíam rapidamente.
O primeiro eclipse
total do Sol que tive oportunidade de observar ocorreu em tempos de escola –
4º. Ano primário. Ocorreu na parte da manhã. A nossa professora, na véspera deu
uma aula explicando o fenômeno e recomendando que levássemos o negativo de um
filme fotográfico ou um pedaço de vidro transparente. Na hora em que ia começar
o eclipse todos os alunos foram para o páteo da escola. Com a fumaça de uma
vela os vidros que os alunos levaram foram obscurecidos para que pudéssemos
olhar com segurança para o Sol e acompanhar o avanço da sombra se projetando
sobre ele. Assim que começou a escurecer, os alunos foram dispensados para
voltar para casa enquanto ainda havia claridade. Eu morava do outro lado da
cidade em uma chácara. Eu e meus dois irmãos voltamos apressados para casa.
Quando chegamos já era noite e as estrelas brilhavam no céu. Foi divertido ver
os animais se dirigindo para o curral e as galinhas empoleiradas; eram apenas
nove horas da manhã. Quando começou a clarear, os dois galos – um Carijó e
outro Rhodia começaram a cantar; depois, enquanto desciam pela escada que dava
acesso ao poleiro, olhavam para o alto
com desconfiança. Permaneceram no terreiro por algum tempo cocoricando e
ciscando até se decidirem a ir para o bananal onde normalmente passavam o dia.
Houve outros
eclipses do Sol visíveis no Brasil, porém aquele foi único.
O céu sempre me
chamou a atenção. Ver ‘el camino de Santiago’ – (Via Láctea) – como se dizia
entre os espanhóis, era uma distração nas noites luminosas do interior
paulista. Vi muitos meteoros cruzando os céus e cometas com suas lindas caudas.
Vi também algumas conjunções de planetas e estrelas mudando de posição, ou
melhor, fazendo a curva de volta do seu longo caminhar no espaço; parecia que
naquele movimento rápido elas iam causar algum cataclismo. Mas tudo continuava
em ordem lá no maior tapete mágico do mundo.
Em tempo de
Faculdade além das aulas de Astronomia e Astrofísica também tive aulas práticas
de astronomia. Mas faltou oportunidade e condições para aprofundar os
conhecimentos. Nessa época vi o primeiro satélite artificial colocado em órbita
– o Sputnik. E, naturalmente também vi os tais objetos voadores não
identificados, não só à noite como em pleno dia, como já falei em outras postagens.
Bem, o céu é o
limite para os sonhos da humanidade, que se torna tão pequena em sua mesquinhez.
Um bom sábado para
todos, apesar das condutas nada humanas de muitos terráqueos embarcados no
planeta Terra.
Amanhã será um novo
dia. E, como dizia o poeta: ‘Tudo vale a pena quando a alma não é pequena’.