segunda-feira, 1 de abril de 2013

NORDESTE – A SECA E OS RETIRANTES.


Migrar. Mudar. Partir... Mais uma vez. Mais uma vez o nordestino é empurrado para longe de seu pedaço de chão. Decididamente, essa não deveria ser outra vez a alternativa para o sofrido sertanejo do semi-árido.
Estamos no século XXI. É o que diz o calendário. Em tempo real, hoje dá para ver a calamidade de mais uma seca ‘histórica’ que se abateu no agreste. Ela se repete, se repete, se repete... Isso é fato histórico.
Quantas secas ‘históricas’ já ocorreram? Quantos governos se sucederam nestes 500 anos de história? Quantos recursos já foram desperdiçados em nome do combate às secas? Quantas promessas foram feitas e não foram cumpridas?
- É a tal da indústria da seca a render... Rende notícias, verbas mal usadas, projetos faraônicos do tipo açudes que não cumprem sua função ou a transposição do Rio São Francisco que até agora rendeu gastos astronômicos e sucata de material mal utilizado. Rende também votos aos políticos demagogos que prometem e nada fazem. A culpa será sempre do clima! O vilão é o clima! O sertanejo a vítima. O político... Bem, esse não sabe de nada.
Tecnologia que pode resolver ou minimizar o problema, existe. Muitos países pelo mundo afora tem condições adversas e a população tem apoio e condições de conviver com dificuldades de toda espécie. Só no Brasil não se realizam projetos eficazes de forma plena para resolver os problemas regionais muito bem conhecidos.
Em uma recente reportagem sobre a dificuldade de escoamento da safra de milho e de soja do Centro Oeste, um produtor local informou que poderia fornecer o produto para abastecer a região do Nordeste e salvar os rebanhos, porém não havia caminhões para transportar o produto. Enquanto o sertanejo sofre as consequencias da falta de uma gestão eficiente e de planejamento logístico inter-regional, a presidenta prometeu ajuda, mas só para quando voltar a chover... Sem comentários. Como se sentiria ela se estivesse na pele do sertanejo?
Por onde anda o pessoal do Ministério da Integração Nacional? Parece que a sociedade civil e a iniciativa privada vão ter que tomar medidas que resolvam o que o governo não faz.
Não há caminhões, as rodovias estão em péssima conservação, as distancias são enormes, ferrovias, nem pensar!
Vemos uma saída prática cujo custo benefício compensaria não só a curto como em longo prazo. - Uma frota de aviões cargueiros!!! Sim. Exatamente isso. O transporte em aviões cargueiros de toneladas de soja e milho para alimentar o gado seria uma solução viável e rápida. O caso é de calamidade pública. Porque não agilizar algo nesse sentido? Ninguém quer esmolas. Quer soluções.
Água também existe. É saber administrar. Basta de tanto politizar tudo. Assim como sabem antecipar campanhas eleitorais, deveriam também saber antecipar medidas para prevenir os efeitos não só de secas históricas, como das enchentes e deslizamentos de terra ...
Assistiremos ao velho e repetitivo filme do sertanejo migrando. Infelizmente, novamente chegou a essa a situação de desespero. Migrar não deveria ser a alternativa, outra vez...