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AGIR PELO NÃO AGIR :
- “Tudo parece fácil... Suave e gentil. Sem esforço vai nascendo
a onda de luz ainda frágil, tênue, dormente.
Dormente de toda esperança presente em cada momento, em cada
movimento.
Num passe de mágica, num ímpeto incontido explode no olhar
aquela fulgurante beleza que leva de vencida todos os conflitos, tristezas,
incertezas...
É o jogo da vida a fluir, sem esforço, no eterno ‘agir pelo não
agir’.
São pequenos atos, evidentes fatos, que levam de vencida toda
incompreensão e as tramas da vida, que num cerco invisível, se desfazem no ar.”
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Como chegar a tal estado? Como conseguir resultados sem
conflitos, sem quebrar porcelanas e cristais?
Três são as etapas: 1- vigilância e observação dos
próprios conflitos internos, procurando se conhecer. Não ter medo de se olhar
no espelho. 2- intenção e intuição no sentido de desenvolver sua própria
natureza de forma harmoniosa. 3- cultivar sentimentos do amor que deve se
manifestar superando os egoísmos e agindo de forma desinteressada.
A criança é o melhor exemplo do agir sem esforço, com
intenção sincera e sentimento puro.
– Todo o segredo está no ‘agir pelo não agir’, ou agir
sem esforço. Ato esse que nos liberta dos conflitos internos, pois passamos a
agir de forma natural sem receio, como se estivéssemos protegidos por uma
barreira contra todo o mal. Quantas vezes já sentimos que algo milagroso
aconteceu e nos retirou de um caminho que levaria a um real perigo. Dizem que
foi a intuição. É essa sintonia fina com o fluxo da vida que nos harmoniza com a correnteza universal.
Quando perdemos nosso tempo no confronto, no ataque –
defesa, do não melindrar versus melindrar-se por dá cá aquela palha, nos
colocamos à mercê de todo tipo de aborrecimentos. Já dizia meu avô: - ‘quem se aborrece, tem dois trabalhos; um
para se aborrecer, e outro para se desaborrecer’. Equivale ao ‘não vos oponhais
ao maligno’. Equivale também ao agir pelo não agir...
Para que quebrar porcelanas e cristais? Não vale a pena.
Aliás, o prejuízo pode ser bem maior. Tudo depende de nós.
-
‘Não é o coração que leva à animosidade. A língua é que leva a aversão’.
(provérbio sumério)