Perguntam-me sobre
‘Tempo’*. O que faz o ser humano civilizado? – Ele corre atrás do tempo, ou contra
o tempo enquanto perde seu ‘time’. Por
acaso estamos em fuga, e, por isso toda essa pressa?
– Vá entender!
Abdicar desse
corre-corre para ter tempo de olhar ao redor, ver as belezas do mundo em que
vivemos e superar tolas vaidades. Dar um novo colorido à vida é preciso. Sem
hipocrisias. O mais é correr atrás do vento.
Um dia fiquei
intrigada com uma ocorrência. Recebi um telefonema informando que um senhor ia
ao local onde eu estava trabalhando. Deveria demorar até meia hora, pois
acabara de sair do escritório no centro da cidade e ainda ia a busca de um
taxi. Larguei o telefone e... lá estava ele entrando na sala. Impossível! O
senhor, com mais de sessenta anos, alto, forte e tranquilo parecia ter saído do
nada. Aquilo era uma façanha. Soube depois que ele detinha certos dons, entre
eles o da bi-locação. Passei a me interessar pelo tema ‘tempo’, espaço-tempo,
viagens no tempo, voltar no tempo, etc.
As divagações sobre
os diferentes estados de consciência me levaram a desenvolver a tese sobre as
Seis Direções do Tempo. O tempo linear: passado – presente – futuro, caminha ou
se desenvolve em outros tempos. Seis seriam as direções do espaço-tempo vividas
por qualquer “EU” - ponto de convergência desses tempos (Superior, Inferior,
Anterior, Posterior, Destro e Sinistro).
Fora deste módulo individual existe aquele tempo que pertence aos Budas,
os Mestres de todos os tempos e que podemos vislumbrar através da meditação.
No planeta Terra
estamos presos ao tempo linear, que na verdade é um eterno Agora. O ontem, hoje
e amanhã existem apenas em função de um movimento constante, repetitivo (dia –
noite) que pode ser mensurado cronologicamente. É a onda vibratória terrestre,
que tem um comprimento próprio, que determina o nosso tempo biológico. E, a
realidade do nosso tempo interior – psicológico é quem dita o comportamento
individual. Usamos esse tempo de acordo com os compromissos – ou falta deles.
Esses compromissos muitas vezes não estão de acordo com nossos desejos, nossos
pensamentos, ou nossas necessidades materiais, psicológicas e espirituais. Isso
acarreta as insatisfações, os conflitos, a competição e a insegurança.
O outro tempo, o
cíclico, é muito mais amplo. Os Tempos cíclicos ocorreriam num Universo
circular fechado. Cada momento de Tempo que acontece abre “N” caminhos a serem
seguidos. O “Eu - Presente” (indivíduo) escolhe um dos caminhos e o segue,
assim, sucessivamente, até esgotar todas as possibilidades. Uma vez esgotadas
as bifurcações do Tempo, recomeçaria toda a caminhada para cumprir os outros
caminhos não escolhidos. Isto se repetiria até completar todas as combinações
possíveis conforme os trigramas do I Ching, por exemplo.
Romper barreiras e
libertar-se dessas mensurações, anular tempo-espaço, e, tornar-se invisível é a
meta. Todas as formas de caminhar levam ao ápice de um tempo fora do nosso
tempo.
Mas, existirão apenas esses tempos? – E os Tempos Paralelos, os tempos
reversos e os anti-tempos? – Estaremos sós, ou ao nosso lado em outra dimensão
em outro tempo haverá outro ‘eu’ vivendo aventuras iguais ou diferentes das que
estamos vivenciando agora?
– Bem, o assunto é
fascinante. A ficção tem muito mais informação do se imagina.
CONCEITO
- *“Tempo é a consequência da medição do
espaço, em estados de percepção entre um determinado ponto e outro de uma
extensão a ser mensurada”.
E, Tempo é igual a
Espaço. Como o Tempo tem velocidades diferentes, temos conceitos diferentes de
distâncias. Perguntem a um praticante de meditação como conseguir anular tempo
e espaço.