Hoje tem início o
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A imprensa noticia que são exatamente
7.173.574 candidatos habilitados a tentar passar pela porta de acesso a uma das
as Universidades federais e algumas estaduais e privadas, além de instituições
técnicas. Os custos de tal ‘operação de guerra’ serão de $49,86 reais por
candidato.
Os recordes não
param por aí. Como é um exame que prioriza as cotas, o número de negros,
pardos, indígenas chegou a 56% no ENEM deste ano, superando a porcentagem
registrada na população brasileira no Censo que é de 51%.
Como o critério
final vai priorizar as cotas, certamente muitos alunos com boa avaliação
poderão ficar de fora, considerando que todas as 59 universidades federais vão
adotar como processo seletivo ou parte dele o uso das cotas (auto declaração).
Outra regalia
oferecida é a de que o exame pode garantir certificação do ensino médio para
pessoas com mais de 18 anos e que não concluíram essa etapa escolar. Se por um
lado é um benefício ao candidato em questão, por outro está longe desse tipo de
avaliação representar saber e qualidade dos conhecimentos. Além do mais, há o
critério de combinação de número de erros e de acertos, o que determina o
resultado.
Uma vez aprovados,
quantos realmente terão condições de acompanhar um curso universitário? Quantos
realmente têm base para acompanhar um curso de nível superior?
Professores experientes
apontam como saída, um curso de adaptação para esses alunos cujo nível de conhecimentos
necessários para acompanhar o curso escolhido, na maior parte das vezes é
sofrível. O professor universitário se quiser levar adiante uma aula com
conhecimentos que demandam uma boa base de conhecimentos por parte dos alunos,
vai encontrar muitas dificuldades.
As greves de
Professores, a falta de um ensino básico de qualidade, a obrigatoriedade de um
diploma e toda a burocracia que vigora no país, demonstra quão longe estamos de
ser um país realmente desenvolvido. Leis e decretos não resolvem assuntos que
dependem de cada individuo em particular quando se trata de aprendizado. Mais uma
vez predomina o nivelamento por baixo e para baixo, só para exibir números.
Mas, desejo muito
boa sorte aos alunos que hoje estão se esforçando por um lugar ao Sol – na Universidade.
Especialmente aos que estudam por gosto, pelo prazer de aprender.